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Publicada em 09 de Maio de 2024 às 10:49

Braskem aumenta produção de outras regiões para compensar parada em Triunfo

Empresa segue sem previsão de retomada das operações no Rio Grande do Sul

Empresa segue sem previsão de retomada das operações no Rio Grande do Sul

bitenka/braskem/divulgação/jc
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Com a parada da produção das unidades da Braskem no Polo Petroquímico de Triunfo devido às enchentes no Rio Grande do Sul, a empresa, que tinha capacidade ociosa em suas plantas localizadas em outros estados, elevou sua produção nessas outras fábricas, principalmente, no que diz respeito às resinas polipropileno e polietileno. “A gente não vê esse cenário de falta desses produtos no mercado”, afirma o CFO da companhia, Pedro Freitas.
Com a parada da produção das unidades da Braskem no Polo Petroquímico de Triunfo devido às enchentes no Rio Grande do Sul, a empresa, que tinha capacidade ociosa em suas plantas localizadas em outros estados, elevou sua produção nessas outras fábricas, principalmente, no que diz respeito às resinas polipropileno e polietileno. “A gente não vê esse cenário de falta desses produtos no mercado”, afirma o CFO da companhia, Pedro Freitas.
No primeiro trimestre de 2024, a taxa de utilização das unidades da Braskem no País foi na ordem de 74%. "E, neste momento, se a gente considerar todas as plantas do Brasil, estamos rodando a cerca de 50%", revela Freitas. Ele salienta que os eventos climáticos no Rio Grande do Sul reduziram a capacidade de produção interna de resinas termoplásticas no mercado nacional, contudo diminuíram também a demanda por essas matérias-primas.
Apesar da ação de deslocamento de produção, a empresa não conseguiu adotar essa mesma estratégia com o polietileno verde, feito com o etanol da cana-de-açúcar e apenas na planta do Rio Grande do Sul. No entanto, Freitas destaca que a Braskem possui estoque desse material no exterior que, estima o dirigente, deve durar entre dois a três meses. Também há estoque no Estado, porém a condição logística atual impede o acesso ao produto. O CFO da Braskem não tem uma previsão de data específica para a retomada da operação das unidades em Triunfo, mas calcula que será antes do estoque do chamado plástico verde acabar.
Freitas admite que ainda não se tem um levantamento preciso do prejuízo financeiro que as enchentes causaram na operação da empresa no Estado. Ele detalha que a água não provocou danos nas unidades petroquímicas, contudo impediu a movimentação com segurança dos trabalhadores do Polo de Triunfo, assim como atrapalhou a logística de escoamento de produtos.
Um ativo pertencente à Braskem que sofreu danos relevantes com o aumento do nível d’água foi o Terminal Santa Clara, que se encontra dentro do complexo petroquímico gaúcho, às margens do rio Jacuí. Essa estrutura hoje é utilizada pelo grupo Wilson Sons para a movimentação de contêineres. “Agora é esperar a água baixar e ver o que tem que ser feito. Se vai ser a Braskem que vai fazer, se vai ser a Wilson Sons, isso vai depender do impacto, do que precisa ser feito, das responsabilidades de cada um e da parceria que a gente tem com eles para a gente dividir esse trabalho”, ressalta Freitas.
O CFO da Braskem acrescenta que, paralelamente, a empresa está doando para as comunidades do entorno do Polo (nos municípios de Triunfo, Montenegro e Nova Santa Rita) cestas básicas, kits de higiene, além de repassar resinas para transformadores gerarem produtos que possam beneficiar os atingidos pelas águas, como sacolas e baldes plásticos, por exemplo. Freitas repassou essas informações nesta quinta-feira (9), durante a apresentação dos resultados da Braskem no primeiro trimestre deste ano. No período, a companhia registrou um prejuízo líquido de cerca de R$ 1,3 bilhão.

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