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Publicada em 04 de Julho de 2024 às 01:25

Lula diz que responsabilidade fiscal é compromisso de gestão

Fala do presidente vem na sequência de críticas ao BC e alta do dólar

Fala do presidente vem na sequência de críticas ao BC e alta do dólar

/Valter Campanato/Agência Brasil
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Folhapress
Em meio a preocupações de investidores quanto à capacidade do governo de cortar gastos para conter o aumento da dívida pública, um dos fatores que tem levado à disparada do dólar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ontem que gasta quando é necessário, e que não joga dinheiro fora. O petista disse ainda que responsabilidade fiscal é compromisso do governo.
Em meio a preocupações de investidores quanto à capacidade do governo de cortar gastos para conter o aumento da dívida pública, um dos fatores que tem levado à disparada do dólar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ontem que gasta quando é necessário, e que não joga dinheiro fora. O petista disse ainda que responsabilidade fiscal é compromisso do governo.
"Aqui nesse governo a gente aplica dinheiro necessário, gasto com educação e saúde quando é necessário, mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é palavra, é compromisso desse governo desde 2003 e a gente manterá ele à risca", disse Lula, em discurso no lançamento do Plano Safra Agricultura Familiar, no Palácio do Planalto.
Lula vem numa esteira de declarações com críticas à taxa de juros e à atuação do Banco Central.
Nos últimos dias, a cotação do dólar escalou diante da incerteza dos agentes do mercado com a trajetória fiscal do Brasil. A preocupação é com o risco de esse movimento respingar na economia real, encarecendo produtos e levando o BC a precisar aumentar os juros básicos, hoje em 10,50% ao ano, para conter a inflação.
As falas repercutem negativamente no mercado e, por isso, preocupam auxiliares. Eles defendem moderação nas manifestações do petista, para evitar um agravamento ainda maior do quadro econômico.
Pela manhã, no Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. À tarde, manteve encontros com ministros da área econômica para debater medidas de corte de gastos. Participaram os integrantes da Junta de Execução Orçamentária (JEO), formada por Haddad, Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão e Inovação).
Lula tem feito declarações públicas contra mudanças na política de valorização do salário mínimo (que impacta a Previdência Social) e a desvinculação entre benefícios sociais e o piso nacional. Ele também descartou limitar o crescimento dos mínimos em Saúde e Educação. Esses são justamente alguns dos componentes que mais pressionam o Orçamento.
Após apostar em um ajuste fiscal centrado no aumento de receitas, Haddad passou a defender também medidas pelo lado das despesas. Mas essa opção ficou em xeque após Lula dizer, na semana passada, que primeiro precisa "saber se precisa efetivamente cortar" gastos. Integrantes do Ministério da Fazenda ficaram apreensivos com as declarações do chefe do Executivo e preveem desafios para que Haddad e a ministra Simone Tebet convençam o presidente da necessidade dos cortes.
"Se fizerem acontecer, ano que vem tem mais, vai produzir mais, povo vai comer mais, e a gente vai ter política econômica sem causar sobressaltos. Vai ter politica econômica, fazer esse pais crescer, transferência de renda e ao mesmo tempo vai continuar com responsabilidade que sempre tivemos."

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