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Publicada em 23 de Maio de 2024 às 15:21

Processo de desinflação no Brasil continua, a questão é qual é a velocidade, diz diretor do BC

Diretor também informou que a autarquia está tentando entender os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a inflação

Diretor também informou que a autarquia está tentando entender os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a inflação

Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Divulgação/JC
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Agência Estado
O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, disse que a autoridade monetária passou a descrever neste ano a existência de alguma pressão do mercado de trabalho aquecido nos salários. Ainda que o processo de desinflação no Brasil continue, ele ponderou que há incertezas sobre qual é a sua velocidade.Diante do debate entre economistas sobre a capacidade de expansão do emprego, em razão das surpresas, Guillen considerou que o Brasil tem um mercado de trabalho saudável, com ritmo forte de contratações.Ele, emendou, porém, que o aumento dos salários parece menos relacionado à produtividade, o que pode significar pressão sobre os preços.
O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, disse que a autoridade monetária passou a descrever neste ano a existência de alguma pressão do mercado de trabalho aquecido nos salários. Ainda que o processo de desinflação no Brasil continue, ele ponderou que há incertezas sobre qual é a sua velocidade.

Diante do debate entre economistas sobre a capacidade de expansão do emprego, em razão das surpresas, Guillen considerou que o Brasil tem um mercado de trabalho saudável, com ritmo forte de contratações.

Ele, emendou, porém, que o aumento dos salários parece menos relacionado à produtividade, o que pode significar pressão sobre os preços.

O diretor de Política Econômica do Banco Central reforçou a mensagem de que o cenário internacional mais adverso, que levanta dúvidas sobre a velocidade da desinflação global, demanda maior cautela na condução da política monetária em mercados emergentes.

Ele disse que as incertezas no exterior estão relacionadas, sobretudo, aos próximos passos do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, assim como ao ritmo de queda dos juros em muitas economias avançadas diante do mercado de trabalho aquecido.

"As economias emergentes precisam de maior cautela quando conduzem suas políticas monetárias", comentou o diretor do BC. "Temos enfatizado uma dúvida sobre qual será a velocidade da desinflação global", reforçou.

As declarações de Guillen foram dadas durante palestra em seminário promovido pelo Centro Europeu de Economia e Finanças.

O diretor do BC disse ainda que o cenário prospectivo para a inflação está mais desafiador. Também informou que a autarquia está tentando entender os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a inflação.

Durante a palestra, Guillen ressaltou que há muita incerteza na perspectiva para a inflação, que, após surpreender para cima nos primeiros meses do ano, mostrou uma composição melhor nas últimas medições.

"O cenário prospectivo para a inflação está mais desafiador", declarou o diretor do BC, observando que a inflação de serviços - rodando acima de 6% nos setores intensivos em trabalho - tem desacelerado em ritmo menor. Por outro lado, comparou, os bens industriais têm mostrado comportamento bastante benigno.

Conforme Guillen, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) foi transparente ao falar da relevância das expectativas de inflação para o BC, assim como sobre o compromisso unânime dos diretores em ancorar as expectativas do mercado.

Embora não exista, desde junho do ano passado, incerteza sobre a meta de inflação, mantida em 3% apesar das pressões, Guillen chamou a atenção ao fato de que nas últimas semanas houve um aumento nas expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 e 2026.

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