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Publicada em 28 de Maio de 2024 às 18:49

Empresas indicam acesso ao crédito como foco no momento

Companhias buscam retomada econômica após as cheias

Companhias buscam retomada econômica após as cheias

Empresa Fontana/Divulgação/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Conforme a mais recente atualização de pesquisa elaborada pelo governo do Estado e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), ocorrida nesta terça-feira (28), após as enchentes, atualmente o foco para as empresas gaúchas é o acesso ao crédito. Em uma escala de 1 a 5, os entrevistados classificaram como 4,21 a prioridade desse fator para os seus negócios. Logo atrás dessa menção, estavam a postergação de impostos, com 3,99, e a renegociação de créditos, com 3,95.
Conforme a mais recente atualização de pesquisa elaborada pelo governo do Estado e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), ocorrida nesta terça-feira (28), após as enchentes, atualmente o foco para as empresas gaúchas é o acesso ao crédito. Em uma escala de 1 a 5, os entrevistados classificaram como 4,21 a prioridade desse fator para os seus negócios. Logo atrás dessa menção, estavam a postergação de impostos, com 3,99, e a renegociação de créditos, com 3,95.

Para compor esse quadro, a pesquisa obteve 14.882 respostas de microempresas, microempreendedores individuais, empresas de pequeno, médio e grande porte e produtores rurais. A maioria dos entrevistados está localizada nos municípios de Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo.
Dos pesquisados, 38,62% afirmou que estava em operação, 36,98% estava inativo e 24,4% operando parcialmente. Do total das empresas e produtores ouvidos, 61,2% informou que seu negócio foi muito impactado pela enchente. A maior parte desses empreendimentos (51,4) registra de um a 10 colaboradores.
Considerando o momento atual, 61,68% dos empreendedores disseram que não pretendiam tomar medidas como suspensão de contratos de trabalho ou implementação de férias coletivas. No entanto, apenas 14,75% deles confirmaram que seus negócios estavam segurados contra possíveis perdas ou danos.
Quanto a prejuízos financeiros, 70,8% das respostas apontaram perdas de zero até R$ 50 mil. Contudo, 16,6% indicaram em mais de R$ 500 mil o revés. Dos entrevistados, 81,53% comentaram precisar de crédito para a retomada. Entretanto, 78,58% admitiram que não estavam cientes de linhas disponíveis para auxiliar na recuperação econômica.
Do total de empreendedores ouvidos, 66,4% disseram que precisariam de até R$ 50 mil para a retomada e 18,7% relataram que serão necessários mais de meio milhão de reais. Mais da metade dos pesquisados se manifestaram pessimistas quanto ao futuro, ressaltando que estão preocupados com a sobrevivência dos seus negócios ou esperando uma redução no desempenho.
No segmento de agronegócios, a maior fatia dos entrevistados, 26,81%, apontou que o prejuízo da sua produção com as enchentes foi na ordem de 20% a 40% e 58,09% informou que possui alguma forma de crédito rural contratada que será afetada pelos danos da cheia. Os produtores salientaram ainda a preocupação com a situação atual das rodovias que irá afetar o escoamento de safra e a chegada de suprimentos.
Nos setores de comércio e de serviços, as estradas e acessos bloqueados ou danificados também foram citados na maioria das respostas (52,25% e 56,05%, respectivamente) como as principais dificuldades logísticas que suas empresas enfrentam para receberem produtos e insumos. Das companhias abordadas no segmento industrial, 63,29% revelaram que não possuem estoque suficiente para manter a produção ativa.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, salienta que as enchentes afetaram de forma generalizada a economia gaúcha e agora é necessário reconstruí-la. “Salvar agora um CNPJ é salvar vidas, é salvar empregos”, frisa Polo. Ele assinala que uma das expectativas do Rio Grande do Sul é contar com o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) para ajudar nesse restabelecimento. “Isso, sem dúvida, vai criar uma condição de acesso (a recursos) a essas empresas”, destaca.
Polo acrescenta que o Pronampe tem um teto de crédito de R$ 150 mil por companhia, entretanto, de acordo com o secretário, para muitos empreendimentos esse montante já será importante. Além disso, ele menciona a linha de crédito de R$ 15 bilhões, que será proveniente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), recentemente anunciada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

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