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Publicada em 09 de Maio de 2024 às 19:07

Ufrgs projeta medidas para a reconstrução do RS

Manifesto da FCE apresenta série de propostas para o enfrentamento da crise causada pelas enchentes no RS

Manifesto da FCE apresenta série de propostas para o enfrentamento da crise causada pelas enchentes no RS

Carlos Fabal/AFP/JC
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Gabriel Dias
A Faculdade de Ciências Econômicas (FCE) da Ufrgs divulgou um manifesto com uma série de propostas para o enfrentamento da crise causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, assim como políticas de reconstrução do Estado à longo prazo. O projeto foi realizado pelos professores Maria de Lurdes Furno da Silva e André Moreira Cunha, diretora e vice-diretor da FCE. Entre as medidas estão a reestruturação da dívida do RS com a União e reavaliação dos compromissos ambientais para minimizar o impacto negativo na economia.
A Faculdade de Ciências Econômicas (FCE) da Ufrgs divulgou um manifesto com uma série de propostas para o enfrentamento da crise causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, assim como políticas de reconstrução do Estado à longo prazo. O projeto foi realizado pelos professores Maria de Lurdes Furno da Silva e André Moreira Cunha, diretora e vice-diretor da FCE. Entre as medidas estão a reestruturação da dívida do RS com a União e reavaliação dos compromissos ambientais para minimizar o impacto negativo na economia.
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Cunha aponta que os esforços ainda estão direcionados para a ajuda humanitária, mas será necessária a elaboração de um projeto econômico sustentável para lidar com a reconstrução de diversos setores atingidos pela maior catástrofe ambiental que o Estado já viu. Segundo o professor, o primeiro passo para uma organização é dimensionar qual seria o custo de adaptação às mudanças climáticas, tanto na prevenção de novos eventos, quanto no auxilio na reformulação das áreas afetadas.

O material apresentado pelo FCE aponta que os investimentos públicos necessários estariam na casa dos R$ 6 bilhões e R$ 8,5 bilhões. Já os privados girariam em torno de R$ 16 bilhões a R$ 21,5 bilhões. “O Rio Grande do Sul apresentou uma relação investimento/PIB igual a 15% na última década, o que o posicionou abaixo da média nacional (17,7%). Esse baixo dinamismo está relacionado ao volume inferior ao necessário de investimentos, como estradas, aeroportos e tudo que envolva capital fixo. Um caminho seria a ampliação desses investimentos para um retorno mais objetivo”, afirma Cunha.
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Outro ponto citado pelos docentes é sobre a dívida histórica que o Estado tem com a União. Devido ao alto endividamento do Rio Grande do Sul, os professores explicam que a capacidade de investimentos do estado acaba sendo prejudicada. “Os recursos que o Estado teria em mãos a partir do não pagamento da dívida, poderiam ser realocados para as iniciativas que tem em comum a resiliência climática, tanto na prevenção, quanto na reconstrução da nossa sociedade”, ressalta o vice-diretor do FCE.

Entre as medidas propostas, o manifesto também registra que é de extrema necessidade uma organização estrutural do Estado para lidar com políticas ambientais, de forma que a economia seja compatível com o preparo para os riscos climáticos. “Preservar o planeta também é preservar a economia. A negligência climática é ruim para os negócios, pos afasta possíveis investidores de um local onde não aparenta ter segurança em situações extremas”, aponta o professor Cunha.

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