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Publicada em 03 de Julho de 2024 às 15:38

Indústria tem queda intensa em maio no Rio Grande do Sul

Fábrica de produtos de limpeza localizada em Encantado enfrenta alagamentos devido às cheias no Vale do Taquari

Fábrica de produtos de limpeza localizada em Encantado enfrenta alagamentos devido às cheias no Vale do Taquari

Fontana SA/Divulgação/JC
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Agências
A calamidade climática que atingiu o Estado provocou forte impacto no setor industrial gaúcho em maio. É o que revela a pesquisa do Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta quarta-feira (3): caiu 11,8% em relação a abril, na segunda maior baixa mensal da série iniciada em 2003, muito próximo do recorde de -12% obtido em abril de 2020.
A calamidade climática que atingiu o Estado provocou forte impacto no setor industrial gaúcho em maio. É o que revela a pesquisa do Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta quarta-feira (3): caiu 11,8% em relação a abril, na segunda maior baixa mensal da série iniciada em 2003, muito próximo do recorde de -12% obtido em abril de 2020.
“A dimensão histórica dos resultados negativos dos Indicadores Industriais deve-se à severidade das enchentes em diversas regiões do Estado, que atingiram, total ou parcialmente, direta ou indiretamente, as operações das empresas com perdas de estoques, danos em máquinas, equipamentos e instalações, além dos impactos na logística, fornecedores e funcionários”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. Parte do resultado negativo se explica também pela base alta de abril, que havia crescido 3,5% ante março.
O desempenho negativo de maio, porém, é compatível com outros grandes choques do passado: março de 2020 (-10,8%, com a pandemia de Covid-19), maio de 2018 (-7,3%, com a greve dos caminhoneiros) e novembro de 2008 (-11,5%, com a crise financeira global). Com isso, a atividade industrial em maio de 2024, medida pelo IDI-RS, atingiu o menor patamar desde agosto de 2020.
O presidente Gilberto Petry lembra, porém, que a incerteza cada vez maior nos rumos da política econômica já vinha dificultando as atividades no setor, pela falta de ações mais concretas do governo com relação aos problemas fiscais, o que interrompeu o ciclo de redução dos juros e pode desestimular os investimentos. “Nesse contexto, as perspectivas para os próximos meses, acompanhando os esforços de reconstrução, são de recuperação lenta, sujeita a oscilações, assim como em outros choques do passado”, diz.
A expressiva contração da atividade industrial do RS entre abril e maio refletiu os desempenhos das compras industriais e do faturamento real, que recuaram, respectivamente, 30,2%, queda recorde, e 19,3%. As horas trabalhadas na produção caíram 2,1% e a utilização da capacidade instalada (UCI) baixou 5,2 pontos percentuais, para 76,2%, enquanto o emprego ficou estável (-0,1%) e a massa salaria real cresceu (0,5%).
Em relação a maio de 2023, os resultados também foram bastante negativos. A contração do IDI-RS foi de 11,8%, a maior baixa desde maio de 2020, impactado pelas compras industriais, que reduziram 33,8%, e pelo faturamento real (-16%). Entre os segmentos, as maiores influências vieram de Máquinas e equipamentos, retração de 28,8%, Couros e calçados (-14%) e Químicos, derivados petróleo e biocombustíveis (-18,9%).
ACUMULADO - A queda acumulada do IDI-RS em 2024 acelerou de -1,5%, até abril, para -3,7%, até maio, respectivamente, ante os primeiros quatro e cinco meses de 2023. As compras industriais (-10,5%) e o faturamento real (-5,8%) seguem como os componentes de pior desempenho no acumulado, seguidos pelas horas trabalhadas na produção (-3,7%) e pelo emprego (-1,6%). Já a massa salarial real (3,8%) e a UCI (0,3 ponto percentual) mantiveram as taxas positivas.
O segmento de Máquinas e equipamentos, que caiu 14,5%, forneceu, de longe, o maior impacto negativo para o resultado global entre os nove segmentos, dos 16 analisados, que registraram menor atividade industrial no acumulado de janeiro a maio de 2024 ante igual período de 2023. Mas perdas relevantes também ocorreram nas indústrias de Couros e calçados (-4,8%), de Alimentos (-2,3%) e de Equipamentos de informática e produtos eletrônicos (-11,7%). Do outro lado, a principal contribuição positiva partiu de Veículos automotores, que ficou 8,1% maior, seguido por Móveis (4,7%), Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (8,6%), Tabaco (4,4%) e Bebidas (4,8%).

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