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Publicada em 03 de Julho de 2024 às 17:53

Cerca de 24% da malha rodoviária do RS afetada com as chuvas ainda aguarda liberação

Oito pontes afetadas pelas chuvas no Estado foram consideradas prioritárias pelo governo gaúcho

Oito pontes afetadas pelas chuvas no Estado foram consideradas prioritárias pelo governo gaúcho

Jefferson Klein/Especial/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Entre rodovias estaduais e federais, as intensas chuvas de abril e maio afetaram 403 pontos de estradas no Rio Grande do Sul (desse total, 76% já foi liberado para a circulação), que somaram aproximadamente 13,5 mil quilômetros. O secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, projeta que neste segundo semestre deverão ser liberados todos os trechos restantes (24%).
Entre rodovias estaduais e federais, as intensas chuvas de abril e maio afetaram 403 pontos de estradas no Rio Grande do Sul (desse total, 76% já foi liberado para a circulação), que somaram aproximadamente 13,5 mil quilômetros. O secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, projeta que neste segundo semestre deverão ser liberados todos os trechos restantes (24%).
O dirigente frisa que os pontos mais críticos são as pontes atingidas. Foram consideradas como prioridade pelo governo do Estado obras em oito pontes impactadas pelas cheias. Essas estruturas encontram-se nos municípios de Faxinal do Soturno (duas), Feliz, Vista Alegre do Prata, Itati, Dilermando de Aguiar, Sinimbu e Relvado. Os trabalhos de recuperação dessas estruturas começarão ainda em 2024.
Costella assinala que a ideia é fazer a restauração desses empreendimentos rodoviários de uma maneira mais célere, encurtando os prazos normalmente estabelecidos nas licitações de obras como essas. "Não há tempo para esperar", adverte o secretário. Para mitigar riscos de irregularidades legais devido a essa necessidade de pressa nas ações, Costella diz que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) fará o acompanhamento dessas concorrências, dando mais segurança jurídica ao processo.
Conforme o secretário, o prejuízo do Rio Grande do Sul com as enchentes equivale a cerca de dois anos de perda completa de arrecadação de impostos do Estado. De acordo com ele, o revés do Estado, em perdas de ativos e de PIB com as chuvas de abril e maio, é estimado entre R$ 115 bilhões e R$ 155 bilhões.
Costella informa que somente para a reconstrução das rodovias estaduais, em condições semelhantes às que essas estradas apresentavam antes das cheias, seria necessário um investimento de aproximadamente R$ 3 bilhões. No entanto, se os complexos afetados forem aprimorados, com medidas de resiliência para suportar de uma maneira mais qualificada futuras catástrofes climáticas, esse aporte pode subir para algo próximo a R$ 9,9 bilhões.

Costella participou nesta quarta-feira (3) de reunião da Câmara Temática de Infraestrutura do Conselho do Plano Rio Grande, realizada no Centro Administrativo de Contingência (CAC), em Porto Alegre. Na ocasião também foi abordada a situação de outros segmentos da infraestrutura gaúcha. A estimativa do governo do Estado para a recuperação dos portos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, após as cheias, é um investimento na ordem de R$ 600 milhões.
Desse total, R$ 150 milhões serão necessários para retomar o complexo da Capital gaúcha e R$ 450 milhões para fazer a batimetria (medição) e a dragagem dos canais navegáveis, tanto de hidrovias quanto do canal de acesso a Rio Grande. A Portos RS, empresa pública vinculada ao governo estadual, articula junto ao Ministério de Portos e ao Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit) para conseguir os recursos para efetivar as ações necessárias.
Costella adianta que também deverá ser realizada uma dragagem no Guaíba para garantir a operação do catamarã que liga Porto Alegre à cidade de Guaíba. A estimativa inicial é de um aporte de R$ 3,5 milhões nessa medida. Já na área de aeroportos, o secretário comenta que o complexo de Torres está recebendo investimentos na ordem de R$ 9 milhões para abrir a possibilidade que empresas aéreas se interessem em realizar voos comerciais pela cidade, tornando-se uma nova alternativa ao Salgado Filho, em Porto Alegre, que permanece inoperante.
O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, destaca que é importante ouvir os segmentos ligados à infraestrutura para detalhar as necessidades apresentadas no pós-enchentes. Uma preocupação manifestada por ele é quanto ao setor ferroviário gaúcho e a decisões da empresa responsável pela concessão das linhas férreas do Estado. “A Rumo, na nossa opinião, pelo que se sabe até agora, está aproveitando a oportunidade que surgiu com a destruição da malha ferroviária em alguns lugares para desativar mais pontos de malha e desmobilizar equipes”, aponta o vice-governador. Souza revela que na próxima semana terá uma audiência com o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Cezar Ribeiro, para tratar do assunto.

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