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Publicada em 06 de Junho de 2024 às 18:24

CEEE Equatorial projeta normalização de fornecimento pós-enchente neste final de semana

Presidente da distribuidora, Riberto Barbanera, diz que prejuízos com as chuvas devem ser calculados neste mês

Presidente da distribuidora, Riberto Barbanera, diz que prejuízos com as chuvas devem ser calculados neste mês

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
No auge dos problemas de atendimento de energia devido às inundações que assolaram o Rio Grande do Sul, a CEEE Equatorial registrou um pico de 206 mil consumidores sem luz (12% dos seus clientes) em sua área de concessão, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Esse número foi diminuindo gradativamente e a previsão do presidente da distribuidora, Riberto Barbanera, é que seja possível normalizar a situação dos cerca de 4 mil usuários que continuam sem fornecimento neste final de semana.
No auge dos problemas de atendimento de energia devido às inundações que assolaram o Rio Grande do Sul, a CEEE Equatorial registrou um pico de 206 mil consumidores sem luz (12% dos seus clientes) em sua área de concessão, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Esse número foi diminuindo gradativamente e a previsão do presidente da distribuidora, Riberto Barbanera, é que seja possível normalizar a situação dos cerca de 4 mil usuários que continuam sem fornecimento neste final de semana.

Jornal do Comércio (JC) - Quantos clientes da CEEE Equatorial estão ainda sem luz por causa das enchentes e qual a previsão de normalização?
Riberto Barbanera - A gente amanheceu nesta quinta-feira (6) com aproximadamente 4 mil clientes sem energia, na concessão toda. Em Porto Alegre, a gente já conseguiu trazer para cerca de 500 clientes. São casos pontuais no Centro histórico, cuja subestação é subterrânea e, apesar da água já não estar mais no nível da rua, no subsolo ainda tem líquido. O restante, essa diferença de Porto Alegre para o total, está concentrado muito em Pelotas e Rio Grande. Mas, a gente vem reduzindo isso dia a dia e a nossa melhor expectativa é que até o final de semana a gente dê por encerrada essa contingência e volte à vida normal a partir de segunda-feira (9).

JC - Antes das enchentes, a empresa já havia anunciado a necessidade de investimento para qualificar o fornecimento de energia. Como ficará essa questão a partir de agora?
Barbanera - A gente pegou uma empresa com um ativo bastante degradado, deteriorado, e tem que fazer muito investimento para poder resgatar esse ativo e colocá-lo em uma condição adequada de operação. A gente fez alguma coisa, mas muito aquém daquilo que precisava ser feito, porque a atividade de execução dessas obras concorreu com os atendimentos emergenciais, obviamente. Com o deslocamento de todas equipes para atender a emergências, a gente acabou retardando a realização desse plano de obras estruturantes, que esperamos a partir de segunda-feira retornar.

JC - Para atender às demandas de serviços apresentadas, a companhia terá que aumentar o número de pessoal?
Barbanera - Embora a gente tenha em janeiro ampliado equipes, estamos agora discutindo uma nova ampliação em cima daquela, porque com maior força de trabalho é maior a capacidade de execução e se abrevia o tempo de realização de obras.

JC - Já aumentou em quanto a mão de obra e qual a estimativa do próximo incremento?
Barbanera - Após o temporal que teve em setembro (de 2023), nós aumentamos aproximadamente 120, 130 equipes. Agora, estamos fazendo uma conta e falando em mais cerca de 80 a 90 equipes para recuperar esse cronograma de obras, vamos dizer assim.

JC - Cada equipe possui quantos profissionais?
Barbanera - A gente tem diversos tipos de equipes. Se eu falar de uma equipe de linha viva (energizada), normalmente se trabalha com três a quatro eletricistas. Se a gente fala de uma equipe de emergência, que é essa que no dia a dia atende às ocorrências com as caminhonetes, são três eletricistas. E as equipes que chamamos de pesadas, que são aquelas de construção efetiva, de postes e lançamentos de cabos, normalmente são constituídas de seis ou sete pessoas.

JC - Esse novo pessoal contratado, será próprio ou terceirizado?
Barbanera - Esse adicional que estamos colocando é tudo terceirizado.

JC - Qual o investimento já feito desde que o Grupo Equatorial assumiu a concessão da CEEE e qual a projeção para este ano?
Barbanera - Desde que a gente chegou aqui em 2021, até o primeiro trimestre de 2024, estamos falando um pouco mais de R$ 2 bilhões. A CEEE precisa de investimentos muito maiores ainda, então a gente segue investindo. O nosso orçamento de 2024 é algo em torno de R$ 1 bilhão. O maior volume de recursos está associado, sem dúvida, à questão da qualidade (de fornecimento). Os R$ 2 bilhões que falamos, foi investido fortemente em linhas de alta tensão e para aumentar a capacidade de subestações. Quando chegamos em 2021, cerca de 70% dos transformadores das subestações estavam com sobrecarga.

JC - A CEEE Equatorial já tem a estimativa de qual foi o prejuízo da empresa com as enchentes?
Barbanera - A gente está calculando esse número. Essa é uma solicitação que o próprio Ministério de Minas e Energia nos demandou, não só para nós, mas para as concessionárias aqui do Estado, a RGE e as cooperativas, que são as permissionárias de energia. O ministério está sensível a isso, a Aneel está sensível, entendendo o que está acontecendo. A gente faz duas reuniões por semana de acompanhamento, com a participação da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).

JC - E já se tem alguma ideia dos impactos?
Barbanera - Por exemplo, tivemos mais de 180 mil medidores de energia elétrica que ficaram submersos. A hora que a água baixou a energia voltou para o cliente, mas o medidor eletrônico, por dentro, danificou. Então, nós temos a expectativa de uma troca de um grande número de medidores. Além disso, teve duas subestações que ficaram plenamente alagadas, as subestações Porto Alegre 2 e 7. Esse cálculo do tamanho do prejuízo, dos ativos que foram comprometidos, faremos ao longo deste mês de junho.

JC - E como fazer a recuperação desses danos sem onerar demasiadamente a conta de luz ou prejudicar a situação financeira da companhia?
Barbanera - Tem algumas formas que a gente está olhando, o Ministério de Minas e Energia está responsável por isso. Há a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE – encargo do setor elétrico que promove o desenvolvimento desse segmento), tem aportes que o governo pode fazer, tem algumas soluções que estão na mesa para avaliação. Tão logo a gente consiga mensurar isso tudo, o próximo passo é exatamente olhar para as opções que se tem e definir a que seja melhor para preservar o interesse de todos, da melhor maneira possível.

JC - A água chegou a atingir a sede da CEEE Equatorial no bairro Humaitá, em Porto Alegre?
Barbanera - Não só chegou como inundou e submergiu a nossa sede. Os nossos colaboradores administrativos estão em casa, atuando à distância, remotamente. Nós alugamos um espaço temporário de coworking no bairro Moinhos de Vento, onde está instalado o primeiro grupo de comando da hierarquia da empresa. A gente teve um prejuízo bem grande na sede, inclusive com veículos que ficaram submersos também. Estamos em um esforço paralelo para viabilizar um local alternativo, porque queremos trazer as pessoas de volta para o presencial. Na sede não é possível em curto prazo.

JC - É uma possibilidade que a sede da empresa, futuramente, mude de local?
Barbanera - A gente vai avaliar tudo e daí tomar a melhor decisão.

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