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Publicada em 20 de Abril de 2024 às 12:45

Bolsa Família freia alta na desigualdade, aponta IBGE

Proporção de domicílios no País com algum beneficiário do Bolsa Família saltou de 16,9%, em 2022, para 19% em 2023

Proporção de domicílios no País com algum beneficiário do Bolsa Família saltou de 16,9%, em 2022, para 19% em 2023

JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/DIVULGAÇÃO/JC
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Agência Estado
A ampliação de programas sociais como o Bolsa Família ajudou a segurar a desigualdade de renda no ano passado, mostra estudo divulgado nesta sexta-feira (19), pelo IBGE. O chamado Índice de Gini ficou em 0,518, o mesmo valor registrado no ano anterior. O índice varia numa escala de 0 a 1: quanto mais próximo de 1, maior é a concentração de renda.
A ampliação de programas sociais como o Bolsa Família ajudou a segurar a desigualdade de renda no ano passado, mostra estudo divulgado nesta sexta-feira (19), pelo IBGE. O chamado Índice de Gini ficou em 0,518, o mesmo valor registrado no ano anterior. O índice varia numa escala de 0 a 1: quanto mais próximo de 1, maior é a concentração de renda.
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Pelo levantamento, a proporção de domicílios no País com algum beneficiário do Bolsa Família saltou de 16,9%, em 2022, para 19% em 2023 - novo recorde. Bandeira do governo Lula, o programa foi relançado no ano passado, em substituição ao antigo Auxílio Brasil, do governo Bolsonaro. As regiões Norte e Nordeste foram as que tiveram redução mais expressiva na desigualdade de renda (mais informações na pág. B2).

Mas o resultado de 0,518 continua sendo o mais alto da série histórica. Além disso, ao retirar da conta os ganhos com programas como o Bolsa Família, o Índice de Gini volta a subir - de 0,486 para 0,494 no ano passado.

Aumentou ainda o rendimento médio domiciliar per capita no País, considerando não só a ampliação do Bolsa Família, mas também o pagamento de benefícios previdenciários e os efeitos do aquecimento do mercado de trabalho, com mais pessoas ocupadas e aumento de salários. Ajustado pela inflação, esse valor atingiu o recorde de R$ 1.848 por mês, alta de 11,5% ante 2022. Na base da pirâmide, considerando os 5% mais pobres, o ganho foi de 38,5%, para R$ 126 por pessoa por mês.

Programas sociais

Os programas sociais do governo fizeram a diferença em 2023 para a camada mais pobre da população, de acordo com a pesquisa do IBGE. O rendimento médio mensal real per capita dos 40% da população com menores rendimentos cresceu 12,6% de um ano para outro, atingindo o maior valor da série histórica.

Mesmo assim, o rendimento dessa camada de brasileiros ainda é baixo. Por dia, em média, o rendimento ficou em R$ 17,50 no ano passado, ante R$ 15,60 em 2022. A maior cifra foi registrada no Sul, de R$ 26 por dia, enquanto a menor foi no Nordeste, de R$ 11,40 por dia. Segundo o IBGE, contribuíram para o aumento de renda o valor maior do programa Bolsa Família ao longo de todo o ano, a melhoria no mercado de trabalho e o aumento real do salário mínimo.

A pesquisa do IBGE mostra também que as famílias brasileiras conseguiram em 2023 ultrapassar o patamar de renda perdido durante o período de Covid-19 e registrar um novo recorde. Com a retomada da economia e os programas de transferência de renda, a massa de renda domiciliar per capita do brasileiro foi a maior da série histórica e ultrapassou em R$ 49 bilhões o nível registrado em 2019, antes da pandemia.

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