O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou nesta quarta-feira (26) que o sistema de meta contínua de inflação e o arcabouço fiscal criam um "novo horizonte macroeconômico" para o país. O chefe da equipe econômica confirmou a ratificação da meta de inflação em 3% e disse que a mudança para o modelo contínuo desobriga o Conselho Monetário Nacional (CMN) de fixar a cada ano uma meta de inflação a ser perseguida pelo Banco Central (BC).
"O próprio decreto diz que qualquer mudança desse número tem que ser feita com antecedência mínima de 36 meses. Ou seja, a questão está absolutamente consolidada", afirmou Haddad. "Acredito que o arcabouço fiscal, de um lado, e o decreto da meta contínua, do outro, estabelecem, tanto do ponto de vista fiscal quanto do ponto de vista de política monetária, um novo horizonte macroeconômico para o Brasil", acrescentou.
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O novo modelo do sistema de metas de inflação foi formalizado nesta quarta, um ano depois do anúncio feito pelo próprio chefe da equipe econômica sobre a mudança. O decreto foi publicado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) horas antes de novo encontro do CMN em edição extra do Diário Oficial da União. O colegiado é composto por Haddad, pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto.
A partir de 1º de janeiro de 2025, o BC passa a perseguir a meta de inflação de forma contínua, sem se vincular ao chamado "ano-calendário", período de janeiro a dezembro de cada ano. Na nova sistemática, a meta será considerada descumprida quando a inflação, medida pela variação de preços acumulada em 12 meses, ficar por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância.
Folhapress