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Publicada em 05 de Julho de 2024 às 01:25

Com sinalização de cortes, dólar cede mais

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A promessa feita pelo governo, de cortar despesas obrigatórias em 2025, contribuiu para que o dólar continuasse o movimento de queda iniciado na quarta-feira em relação ao real, deflagrado por um discurso mais claro do Planalto em defesa do ajuste fiscal e por um rumor de que o Banco Central teria consultado o mercado sobre a necessidade de maior liquidez no câmbio. Com as perdas dos últimos dois pregões, o movimento da moeda brasileira ficou mais alinhado ao de outras moedas latino-americanas observado desde o final de maio, quando o rali do dólar ficou mais evidente em relação a essas divisas.
A promessa feita pelo governo, de cortar despesas obrigatórias em 2025, contribuiu para que o dólar continuasse o movimento de queda iniciado na quarta-feira em relação ao real, deflagrado por um discurso mais claro do Planalto em defesa do ajuste fiscal e por um rumor de que o Banco Central teria consultado o mercado sobre a necessidade de maior liquidez no câmbio. Com as perdas dos últimos dois pregões, o movimento da moeda brasileira ficou mais alinhado ao de outras moedas latino-americanas observado desde o final de maio, quando o rali do dólar ficou mais evidente em relação a essas divisas.
Nesta base de comparação, o dólar passou a acumular alta de 4,5% em relação ao real e de pouco mais de 6% em relação aos pesos mexicano e colombiano. Na comparação com o peso chileno, porém, a alta foi de 1,7%. No acumulado do ano, porém, o real ainda é a moeda que mais perde na comparação com o dólar dentre as divisas de grandes países emergentes, seguida de perto pela lira turca.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou o compromisso do governo com o arcabouço fiscal e as metas de resultado primário e anunciou que já foram identificados R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que poderão ser cortadas do Orçamento de 2025. 
O dólar à vista caiu 1,47%, a R$ 5,4864, com máxima de R$ 5,5083 (-1,08%) e mínima de R$ 5,4668 (-1,82%) na sessão. Às 17h45, O contrato da moeda para agosto recuava 1,19%, a R$ 5,5025, com máxima de R$ 5,5270 (-0,75%) e mínima de R$ 5,4830 (-1,54%).
Cristiane Quartaroli economista-chefe do Ouribank, também aponta que, a despeito da queda do dólar hoje, a taxa de câmbio segue num nível muito elevado.
O anúncio de corte de despesas obrigatórias contribuiu para melhorar o humor dos investidores com relação aos ativos brasileiros desde a abertura desta quinta-feira. Assim, o Ibovespa, mesmo sem a descompressão aguda no câmbio e na curva de juros doméstica, obteve a quarta alta consecutiva, aos 126.163,98 ( 0,40%), que o mantém no maior nível desde 21 de maio, nos encerramentos.
Com o feriado de 4 de julho nos Estados Unidos, sem negócios em Nova York, o giro se enfraqueceu a R$ 16,4 bilhões. Na semana e no mês, o Ibovespa avança 1,82%, limitando a perda do ano a 5,98%. A leve alta na B3 foi condicionada, em especial, pelo desempenho negativo de Petrobras (ON -1,35%, PN -1,37%) e de Vale (ON -0,50%), apesar de novo avanço tanto para os preços do petróleo como do minério de ferro - bem mais discreto na commodity de energia (Brent 0,10%) do que na metálica ( 1,7% em Dalian).
A performance desses carros-chefes da B3 restringiu o ganho do Ibovespa na sessão, em que saiu de abertura aos 125.665,59 pontos, correspondente à mínima do dia, e na máxima atingiu os 126.659,95 pontos. A quinta-feira foi de ganhos bem distribuídos pelas demais ações de peso e liquidez, mas sem muita inclinação: nos grandes bancos, chegou apenas a 0,52% (BB ON) no fechamento.
Na ponta positiva do Ibovespa, Vamos ( 8,43%), Pão de Açúcar ( 7,33%), Lojas Renner ( 6,44%) e Eztec ( 5,15%). No lado oposto, além das ações de Petrobras, destaque também para Natura (-2,56%), CSN Mineração (-1,99%) e RaiaDrogasil (-1,80%). "O governo parece que alinhou o discurso e deu indícios de que pode olhar com mais seriedade o controle e o corte de gastos", diz Anderson Silva, sócio da GT Capital. Para Tiago Sbardelotto, economista da XP Investimentos, o anúncio feito por Haddad é importante para a melhora da percepção fiscal. "Nos últimos dias, falas do presidente Lula e uma certa ausência de movimentação da equipe econômica para apresentar medidas concretas deixaram o mercado inseguro", destaca.

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