Desde o lançamento do Real, a moeda vem sofrendo um processo de desvalorização. Nestes 30 anos, a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 708%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para se ter uma ideia, R$ 1 na criação do real valem R$ 8,08 atualmente, conforme dados da Calculadora do IPCA, disponibilizados pelo IBGE. Podemos exemplificar também com o fato de que é preciso gastar R$ 100 hoje para comprar o mesmo que R$ 12,38 compravam há três décadas.
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Segundo a economista e professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carla Beni, a curva descendente da moeda, em parte, se dá pelo natural do processo inflacionário que ocorre em todas as nações do mundo.
“A estabilidade monetária não significa eliminação da inflação. A perda de poder de compra que tivemos nos últimos 30 anos e o próprio processo inflacionário acumulado apresentam variações em todos os países. No nosso caso, é também fruto de uma instabilidade histórica que vem se perpetuando, mas nada perto do que foi no passado”, pontua.
O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Leandro Horie, complementa que a inflação envolve muitos elementos e que nem todos conseguem ser controlados por governos e empresas localizados nacionalmente.
“Uma guerra, por exemplo, pode elevar os preços do petróleo; uma grande quebra de safra de um produto alimentício muito importante pode gerar uma alta extrema. A questão principal é que as variações de preços devem ser em níveis baixos e os mais espaçados possíveis no tempo, de forma que todos os agentes econômicos possam se ajustar a eles sem causar maiores consequências na economia como um todo”, frisa.
No livro "Saga brasileira: A longa luta de um povo por sua moeda", a jornalista Miriam Leitão conta que o País conviveu, por 50 anos, com inflação de dois dígitos até a chegada do Plano Real. Em 1996, menos de dois anos da implementação do pacote econômico, o índice anual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já se encontrava em um dígito (9,56%).
Desde então, ou seja, nas últimas três décadas, o Real enfrentou somente três picos de inflação anual de dois dígitos. O primeiro em 2002, quando o IPCA ficou em 12,53%, influenciado pelas eleições presidenciais daquele ano. O segundo aconteceu em 2015, quando o índice atingiu 10,67%, tendo a retirada de subsídios sobre a energia como um dos fatores para a sua disparada. O mais recente foi em 2021, quando a inflação encerrou em 10,06%, após a fase mais aguda da pandemia de Covid-19.
Em 2024, a inflação acumulada é de 2,27% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%. A previsão do mercado financeiro para o IPCA deste ano é de que o País encerre o período com um índice de 4,00%, segundo o Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC), com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Um mês atrás, a previsão do Focus para o IPCA deste ano era de 3,88%. Já a mediana para 2025, horizonte relevante da política monetária, subiu de 3,85% para 3,87% no último levantamento, contra 3,77% um mês antes. Os dados foram divulgados na segunda-feira (1°).
Segundo a economista e professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carla Beni, a curva descendente da moeda, em parte, se dá pelo natural do processo inflacionário que ocorre em todas as nações do mundo.
“A estabilidade monetária não significa eliminação da inflação. A perda de poder de compra que tivemos nos últimos 30 anos e o próprio processo inflacionário acumulado apresentam variações em todos os países. No nosso caso, é também fruto de uma instabilidade histórica que vem se perpetuando, mas nada perto do que foi no passado”, pontua.
O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Leandro Horie, complementa que a inflação envolve muitos elementos e que nem todos conseguem ser controlados por governos e empresas localizados nacionalmente.
“Uma guerra, por exemplo, pode elevar os preços do petróleo; uma grande quebra de safra de um produto alimentício muito importante pode gerar uma alta extrema. A questão principal é que as variações de preços devem ser em níveis baixos e os mais espaçados possíveis no tempo, de forma que todos os agentes econômicos possam se ajustar a eles sem causar maiores consequências na economia como um todo”, frisa.
No livro "Saga brasileira: A longa luta de um povo por sua moeda", a jornalista Miriam Leitão conta que o País conviveu, por 50 anos, com inflação de dois dígitos até a chegada do Plano Real. Em 1996, menos de dois anos da implementação do pacote econômico, o índice anual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já se encontrava em um dígito (9,56%).
Desde então, ou seja, nas últimas três décadas, o Real enfrentou somente três picos de inflação anual de dois dígitos. O primeiro em 2002, quando o IPCA ficou em 12,53%, influenciado pelas eleições presidenciais daquele ano. O segundo aconteceu em 2015, quando o índice atingiu 10,67%, tendo a retirada de subsídios sobre a energia como um dos fatores para a sua disparada. O mais recente foi em 2021, quando a inflação encerrou em 10,06%, após a fase mais aguda da pandemia de Covid-19.
Em 2024, a inflação acumulada é de 2,27% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%. A previsão do mercado financeiro para o IPCA deste ano é de que o País encerre o período com um índice de 4,00%, segundo o Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC), com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Um mês atrás, a previsão do Focus para o IPCA deste ano era de 3,88%. Já a mediana para 2025, horizonte relevante da política monetária, subiu de 3,85% para 3,87% no último levantamento, contra 3,77% um mês antes. Os dados foram divulgados na segunda-feira (1°).
Poder de compra de 1994 na comparação com hoje
R$ 40,40 para uma nota de R$ 5 da época;
R$ 404,01 para uma nota de R$ 50 da época;
R$ 808,02 para uma nota de R$ 100 da época.
*A comparação foi feita com base no mês de julho de 1994 ao mês de maio de 2024
Fonte: Calculadora do IPCA
R$ 404,01 para uma nota de R$ 50 da época;
R$ 808,02 para uma nota de R$ 100 da época.
*A comparação foi feita com base no mês de julho de 1994 ao mês de maio de 2024
Fonte: Calculadora do IPCA