com Agências
Temporariamente revogada em 2020, durante a pandemia de Covid-19, a proibição da venda de álcool líquido 70% no Brasil volta a vigorar a partir de 30 de abril. A medida foi tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que seguirá permitindo a comercialização do produto em outras formas físicas, como gel, lenço impregnado e aerossol. Supermercadistas, porém, contestam esta decisão.
Em decorrência do alto número de acidentes com vítimas pelo uso indevido do produto, a autarquia vetou, desde 2002, a venda de álcool líquido com percentual igual ou superior a 54 GL em estabelecimentos comerciais como supermercados e farmácias.
Por meio de nota, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) reivindica que a medida seja revista, sob o argumento de que “o consumidor já se acostumou a comprar [o produto] não só em farmácias, mas em supermercados de todo o Brasil”. A entidade afirma que, desde a liberação, mais de 64 milhões de unidades de álcool líquido 70% foram comercializadas pelos supermercados.
O texto diz ainda que “a proibição da comercialização retirará do consumidor o acesso ao produto de melhor relação custo-benefício, comprovadamente eficaz nos cuidados com a saúde, na sanitização de ambientes e na proteção contra doenças”.
De acordo com o Ministério da Saúde, são registradas cerca de 150 mil internações por ano em decorrência de queimaduras. Com base em levantamentos e consultas com participação da sociedade, a autarquia explica que, em geral, a situação mais perigosa envolvendo queimaduras está relacionada ao uso do álcool no momento em que as pessoas acendem churrasqueiras e fogueiras.
No site da prefeitura de Porto Alegre, a chefe da Unidade de Vigilância Sanitária (UVS) da Secretaria Municipal de Saúde em exercício, Nayara Poleto, destaca que, em caso de visualização de comércio do produto após o dia 29, o cidadão pode realizar denúncia à UVS pelo serviço 156, informando o endereço e nome do local.