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Publicada em 30 de Abril de 2024 às 07:30

Malha de transportes ainda é desafio para empresários industriais, aponta estudo

Relatório da Confederação Nacional das Indústrias elenca 27 propostas para melhorar infraestrutura na região Sul

Relatório da Confederação Nacional das Indústrias elenca 27 propostas para melhorar infraestrutura na região Sul

CNI/Divulgação/JC
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta terça-feira (30), apontou que problemas na infraestrutura de modais (rodoviário, ferroviário, hidroviário e aéreo) são a principal dificuldade dos empresários industriais na região sul do País. De acordo com o relatório “Panorama da Infraestrutura – Edição Sul", 81% dos entrevistados afirmam que a precariedade das malhas de transporte interfere na eficiência do trabalho. Os principais gargalos estão nas rodovias. 
Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta terça-feira (30), apontou que problemas na infraestrutura de modais (rodoviário, ferroviário, hidroviário e aéreo) são a principal dificuldade dos empresários industriais na região sul do País. De acordo com o relatório “Panorama da Infraestrutura – Edição Sul", 81% dos entrevistados afirmam que a precariedade das malhas de transporte interfere na eficiência do trabalho. Os principais gargalos estão nas rodovias. 
"O objetivo do relatório é fazer um retrato e elencar as prioridades de investimento na região. É um documento essencial para subsidiar políticas públicas", considerou Ramon Cunha, especialista em Infraestrutura da CNI.
Em um documento de 76 páginas, o relatório traz dados sobre rodovias, portos, aeroportos e malha ferroviária nos três estados do Sul, além de dados sobre transição energética, internet e saneamento básico. Também há uma pesquisa sobre a percepção dos empresários em relação a infraestrutura da região. Por fim, o relatório apresenta 27 propostas para melhorar as condições de infraestrutura a partir das verbas autorizadas pelo Ministério dos Transportes e pelo Ministério de Portos e Aeroportos para 2024, que totalizam R$ 2,7 bilhões. 
No Rio Grande do Sul, os dois maiores investimentos deste ano estão previstos  na BR-116, no trecho entre Porto Alegre e Pelotas, com R$ 162.030.214, e nos entroncamentos da BR -116 para Guaíba e da BR-471 (Pântano Grande) com R$ 125.863.086. Já no âmbito do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) devem ser investidos, no total, mais R$ 81, 9 bilhões em transporte eficiente e sustentável nos três estados do Sul

Percepção dos empresários na região Sul

Embora 57% dos empresários industriais considerem as condições de infraestrutura como
ótimas ou boas na região Sul, 25% consideram que a infraestrutura rodoviária é ruim ou péssima, cinco pontos acima da média nacional. No modal ferroviário, a insatisfação é ainda maior: cerca de 31% dos respondentes consideram a infraestrutura ferroviária como ruim ou péssima.
No transporte hidroviário, esse percentual equivale a 20%, mas 48% dos empresários afirmam
que a infraestrutura portuária é ótima ou boa. O modal mais bem avaliado foi o aéreo. Na região Sul, 54% dos empresários industriais dizem que a infraestrutura aeroportuária é ótima ou boa.
No topo da lista de prioridade de investimentos para os próximos quatro anos, os empresários elegeram infraestrutura de rodovias e ferrovias, seguido por ampliação e duplicação de rodovias e acesso a portos.

Propostas para o Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, o estudo aponta para a necessidade de providenciar a duplicação do trecho entre Eldorado do Sul e Pantano Grande (BR-290), assim como realizar a reforma das pontes do Arroio Bossoroca e de Uruguaiana Passo de Los Livres. Também é preciso readequar o trecho da BR-116 (Porto Alegre/Novo Hamburgo) por meio de obras de aperfeiçoamento físico e de segurança de tráfego e garantir celeridade para conclusão da duplicação da BR-116 Sul e BR-392 até Rio Grande, e concluir a nova ponte sobre o Rio Guaíba com a finalização das conexões de quatro alças de acesso. Na BR-116/RS, o documento sugere a adequação de curvas entre os quilômetros 90 e 135.
No modal hidroviário, também foram citadas reformas estruturais e modernização de equipamentos das represas equipadas com eclusas, a dragagem de desassoreamento e balizamento da Hidrovia de Lagoa Mirim (Brasil - Uruguai), incluindo o Canal de São Gonçalo, e a revitalização de outras hidrovias em rios. No Rio do Guaíba, o relatório propõe instalação de estruturas de proteção dos pilares das duas pontes. 
No modal ferroviário, o estudo diz que é preciso acompanhar e fiscalizar o processo de renovação antecipada (ou nova concessão) da Malha Sul e buscar soluções para as devoluções de trechos
não economicamente viáveis da concessionária. O documento cita ainda a Usina Termelétrica de Rio Grande, afirmando que é preciso buscar uma solução para viabilizar o empreendimento.
O presidente da CNI, Ricardo Aban, considerou que o relatório busca contribuir para a melhora da infraestrutura na região, fator fundamental para o fortalecimento da indústria e da economia. “Esse estudo é fruto de uma articulação com empresários e com as federações das indústrias da Região Sul no intuito de preparar e fortalecer a infraestrutura dos estados para a neoindustrialização que o Brasil precisa”, afirmou Alban, em nota.

Para o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, uma infraestrutura que facilite o escoamento da produção é condição fundamental para reter e atrair investimentos. “A carência que temos nesta área ameaça o desenvolvimento econômico do Estado. Além disso, nos impõe um grande desafio para acelerar a conclusão das obras prioritárias, cujo tempo de execução de algumas delas já superam dez anos”, disse Petry, em nota.
A pesquisa contou com 2,5 mil empresários entrevistados, 500 de cada região do País. Este foi o primeiro de uma série de relatórios regionais. 

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