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Publicada em 06 de Junho de 2024 às 14:14

Seis municípios atingidos pelas enchentes representam 53% das perdas da economia gaúcha

Marcos Lélis, é um dos professores responsável, pelo estudo do impacto das inundações na atividade econômica gaúcha

Marcos Lélis, é um dos professores responsável, pelo estudo do impacto das inundações na atividade econômica gaúcha

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Cláudio Isaías
Cláudio Isaías Repórter
O município de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, com mais de 40 mil habitantes, é a região mais afetada pelas enchentes de maio que causaram destruição no Rio Grande do Sul. A atividade econômica na cidade pode sofrer um impacto de 36,3% em maio de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado. Entre as cidades com maiores economias que foram atingidas pelas inundações estão Canoas e São Leopoldo com uma previsão de queda na arrecadação de 19,8% e 18,3%, respectivamente, em maio deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior.
O município de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, com mais de 40 mil habitantes, é a região mais afetada pelas enchentes de maio que causaram destruição no Rio Grande do Sul. A atividade econômica na cidade pode sofrer um impacto de 36,3% em maio de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado. Entre as cidades com maiores economias que foram atingidas pelas inundações estão Canoas e São Leopoldo com uma previsão de queda na arrecadação de 19,8% e 18,3%, respectivamente, em maio deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior.
Na sequência, aparecem os municípios de Guaíba (11%), Triunfo (10,7%) e Porto Alegre (5,3%). "Esses municípios podem representar aproximadamente 53% das atividades econômicas do Rio Grande do Sul", destaca o professor Marcos Lélis, da Escola de Gestão e Negócios da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) que, nesta quinta-feira (6), apresentou o estudo "Os efeitos na atividade econômica dos eventos climáticos de maio de 2024 sobre os municípios afetados do Rio Grande do Sul". O levantamento foi desenvolvido também pelos professores pesquisadores Magnus dos Reis e Camila Flores Orth.
Segundo Lélis, a experiência internacional aponta que, em geral, as quedas relacionadas a desastres naturais variam entre 0,7% e 3,7%, sendo a maioria até 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O professor explica que o levantamento foi realizado por município atingindo pelas enchentes para que se pudesse entender a realidade econômica de cada cidade, já que os efeitos foram heterogêneos entre eles. "Um número fechado para o Rio Grande do Sul, como um todo, pode não representar as realidades regionais. A ideia é trabalhar com as informações municipais para depois estimar o efeito no Rio Grande do Sul", comenta.  
Para a economia do RS, segundo Lélis, o estudo mostra que, até o mês de agosto, haverá uma possível perda de 4,2% do crescimento da atividade econômica gaúcha esperada para o ano de 2024 - sendo considerado nulo uma vez que a expectativa de crescimento do PIB gaúcho entre 4% e 5%. "O resultado do ano da atividade econômica, entre crescimento ou queda, estaria atrelado ao que pode ocorrer nos quatro últimos meses de 2024", acrescenta.
De acordo com Lélis, o cenário se mostra mais preocupante ao detalhar o crescimento do Rio Grande do Sul desde 2022, quando dois anos antes o Rio Grande do Sul já enfrentava diferentes estiagens com intensidades diversas. O levantamento feito pelos docentes, que apontou um resultado quase nulo até agosto de 2024, indicou que o PIB estaria 1,2% abaixo do alcançado em 2021, enquanto o PIB nacional pode alcançar um valor 8,1% superior na mesma comparação. "Com efeito, o conjunto de eventos climáticos ocorridos nos últimos três anos pode representar uma perda no crescimento acumulado nestes mesmo anos de 9,4% do Rio Grande do Sul quando comparado com o Brasil", acrescenta.   
O Estado sofre com inundações ocasionadas pelas fortes chuvas desde o início de maio. Dos 497 municípios gaúchos, a partir de informações do Departamento de Economia e Estatística, os professores da Escola de Gestão de Negócios da Unisinos, traçaram um cenário para o efeito climático no Rio Grande do Sul, considerando 251 cidades atingidas.    

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