A chuvas também afetaram um dos principais motores da economia gaúcha: o Polo Petroquímico de Triunfo. Depois de ter anunciado a paralisação de algumas das suas unidades localizadas no Polo Petroquímico de Triunfo ma sexta, a Braskem, principal empresa do complexo, optou por uma interrupção total da produção de suas plantas.
Em nota, a companhia comunica "que, por motivos de força maior, devido aos eventos climáticos extremos que estamos sofrendo no nosso Estado nos últimos dias, com fortes chuvas, alagamento e bloqueio de estradas, demos início aos processos de parada geral dos ativos das nossas unidades produtivas no Polo Petroquímico de Triunfo. Esta ação é preventiva, diante de um possível cenário de interrupção na captação de água, visando uma parada segura".
A empresa também informou que, devido à parada, será necessário o acionamento do flare, dispositivo padrão de segurança utilizado pelas indústrias petroquímicas e que gera uma chama no momento da queima de alguns resíduos químicos. Ainda conforme a Braskem, como parte desse processo, nos próximos dias poderá ser percebida uma luminosidade diferente do usual vinda das fábricas da companhia.
A produção deverá ser retomada quando forem restabelecidas as condições seguras, a volta do fornecimento de insumos e liberadas as vias de acesso ao Polo. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Porto Alegre e Triunfo/RS (Sindipolo), Ivonei Arnt, acrescenta que a Arlanxeo também interrompeu sua operação e havia a perspectiva que a Innova e a Oxiteno, outras empresas do Polo gaúcho, adotassem a mesma decisão.
De acordo com o diretor-presidente da Arlanxeo, Angelo Brazil, a companhia está paralisando as atividades preventivamente de modo a preservar a segurança dos colaboradores e instalações devido a inundações das rodovias e impossibilidade de acesso ao Polo. "Nossas instalações não foram afetadas pelas chuvas e as operações serão imediatamente retomadas assim que o acesso for liberado", afirma o executivo.
O presidente do Sindipolo comenta que trabalham no complexo de Triunfo em torno de 2 mil funcionários e, no momento, nem metade desse total está atuando. Ele salienta ainda que o terminal Santa Clara, que fica dentro do Polo, às margens do rio Jacuí, também foi afetados. Em nota, a Wilson Sons, que administra a estrutura, confirma que as operações do terminal Santa Clara estão temporariamente paralisadas até que seja possível retomar as condições seguras de navegação.