Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 22 de Abril de 2024 às 18:27

Prates defende fundo para dar estabilidade na distribuição de dividendos da Petrobras

Distribuição de dividendos foi um dos pivôs da crise que ameaçou Prates no comando da estatal

Distribuição de dividendos foi um dos pivôs da crise que ameaçou Prates no comando da estatal

Paulo Pinto/Agência Brasil/JC
Compartilhe:
JC
JC
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu nesta segunda-feira (22) que a ideia de não distribuir logo todos os dividendos extraordinários da estatal, mas apenas 50% deles, segue um mecanismo usado em outros países de um fundo para dar estabilidade no pagamento de proventos aos acionistas.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu nesta segunda-feira (22) que a ideia de não distribuir logo todos os dividendos extraordinários da estatal, mas apenas 50% deles, segue um mecanismo usado em outros países de um fundo para dar estabilidade no pagamento de proventos aos acionistas.

"Se nós como gestores, o conselho de administração, como administradores da empresa, vislumbrarmos lá na frente um período onde o dividendo pode ser menor ou ter alguma coisa, você equaliza aquele dividendo lá com a reserva que você fez num período extraordinariamente positivo de hoje", disse Prates a jornalistas em São Paulo após participar de evento com executivos organizado pela Esfera Brasil.
"Então, a gente achou por bem que metade desse dividendo extraordinário fosse destinado para começar a criar ali um 'fundozinho' para remuneração dos acionistas em tempos em que aquilo caia. Por que isso é importante? Porque você pode ter realmente um fato mais à frente e ter uma expectativa de dividendos menor, fazendo com que a ação caia", completou.
A distribuição de dividendos foi um dos pivôs da crise que ameaçou Prates no comando da estatal.
A proposta original da diretoria da Petrobras já era fazer a distribuição de 50% dos R$ 43 bilhões de lucro adicional que a companhia teve em 2024 sob a forma de dividendos extraordinários. Isso representaria uma receita adicional de R$ 12,59 bilhões para a União.
No entanto, a medida foi barrada no conselho de administração com apoio massivo dos representantes do governo. Na ocasião, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, se absteve.
A decisão deflagrou uma escalada nos desentendimentos entre Prates e o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), que atuou pela retenção dos dividendos.
Em 7 de março a Petrobras anunciou a retenção completa do montante. A ação preferencial (que dá preferência na distribuição dos dividendos) caiu cerca de 50% em um mês.
Os acionistas ficaram desconfiados de uma intervenção do governo nas decisões da petroleira e de uma mudança de estatuto para redirecionar os dividendos para investir em projetos de expansão que fogem da finalidade atual da companhia.
Na última sexta, no entanto, o governo recuou e decidiu pela distribuição 50% dos dividendos extraordinários. Os outros 50% ficarão em uma reserva para uma nova avaliação do conselho de administração nos próximos meses.
Segundo Prates, a nova proposta dá mais conforto aos acionistas. Ele afirmou que a decisão final deve ser tomada na Assembleia Geral Extraordinária da estatal.

Notícias relacionadas