O almoço que abriu o Fórum da Liberdade deste ano trouxe aos participantes um debate sobre o momento da economia brasileira. Protagonizado pelo convidado especial da ocasião, o economista-chefe do BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, a mensagem, em geral, foi de otimismo com o cenário atual. Porém, o economista fez um alerta sobre a questão fiscal. Segundo ele, um ajuste fiscal bem feito requer, necessariamente, olhar para o lado da despesa, algo que ele não vê como prioridade por parte da gestão atual do governo federal.
“Temos que mostrar aos representantes do Congresso Nacional e a todos a importância do governo ter um controle maior na despesa. Não vamos acabar com a pobreza no Brasi,l simplesmente, gastando mais”, enfatizou.
Almeida também chamou a atenção para a necessidade da discussão e implantação de uma reforma administrativa no Brasil, algo que, segundo ele, não é vista com bons olhos pela atual gestão. "O governo vê por um viés equivocado. Reforma administrativa significa melhorar os recursos humanos dos entes públicos, ter funcionários que se dedicam mais, com plano de carreira e prêmio por meritocracia. Não é dispensar funcionários ou cortar salários. É ter um governo mais eficiente", disse.
O economista ainda compartilhou a sua preocupação com o processo de envelhecimento que o País atravessa, tendo o Rio Grande do Sul como um dos estados em que esse fenômeno mais aparece. Ele aponta que o Censo de 2022 mostrou que o avanço no número de habitantes no País foi de apenas 0,52% por ano ao longo dos últimos 12 anos - o menor nível da série histórica.
Para Almeida, a longo prazo, a maior proporção de idosos no País pode impactar tanto no crescimento econômico quanto em uma crescente falta de mão obra qualificada. Como antídoto, ele sugere uma revolução na Educação brasileira, com um investimento maior de dinheiro público para essa área.
O otimismo do economista, por sua vez, é fundamentado, principalmente, por reformas e medidas que foram feitas nos últimos anos. Almeida cita o Teto de Gastos, aprovado em 2016, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), que, em sua avaliação, resultou em uma queda na taxa de juros nos anos posteriores, o que trouxe melhores condições de investimentos para as empresas do Brasil no período.
Almeida destacou ainda a reforma trabalhista, sancionada em 2017, também sob gestão de Temer, que, segundo ele, fez com que os conflitos trabalhistas despencassem cerca de 60% nos cinco anos seguintes da sua vigência.
Além disso, mencionou, em 2016, uma negociação que reduziu o nível de endividamento dos bancos públicos junto ao Tesouro Nacional que teve como consequência o início do boom no mercado de capitais do Brasil. "Se voltarmos para 2016, o total de dinheiro novo que todas as empresas conseguiam levantar no mercado de capitais era de mais ou menos R$ 100 bilhões por ano. Hoje, esse valor gira em algo perto de R$ 600 bilhões ao ano", diz.
Ele menciona ainda Lei que determinou a autonomia do Banco Central, que passou a valer em 2021, e o fato do Brasil ter saído da pandemia em um ritmo de crescimento mais intenso do que os próprios economistas esperavam. Ele recorda que depois da queda de 3,3% do PIB nacional em 2020, houve sucessivas altas de 4,8% (2021), 3% (2022) e 2,9% (2023), com a expectativa de uma nova alta de 2,5% em 2024. Falou ainda que, neste ano, já houve uma boa surpresa com a geração de empregos formais acima do esperado no País nos dois primeiros meses.
“Se apresentarmos um plano fiscal coerente, com revisão fiscal nas despesas e avançarmos na agenda de reformas, esse País tem tudo para dar certo”, projetou.
“Temos que mostrar aos representantes do Congresso Nacional e a todos a importância do governo ter um controle maior na despesa. Não vamos acabar com a pobreza no Brasi,l simplesmente, gastando mais”, enfatizou.
Almeida também chamou a atenção para a necessidade da discussão e implantação de uma reforma administrativa no Brasil, algo que, segundo ele, não é vista com bons olhos pela atual gestão. "O governo vê por um viés equivocado. Reforma administrativa significa melhorar os recursos humanos dos entes públicos, ter funcionários que se dedicam mais, com plano de carreira e prêmio por meritocracia. Não é dispensar funcionários ou cortar salários. É ter um governo mais eficiente", disse.
O economista ainda compartilhou a sua preocupação com o processo de envelhecimento que o País atravessa, tendo o Rio Grande do Sul como um dos estados em que esse fenômeno mais aparece. Ele aponta que o Censo de 2022 mostrou que o avanço no número de habitantes no País foi de apenas 0,52% por ano ao longo dos últimos 12 anos - o menor nível da série histórica.
Para Almeida, a longo prazo, a maior proporção de idosos no País pode impactar tanto no crescimento econômico quanto em uma crescente falta de mão obra qualificada. Como antídoto, ele sugere uma revolução na Educação brasileira, com um investimento maior de dinheiro público para essa área.
O otimismo do economista, por sua vez, é fundamentado, principalmente, por reformas e medidas que foram feitas nos últimos anos. Almeida cita o Teto de Gastos, aprovado em 2016, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), que, em sua avaliação, resultou em uma queda na taxa de juros nos anos posteriores, o que trouxe melhores condições de investimentos para as empresas do Brasil no período.
Almeida destacou ainda a reforma trabalhista, sancionada em 2017, também sob gestão de Temer, que, segundo ele, fez com que os conflitos trabalhistas despencassem cerca de 60% nos cinco anos seguintes da sua vigência.
Além disso, mencionou, em 2016, uma negociação que reduziu o nível de endividamento dos bancos públicos junto ao Tesouro Nacional que teve como consequência o início do boom no mercado de capitais do Brasil. "Se voltarmos para 2016, o total de dinheiro novo que todas as empresas conseguiam levantar no mercado de capitais era de mais ou menos R$ 100 bilhões por ano. Hoje, esse valor gira em algo perto de R$ 600 bilhões ao ano", diz.
Ele menciona ainda Lei que determinou a autonomia do Banco Central, que passou a valer em 2021, e o fato do Brasil ter saído da pandemia em um ritmo de crescimento mais intenso do que os próprios economistas esperavam. Ele recorda que depois da queda de 3,3% do PIB nacional em 2020, houve sucessivas altas de 4,8% (2021), 3% (2022) e 2,9% (2023), com a expectativa de uma nova alta de 2,5% em 2024. Falou ainda que, neste ano, já houve uma boa surpresa com a geração de empregos formais acima do esperado no País nos dois primeiros meses.
“Se apresentarmos um plano fiscal coerente, com revisão fiscal nas despesas e avançarmos na agenda de reformas, esse País tem tudo para dar certo”, projetou.
Leite cita reformas e rebate críticas sobre aumento de impostos
À frente de um público que se identifica com a agenda econômica liberal, o governador Eduardo Leite (PSDB) lembrou de ações tomada ao longo dos seus dois mandatos, como as reformas da previdência e administrativa, além das privatizações, para contrapor as críticas que vem recebendo desse campo ideológico sobre as propostas de reajuste do ICMS, bem em relação aos cortes de benefícios fiscais que estão em discussão neste momento. "Alguns agora me julgam como um governador antiliberal, colocando fora tudo o que foi feito até aqui", disse, pedindo ao público um debate justo sobre o tema.
Na abertura do almoço, a presidente do Instituto de Estudos Empresariais (IEE), Fernanda Estivallet Ritter, aproveitou para celebrar uma marca já conquistada neste ano: a de edição com o maior público da história do evento, com quase 6 mil pessoas. O Fórum da Liberdade será realizado nesta quinta e sexta-feira (5), na Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS), em Porto Alegre.
Na abertura do almoço, a presidente do Instituto de Estudos Empresariais (IEE), Fernanda Estivallet Ritter, aproveitou para celebrar uma marca já conquistada neste ano: a de edição com o maior público da história do evento, com quase 6 mil pessoas. O Fórum da Liberdade será realizado nesta quinta e sexta-feira (5), na Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS), em Porto Alegre.