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Publicada em 17 de Junho de 2024 às 19:48

Mercado espera por manutenção da taxa de juros

Previsão de instituições de permanência do índice em 10,5% ao ano contribuiu para alta do dólar e recuo da Bolsa

Previsão de instituições de permanência do índice em 10,5% ao ano contribuiu para alta do dólar e recuo da Bolsa

GERD ALTMANN/PIXABAY/DIVULGAÇÃO/JC
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Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano, nesta semana. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reúne-se hoje e amanhã para definir os juros básicos da economia. A estimativa foi divulgada no Boletim Focus, pesquisa semanal do BC com a expectativa para os principais indicadores econômicos.
Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano, nesta semana. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reúne-se hoje e amanhã para definir os juros básicos da economia. A estimativa foi divulgada no Boletim Focus, pesquisa semanal do BC com a expectativa para os principais indicadores econômicos.
Em sua última reunião, no início de maio, o Copom reduziu a taxa pela sétima vez consecutiva, para 10,5% ao ano. No entanto, a velocidade do corte diminuiu. De agosto do ano passado até março deste ano, o Copom tinha reduzido os juros básicos em 0,5 ponto percentual a cada reunião. Nesta última vez, a redução foi de 0,25 ponto percentual.
Com isso, o dólar abriu a semana em alta firme e voltou a fechar acima de R$ 5,40. Apesar do ambiente externo desfavorável a divisas emergentes, em meio à nova rodada de avanço do retorno dos Treasuries, analistas afirmam que o real sofre com o aumento da percepção de risco doméstico. É crescente o desconforto com o quadro fiscal e a deterioração das expectativas de inflação em semana de decisão do Copom.
O real apresentou o pior desempenho entre as moedas emergentes e de países exportadores de commodities relevantes. O desenlace da reunião dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trouxe alívio pontual ao dólar no início da tarde, mas foi rapidamente revertido. Na saída do encontro da Junta de Execução Orçamentária (JEO), Haddad relatou que Lula está aberto ao debate sobre redução de gastos, mas os sinais são de que o governo não vai mexer no vespeiro da indexação no Orçamento, optando por atacar renúncias fiscais.
Tirando uma baixa pontual e limitada na abertura dos negócios, o dólar à vista operou em alta no restante da sessão e chegou a superar pontualmente a linha de R$ 5,43 ao registrar máxima a R$ 5,4305 no meio da tarde. No fim do dia, a moeda avançava 0,74%, cotada a R$ 5,4219 - ainda no maior valor de fechamento desde 4 de janeiro de 2023. No mês, o dólar já avança 3,26%, o que leva os ganhos no ano a 11,71%.
A economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, afirma que, além do quadro fiscal local e dos fatores externos, o mercado de câmbio já reflete certa cautela na expectativa pela decisão do Copom na quarta-feira. "Ainda existe dúvida se o Copom vai reduzir a taxa em 0,25 ponto ou se vai fazer uma pausa no corte. Isso traz aversão ao risco e pressiona a taxa de câmbio", afirma. Atualmente a taxa Selic está em 10,25% ao ano. 
O Ibovespa permaneceu na linha dos 119 mil pontos pela quarta sessão consecutiva, tendo, como na sexta-feira, testado os 118 mil pontos nas mínimas do dia. Ontem, o índice da B3 oscilou entre 118.685,10 e 119.663,06, com a máxima da sessão correspondendo à abertura. Ao fim, mostrava perda de 0,44%, aos 119.137,86 pontos, novo piso de encerramento para o ano, com giro a R$ 17,6 bilhões na sessão.
 

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