As recentes chuvas também afetaram um dos principais “motores” da economia gaúcha: o Polo Petroquímico de Triunfo. Em nota, a Braskem, maior empresa do complexo, detalha que “devido aos eventos climáticos extremos que estamos sofrendo no nosso Estado nos últimos dias, com fortes chuvas, alagamento e bloqueio de estradas, o que tem provocado impacto no fornecimento de insumos, demos início desde a manhã desta sexta-feira (3) numa ação preventiva que envolve a parada de algumas de nossas plantas situadas no Polo Petroquímico de Triunfo”.
A empresa acrescenta que, por esse motivo, será necessário o acionamento do flare, dispositivo padrão de segurança utilizado pelas indústrias petroquímicas e que gera uma chama no momento da queima de alguns resíduos químicos. Ainda conforme a Braskem, como parte desse processo, nos próximos dias poderá ser percebida uma luminosidade diferente do usual vinda das fábricas da companhia.
A assessoria de imprensa da empresa detalha que foram interrompidas algumas linhas de produção de polietileno e polipropileno, químicos e combustíveis. Assim, foram paradas uma das unidades de olefinas e quatro das seis unidades de resinas termoplásticas. A produção deverá ser retomada quando forem restabelecidas as condições seguras, a volta do fornecimento de insumos e liberadas as vias de acesso ao Polo.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Porto Alegre e Triunfo/RS (Sindipolo), Ivonei Arnt, acrescenta que a Arlanxeo também interrompeu sua operação e havia a perspectiva que a Innova e a Oxiteno, outras empresas do Polo gaúcho, adotassem a mesma decisão. De acordo com o diretor-presidente da Arlanxeo, Angelo Brazil, a companhia está paralisando as atividades preventivamente de modo a preservar a segurança dos colaboradores e instalações devido a inundações das rodovias e impossibilidade de acesso ao Polo. “Nossas instalações não foram afetadas pelas chuvas e as operações serão imediatamente retomadas assim que o acesso for liberado”, afirma o executivo.
O presidente do Sindipolo comenta que, normalmente, trabalham nas companhias do complexo de Triunfo em torno de 2 mil funcionários e, no momento, nem metade desse total está atuando. Arnt ressalta que, nos últimos dias, já estava muito complicado para os trabalhadores acessarem e deixarem a estrutura devido às chuvas.
O representante do Sindipolo salienta ainda que o terminal Santa Clara, que fica situado dentro do Polo, às margens do rio Jacuí, também foi afetado pela elevação das águas. “Estava inundado, inclusive chegou a boiar alguns contêineres”, diz Arnt. Em nota, a Wilson Sons, que administra a estrutura, confirma que as operações do terminal Santa Clara estão temporariamente paralisadas até que seja possível retomar as condições seguras de navegação.
A situação que aflige o Polo Petroquímico de Triunfo de uma forma generalizada, reforça o presidente do Sindipolo, requer muito cuidado com as questões de segurança. “Uma parada de plantas nessas condições, sempre é algo bastante crítico”, enfatiza o dirigente.