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Publicada em 17 de Maio de 2024 às 16:10

Polishop pede recuperação judicial e declara R$ 352 milhões em dívidas

Em Porto Alegre, loja ocupava espaço no primeiro piso do Praia de Belas

Em Porto Alegre, loja ocupava espaço no primeiro piso do Praia de Belas

PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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A rede varejista Polishop apresentou à Justiça de São Paulo seu pedido de recuperação judicial, no qual declara ter R$ 352 milhões em dívidas. No início de abril, a empresa tinha conseguido antecipar os efeitos do processo de recuperação para barrar vencimento de dívidas e execuções que, segundo seus advogados, poderiam resultar na liquidação de seu patrimônio.
A rede varejista Polishop apresentou à Justiça de São Paulo seu pedido de recuperação judicial, no qual declara ter R$ 352 milhões em dívidas. No início de abril, a empresa tinha conseguido antecipar os efeitos do processo de recuperação para barrar vencimento de dívidas e execuções que, segundo seus advogados, poderiam resultar na liquidação de seu patrimônio.
A Polishop disse que aguarda a homologação do pedido para se pronunciar sobre o assunto.
Se o juiz aceitar o pedido, a empresa terá 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial, no qual detalha como pagará suas dívidas trabalhistas, com fornecedores e com bancos.
A Polishop chegou a ter 280 lojas físicas, a maioria delas em shoppings, que eram combinadas ao ecommerce. Desde 2021, após o baque da pandemia sobre o comércio varejista, a companhia iniciou um plano de reorganização que previa a redução no número de lojas próprias e a ampliação das fraqueadas.
Segundo o pedido de recuperação encaminhado à 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo, a empresa tem hoje 58 pontos físicos e está sob o risco de despejo em 17 endereços.
No ano passado, a Polishop tinha 120 lojas, muitas delas sob risco de despejo. Shoppings da Grande São Paulo, do ABC e do interior foram à Justiça para retomar seus imóveis diante da inadimplência da varejista.
No pedido de recuperação judicial, a Polishop afirma ter chegado a ter receita anual de R$ 1,2 bilhão. Em 2023, a rede varejista fechou com um prejuízo de R$ 155 milhões.
A empresa diz ter sido afetada pelos fechamentos do comércio durante o controle da pandemia de Covid-19 e, em seguida, pela alta dos juros, que tornou o crédito mais caro. Antes da crise sanitária, aponta já ter enfrentado dificuldades para crescer entre os anos de 2015 e 2019 pela concorrência com novas empresas de ecommerce e pelo surgimento dos marketplaces.
Antes de buscar a Justiça em abril, a rede de lojas tentou negociar com seus credores, mas, segundo seus advogados, as conversas não avançaram e alguns passaram a "promover as amortizações, retenções e ordens de despejo".
Com a medida cautelar antecipando provisoriamente os efeitos da recuperação judicial, a empresa conseguiu a suspensão dessas medidas, de vencimentos antecipados de dívidas financeiras e também manter serviços com plataformas de marketing e tecnologia.
Desde então, fechou dez lojas e demitiu cerca de 100 funcionários. Atualmente, ainda emprega 500 pessoas.
A Polishop foi fundada em 1995 por João Appolinário, que segue no comando da companhia, inicialmente vendendo dietas em televendas, os chamados infocomerciais na televisão. Em 2000, deu início à operação de vendas pela internet e em 2003, inaugurou a primeira loja física, no shopping Central Plaza, em São Paulo.
No mesmo ano, a Polimport, o nome formal da Polishop, criou seu canal de TV, onde eram apresentados os produtos à venda. Segundo a empresa, a exposição na televisão alavancou as vendas das lojas físicas, que chegaram a 45 unidades em dois anos.
No pedido enviado à Justiça na última semana, os advogados da companhia pedem a exclusão de outros negócios de Appolinário aos trâmites da recuperação judicial, como a venda de franquias e de garantia estendida dos produtos.
A recuperação judicial, segundo a empresa, é a única alternativa para "superar a situação momentânea de crise econômico-financeira deficitária". A Polishop defende, por meio de seus advogados, que o soerguimento das atividades é viável devido à estrutura operacional e notoriedade da companhia.
"Além do mais, a requerente acredita que o cenário recessivo nacional é transitório, devendo ser superado em um ou dois anos", afirma.

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