Com giro a R$ 20,3 bilhões na sessão, o Ibovespa teve um dia de cautela, à espera de vetores que possam dar orientação aos negócios, após o encerramento, na semana passada, da temporada dos balanços das empresas brasileiras referentes ao primeiro trimestre. Nesta segunda-feira (20), o índice oscilou na faixa de 127.487,97 a 128.730,25 pontos e fechou o dia em baixa de 0,31%, aos 127.750,92. No mês, o Ibovespa avança 1,45%, com perda no ano a 4,80%.
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"Ibovespa iniciou a semana na contramão do humor global, seja no mercado americano, europeu ou asiático. Tem muita coisa para acontecer na semana, que trará novos dados sobre a situação fiscal doméstica, com potencial efeito para a curva de juros", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. "Lá fora, as falas de autoridades monetárias têm sido ainda em tom contracionista. Assim, a semana começa de forma mais tímida, mas os próximos dias prometem ser importantes, inclusive para se entender o direcionamento dos juros para junho e julho, com divulgações como a ata do Fed referente à mais recente reunião de política monetária nos Estados Unidos", acrescenta o analista.
A presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta segunda que o BC americano poderá manter os juros ou até elevá-los, se a inflação estagnar ou reverter o progresso obtido até o momento. De acordo com a dirigente, a política monetária está suficientemente restritiva, bem posicionada para atuar em qualquer cenário, dependendo dos dados disponíveis. Se a inflação subir, Mester disse estar "aberta" a elevar juros. No cenário contrário, o Fed poderá reduzir as taxas, caso aconteça uma deterioração da atividade ou se os preços mantiverem queda.
Por sua vez, a presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, disse que ainda não está confiante de que a inflação nos Estados Unidos recua sustentadamente em direção à meta de 2%. Por isso, a dirigente descartou urgência para ajustar os juros agora. Daly reforçou que a política monetária está em "boa posição" para lidar com os riscos vigentes. "Mas eu também não vejo evidência neste momento de que precisamos ajustar os juros para cima", argumentou.
Na B3, em dia moderadamente negativo para o Brent e o WTI, as ações da Petrobras (ON +0,34%, PN +0,16%) esboçaram leve recuperação após o tombo em torno de 12% ao longo da semana passada, em que foram punidas pela troca de comando na estatal. As ações da petrolífera estiveram entre os poucos nomes de primeira linha do Ibovespa que conseguiram fechar o dia em alta. Entre os grandes bancos, Santander Unit e BB ON avançaram, respectivamente, 0,54% e 0,83%. As perdas registradas por blue chips, contudo, foram bem discretas na sessão, com Vale ON em baixa de 0,05% e Itaú PN, de 0,30%, entre os principais nomes.
Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para Transmissão Paulista (+5,19%, na máxima do dia no fechamento), MRV (+3,57%), Marfrig (+3,56%) e Braskem (+3,23%). No lado oposto, IRB (-6,81%), Eletrobras ON (-3,53%, na mínima do dia no fechamento), TIM (-2,89%) e Yduqs (-2,87%).
No Brasil, os juros futuros operaram em alta, refletindo uma piora nas projeções da Selic e da inflação no Boletim Focus, aponta Jaqueline Kist, sócia da Matriz Capital. "Com a alta na expectativa do IPCA para 2024 e 2025, por consequência vemos a expectativa também elevada para a Selic até 2027, a 9% ao ano, dada a necessidade de política monetária restritiva por mais tempo no Brasil, com a deterioração na trajetória inflacionária", acrescenta. "Vemos, nesse cenário, uma projeção de inflação implícita beirando os 6% ao ano a partir de 2027, o dobro da meta de inflação do BC."
E, "lá fora, tem prevalecido perspectiva mais conservadora para os juros americanos, o que ajuda a entender a fraca performance do Ibovespa", diz Lucas Martins, sócio e especialista da Blue3 Investimentos, referindo-se também a declarações duras da diretora do Fed Michelle Bowman, na última sexta-feira (17), que contribuem para alimentar este cenário de fundo mais favorável à renda fixa do que à variável, ainda no momento.
"Ibovespa iniciou a semana na contramão do humor global, seja no mercado americano, europeu ou asiático. Tem muita coisa para acontecer na semana, que trará novos dados sobre a situação fiscal doméstica, com potencial efeito para a curva de juros", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. "Lá fora, as falas de autoridades monetárias têm sido ainda em tom contracionista. Assim, a semana começa de forma mais tímida, mas os próximos dias prometem ser importantes, inclusive para se entender o direcionamento dos juros para junho e julho, com divulgações como a ata do Fed referente à mais recente reunião de política monetária nos Estados Unidos", acrescenta o analista.
A presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta segunda que o BC americano poderá manter os juros ou até elevá-los, se a inflação estagnar ou reverter o progresso obtido até o momento. De acordo com a dirigente, a política monetária está suficientemente restritiva, bem posicionada para atuar em qualquer cenário, dependendo dos dados disponíveis. Se a inflação subir, Mester disse estar "aberta" a elevar juros. No cenário contrário, o Fed poderá reduzir as taxas, caso aconteça uma deterioração da atividade ou se os preços mantiverem queda.
Por sua vez, a presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, disse que ainda não está confiante de que a inflação nos Estados Unidos recua sustentadamente em direção à meta de 2%. Por isso, a dirigente descartou urgência para ajustar os juros agora. Daly reforçou que a política monetária está em "boa posição" para lidar com os riscos vigentes. "Mas eu também não vejo evidência neste momento de que precisamos ajustar os juros para cima", argumentou.
Na B3, em dia moderadamente negativo para o Brent e o WTI, as ações da Petrobras (ON +0,34%, PN +0,16%) esboçaram leve recuperação após o tombo em torno de 12% ao longo da semana passada, em que foram punidas pela troca de comando na estatal. As ações da petrolífera estiveram entre os poucos nomes de primeira linha do Ibovespa que conseguiram fechar o dia em alta. Entre os grandes bancos, Santander Unit e BB ON avançaram, respectivamente, 0,54% e 0,83%. As perdas registradas por blue chips, contudo, foram bem discretas na sessão, com Vale ON em baixa de 0,05% e Itaú PN, de 0,30%, entre os principais nomes.
Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para Transmissão Paulista (+5,19%, na máxima do dia no fechamento), MRV (+3,57%), Marfrig (+3,56%) e Braskem (+3,23%). No lado oposto, IRB (-6,81%), Eletrobras ON (-3,53%, na mínima do dia no fechamento), TIM (-2,89%) e Yduqs (-2,87%).
No Brasil, os juros futuros operaram em alta, refletindo uma piora nas projeções da Selic e da inflação no Boletim Focus, aponta Jaqueline Kist, sócia da Matriz Capital. "Com a alta na expectativa do IPCA para 2024 e 2025, por consequência vemos a expectativa também elevada para a Selic até 2027, a 9% ao ano, dada a necessidade de política monetária restritiva por mais tempo no Brasil, com a deterioração na trajetória inflacionária", acrescenta. "Vemos, nesse cenário, uma projeção de inflação implícita beirando os 6% ao ano a partir de 2027, o dobro da meta de inflação do BC."
E, "lá fora, tem prevalecido perspectiva mais conservadora para os juros americanos, o que ajuda a entender a fraca performance do Ibovespa", diz Lucas Martins, sócio e especialista da Blue3 Investimentos, referindo-se também a declarações duras da diretora do Fed Michelle Bowman, na última sexta-feira (17), que contribuem para alimentar este cenário de fundo mais favorável à renda fixa do que à variável, ainda no momento.