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Publicada em 17 de Maio de 2024 às 18:49

Dólar cai para R$ 5,10 com China e Campos Neto no radar

Moeda encerrou sessão em baixa de 0,55%

Moeda encerrou sessão em baixa de 0,55%

Arte/Jc
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Agência Estado
O dólar à vista emendou o segundo pregão consecutivo de queda na sessão desta sexta-feira (17) e fechou na linha de R$ 5,10, nos menores níveis em cerca de dez dias. Anúncio de estímulos imobiliários na China e nova alta do minério de ferro deram fôlego a divisas emergentes, apesar do avanço das taxas dos Treasuries.A perspectiva de fim iminente do ciclo de cortes da taxa Selic também contribui para que o real se recupere das perdas recentes, em meio aos ruídos políticos com o dissenso na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e a troca de comando na Petrobras. A manutenção de uma taxa real elevada e o fim da corrosão do diferencial entre juros interno e externo — com possibilidade de Selic estacionada em dois dígitos e eventual corte de juros nos EUA em setembro — tendem a dar certo suporte à moeda brasileira.Afora uma alta pontual e contida na abertura dos negócios, a moeda americana operou em baixa ao longo do restante da sessão. Com mínima a R$ 5,1010, à tarde, o dólar à vista encerrou o pregão em baixa de 0,55%, cotado a R$ 5,1020. A divisa encerra a semana com perdas de 1,09%, o que leva a desvalorização no mês a 1,74%."O real ficou para trás em relação aos pares emergentes nas últimas semanas por conta das notícias políticas, como a troca de presidência na Petrobras, mas agora está se recuperando. Hoje, tem um desempenho muito parecido com o do peso mexicano", afirma o diretor de investimentos da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, que ressaltou que a postura mais dura do Copom, reforçada na ata e em declarações de Campos Neto, favorece a moeda brasileira.Jolig observa também que havia um pessimismo exagerado que cerca a economia chinesa, que é em parte mitigado quando saem anúncios do governo de estímulo à economia, como o pacote imobiliário divulgado hoje. Entre as medidas anunciadas, estão a flexibilização de regras hipotecárias, ordem para governos locais comprarem casas não vendidas e redução do piso de taxas de hipotecas para primeira e segunda residências."Os players estão reduzindo as posições compradas em dólar contra a moeda da China. Isso colabora para um dólar menos forte em relação a emergentes", afirma o gestor, para quem a taxa de câmbio pode romper novamente o piso de R$ 5,00 e buscar R$ 4,90, caso não haja um "desastre" na política interna. "Vamos ter duas semanas mais tranquilas em termos de indicadores americanos, o que tende a favorecer ativos de risco. E o mercado parece mais otimista com corte de juros pelo Fed neste ano".Com a agenda americana esvaziada hoje, as atenções no exterior se voltaram a declarações de dirigentes do Federal Reserve. As taxas dos Treasuries exibiram alta moderada e tocaram máximas em meio a comentários da diretora Michelle Bowman. Embora tenha dito que considera o atual nível da política monetária restritivo e vislumbre arrefecimento da inflação, ela disse que continua disposta a apoiar um aumento de juros caso os dados indiquem pausa ou reversão do processo de desinflação.
O dólar à vista emendou o segundo pregão consecutivo de queda na sessão desta sexta-feira (17) e fechou na linha de R$ 5,10, nos menores níveis em cerca de dez dias. Anúncio de estímulos imobiliários na China e nova alta do minério de ferro deram fôlego a divisas emergentes, apesar do avanço das taxas dos Treasuries.

A perspectiva de fim iminente do ciclo de cortes da taxa Selic também contribui para que o real se recupere das perdas recentes, em meio aos ruídos políticos com o dissenso na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e a troca de comando na Petrobras. A manutenção de uma taxa real elevada e o fim da corrosão do diferencial entre juros interno e externo — com possibilidade de Selic estacionada em dois dígitos e eventual corte de juros nos EUA em setembro — tendem a dar certo suporte à moeda brasileira.

Afora uma alta pontual e contida na abertura dos negócios, a moeda americana operou em baixa ao longo do restante da sessão. Com mínima a R$ 5,1010, à tarde, o dólar à vista encerrou o pregão em baixa de 0,55%, cotado a R$ 5,1020. A divisa encerra a semana com perdas de 1,09%, o que leva a desvalorização no mês a 1,74%.

"O real ficou para trás em relação aos pares emergentes nas últimas semanas por conta das notícias políticas, como a troca de presidência na Petrobras, mas agora está se recuperando. Hoje, tem um desempenho muito parecido com o do peso mexicano", afirma o diretor de investimentos da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, que ressaltou que a postura mais dura do Copom, reforçada na ata e em declarações de Campos Neto, favorece a moeda brasileira.

Jolig observa também que havia um pessimismo exagerado que cerca a economia chinesa, que é em parte mitigado quando saem anúncios do governo de estímulo à economia, como o pacote imobiliário divulgado hoje. Entre as medidas anunciadas, estão a flexibilização de regras hipotecárias, ordem para governos locais comprarem casas não vendidas e redução do piso de taxas de hipotecas para primeira e segunda residências.

"Os players estão reduzindo as posições compradas em dólar contra a moeda da China. Isso colabora para um dólar menos forte em relação a emergentes", afirma o gestor, para quem a taxa de câmbio pode romper novamente o piso de R$ 5,00 e buscar R$ 4,90, caso não haja um "desastre" na política interna. "Vamos ter duas semanas mais tranquilas em termos de indicadores americanos, o que tende a favorecer ativos de risco. E o mercado parece mais otimista com corte de juros pelo Fed neste ano".

Com a agenda americana esvaziada hoje, as atenções no exterior se voltaram a declarações de dirigentes do Federal Reserve. As taxas dos Treasuries exibiram alta moderada e tocaram máximas em meio a comentários da diretora Michelle Bowman. Embora tenha dito que considera o atual nível da política monetária restritivo e vislumbre arrefecimento da inflação, ela disse que continua disposta a apoiar um aumento de juros caso os dados indiquem pausa ou reversão do processo de desinflação.

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