Entre rodovias estaduais e federais, as intensas chuvas de abril e maio afetaram 403 pontos de estradas no Rio Grande do Sul (desse total, 76% já foi liberado para a circulação), que somaram aproximadamente 13,5 mil quilômetros. O secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, projeta que neste segundo semestre deverão ser liberados todos os trechos restantes (24%).
O dirigente frisa que os pontos mais críticos são as pontes atingidas. Foram consideradas como prioridade pelo governo do Estado obras em oito pontes impactadas pelas cheias. Essas estruturas encontram-se nos municípios de Faxinal do Soturno (duas), Feliz, Vista Alegre do Prata, Itati, Dilermando de Aguiar, Sinimbu e Relvado. Os trabalhos de recuperação dessas estruturas começarão ainda em 2024.
Costella assinala que a ideia é fazer a restauração desses empreendimentos rodoviários de uma maneira mais célere, encurtando os prazos normalmente estabelecidos nas licitações de obras como essas. "Não há tempo para esperar", adverte o secretário. Para mitigar riscos de irregularidades legais devido a essa necessidade de pressa nas ações, Costella diz que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) fará o acompanhamento dessas concorrências, dando mais segurança jurídica ao processo.
Conforme o secretário, o prejuízo do Rio Grande do Sul com as enchentes equivale a cerca de dois anos de perda completa de arrecadação de impostos do Estado. De acordo com ele, o revés do Estado, em perdas de ativos e de PIB com as chuvas de abril e maio, é estimado entre R$ 115 bilhões e R$ 155 bilhões.
Costella informa que somente para a reconstrução das rodovias estaduais, em condições semelhantes às que essas estradas apresentavam antes das cheias, seria necessário um investimento de aproximadamente R$ 3 bilhões. No entanto, se os complexos afetados forem aprimorados, com medidas de resiliência para suportar de uma maneira mais qualificada futuras catástrofes climáticas, esse aporte pode subir para algo próximo a R$ 9,9 bilhões.
Costella participou nesta quarta-feira (3) de reunião da Câmara Temática de Infraestrutura do Conselho do Plano Rio Grande, realizada no Centro Administrativo de Contingência (CAC), em Porto Alegre. Na ocasião também foi abordada a situação de outros segmentos da infraestrutura gaúcha. A estimativa do governo do Estado para a recuperação dos portos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, após as cheias, é um investimento na ordem de R$ 600 milhões.
Costella participou nesta quarta-feira (3) de reunião da Câmara Temática de Infraestrutura do Conselho do Plano Rio Grande, realizada no Centro Administrativo de Contingência (CAC), em Porto Alegre. Na ocasião também foi abordada a situação de outros segmentos da infraestrutura gaúcha. A estimativa do governo do Estado para a recuperação dos portos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, após as cheias, é um investimento na ordem de R$ 600 milhões.
Desse total, R$ 150 milhões serão necessários para retomar o complexo da Capital gaúcha e R$ 450 milhões para fazer a batimetria (medição) e a dragagem dos canais navegáveis, tanto de hidrovias quanto do canal de acesso a Rio Grande. A Portos RS, empresa pública vinculada ao governo estadual, articula junto ao Ministério de Portos e ao Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit) para conseguir os recursos para efetivar as ações necessárias.
Costella adianta que também deverá ser realizada uma dragagem no Guaíba para garantir a operação do catamarã que liga Porto Alegre à cidade de Guaíba. A estimativa inicial é de um aporte de R$ 3,5 milhões nessa medida. Já na área de aeroportos, o secretário comenta que o complexo de Torres está recebendo investimentos na ordem de R$ 9 milhões para abrir a possibilidade que empresas aéreas se interessem em realizar voos comerciais pela cidade, tornando-se uma nova alternativa ao Salgado Filho, em Porto Alegre, que permanece inoperante.
O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, destaca que é importante ouvir os segmentos ligados à infraestrutura para detalhar as necessidades apresentadas no pós-enchentes. Uma preocupação manifestada por ele é quanto ao setor ferroviário gaúcho e a decisões da empresa responsável pela concessão das linhas férreas do Estado. “A Rumo, na nossa opinião, pelo que se sabe até agora, está aproveitando a oportunidade que surgiu com a destruição da malha ferroviária em alguns lugares para desativar mais pontos de malha e desmobilizar equipes”, aponta o vice-governador. Souza revela que na próxima semana terá uma audiência com o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Cezar Ribeiro, para tratar do assunto.