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Publicada em 14 de Abril de 2024 às 14:04

Vinho gaúcho é divulgado na Europa, antes de feira internacional em Bento Gonçalves

Missão do Estado visitou estande de vinícolas gaúchas em Verona

Missão do Estado visitou estande de vinícolas gaúchas em Verona

MAURICIO TONETTO/PALACIO PIRATINI/DIVULGAÇÃO/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
De Verona (Itália)
De Verona (Itália)
A qualidade do vinho gaúcho está sendo exposta em uma das principais feiras mundiais da bebida, a Vinitaly, que ocorre entre os dias 14 e 17 de abril, em Verona, na Itália. O evento antecede outro importante acontecimento do setor que é a Wine South America, que será realizada em Bento Gonçalves, em setembro.
A Vinitaly foi o local da primeira agenda oficial do governador Eduardo Leite, que lidera uma missão do governo estadual em terras italianas e alemãs. "As últimas décadas marcaram o esforço dos produtores gaúchos na melhoria da qualidade dos seus vinhos, que já é reconhecida", frisa Leite. Ele lembra que cerca de 90% da produção brasileira de vinhos finos é oriunda do Rio Grande do Sul. A importância da vitivinicultura gaúcha é tão significativa que há um espaço próprio do Estado na Vinitaly, separado do estande do Brasil.
O governador aproveitou a abertura da feira para ressaltar ao presidente da Veronafieri (organizadora dos eventos em Verona e também em Bento Gonçalves), Frederico Bricolo, a expectativa de que a Wine South America seja bem-sucedida. Bricolo, por sua vez, salienta que os eventos demonstram o enorme interesse pelo vinho no mundo. Enquanto a Vinitaly conta com 4,3 mil expositores e tem uma expectativa de 93 mil visitantes, o encontro na Serra gaúcha espera a participação de 360 marcas de vinhos de diversas nacionalidades.
O diretor da Milanez & Milaneze (representante da Veronafiere no Brasil), Marcos Milanez Milaneze, reforça que os vinhos brasileiros participando de encontros como esses possibilita ao País demonstrar que é um excelente produtor da bebida.
No caso da Vinitaly, ele lembra que no ano passado participaram do evento cinco vinícolas gaúchas e na edição de 2024 a quantidade dobrou. Estão expondo na feira nomes como Miolo, Casa Valduga, Don Giovanni, Vinhos Fabian, Tenuta Foppa & Ambrosi, Pizzato, Aurora, Don Guerino, Viapiana e Boscato. Para o próximo ano, a perspectiva é que, além dos vinhos do Rio Grande do Sul, seja possível apresentar cachaças e azeites gaúchos na exposição.
Milaneze argumenta que estar em uma feira como a Vinitaly, assim como abre mercados para a exportação, possibilita às vinícolas se posicionarem como importantes agentes do setor.

Já o diretor-superintendente da Miolo, Adriano Miolo, assinala que pelo evento passam compradores e exportadores de vinhos de todo o mundo. "Estar aqui é estar mesmo no mercado internacional" enfatiza o empresário. Ele assinala que as vinícolas brasileiras estão mais organizadas e se surpreenderam pelo interesse despertado na feira pelo vinho nacional. Miolo salienta que uma das maiores barreiras para o vinho brasileiro era justamente a falta de conhecimento sobre o produto.


Vinitaly é aberta com protestos

O começo da Vinitaly não escapou de polêmicas. Durante discurso do ministro da agricultura e soberania alimentar da Itália, Francesco Lollobrigida, duas manifestantes se levantaram e expuseram cartazes em favor da liberação da cannabis, para posteriormente serem retiradas do auditório onde aconteceu a abertura do evento.
Também houve muitas citações dos palestrantes que abriram oficialmente a feira criticando a vinculação do vinho ao câncer. Provavelmente, isso ocorreu em resposta à ideia de algumas nações que estudam rotular bebidas alcoólicas como produtos com riscos cancerígenos.



Embaixador vê demanda suficiente para estabelecer voo entre Porto Alegre e Roma


Sobre a perspectiva da confirmação de uma rota aérea direta entre o Rio Grande do Sul e a Itália, uma das metas da missão gaúcha à Europa, o embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, vê demanda para que a iniciativa seja consolidada. Ele revela que comentou com os executivos da empresa ITA Airways que Rio de Janeiro e São Paulo são fundamentais na questão de trânsito de passageiros, de um lado para o outro, mas que havia também a necessidade de se ter um voo direto de Roma para o Nordeste do Brasil, para uma cidade a ser definida pela companhia, e outro para Porto Alegre.
"Acho que é fundamental para que possamos abastecer todo o Conesul com italianos e ao mesmo tempo estimular o turismo dos descendentes", argumenta. Ele ressalta que a prioridade da política desenvolvida pela embaixada, nesse momento, é a atração de investimentos para o Brasil e a possibilidade de transferência de tecnologias necessárias para acelerar o desenvolvimento do País, assim como aumentar as exportações brasileiras através da maior exposição das mercadorias nacionais no exterior.
"O fato de ter uma comitiva do Rio Grande do Sul aqui, chefiada pelo seu governador, reforça o discurso de promoção dos nossos produtos e das nossas marcas", frisa o embaixador.
Apesar da importância do comércio internacional, Mosca admite que atualmente o conflito envolvendo Israel, a Faixa de Gaza e o Oriente Médio, tem implicações globais, que encarecem a produção e o transporte, o que ocasiona um desarranjo internacional. O ministro de Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, também manifestou, na abertura da Vinitaly, preocupação com o fluxo comercial mundial e sugeriu que a União Europeia organizasse missões militares de proteção no caso do conflito no Oriente Médio.


Missão gaúcha entregará camisas do Grêmio, Internacional e Brasil Pelotas ao Papa

A próxima etapa da viagem do governo gaúcho na Itália será a ida para Roma. Na quarta-feira (17), está prevista uma visita ao Papa Francisco. Entre os presentes que serão entregues ao pontífice estão três camisas de clube de futebol: Grêmio (número 7), Internacional (9) e Brasil de Pelotas (sem número), todas com a identificação do Papa Francisco nas costas.
Uma das explicações para terem sido escolhidos os números abaixo do 10 é que não há partidos políticos vinculados a esses números. O sete, não caso gremista, também é relacionado ao maior ídolo da história do Tricolor, Renato Portaluppi. Além da camisa 7, também haverá a tentativa de entregar a camisa de Walter Kannemann ao papa, já que o zagueiro argentino é conterrâneo do Pontífice e jogou no time preferido do papa, o San Lorenzo.

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