Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 04 de Abril de 2024 às 17:51

"Guaíba vai se tornar a 4ª ou 5ª maior economia do RS", diz prefeito

Prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata visitou a fábrica da Toyota em Sorocaba

Prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata visitou a fábrica da Toyota em Sorocaba

PREFEITURA DE GUAÍBA/DIVULGAÇÃO/JC
Compartilhe:
Eduardo Torres
O prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, está otimista com os novos investimentos atraídos para a cidade, e espera que o município se torne uma das cinco maiores economias do Rio Grande do Sul nos próximos anos. Além da fábrica de celulose da CMPC que passou por ampliação, há expectativa de investimentos nos centros de distribuição da Toyota, da Lebes, além de um porto e uma fábrica de aviões da Aeromot.
O prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, está otimista com os novos investimentos atraídos para a cidade, e espera que o município se torne uma das cinco maiores economias do Rio Grande do Sul nos próximos anos. Além da fábrica de celulose da CMPC que passou por ampliação, há expectativa de investimentos nos centros de distribuição da Toyota, da Lebes, além de um porto e uma fábrica de aviões da Aeromot.
Jornal do Comércio – O que falta para Guaíba receber um novo investimento da Toyota?
Marcelo Maranata – Na própria área onde funciona o Centro de Distribuição desde 2005, já há espaço reservado, com quase o dobro da área atual. Inclusive com espaço para novas linhas de montagem. Pelo plano que nos foi apresentado, a ideia da Toyota é, já neste ano, passar a importar um modelo utilitário para ser finalizado em Guaíba e, em 2025, criar uma nova plataforma de montagem aqui para finalizar pelo menos um modelo híbrido que também virá da Argentina. E, claro, mantendo as operações que já acontecem com os modelos Hilux e SW4. Será um grande avanço para o município e para toda a cadeia produtiva de peças e serviços da indústria automobilística no Rio Grande do Sul. E haverá ainda toda a importância para outras montadoras que atuam no Estado, com a possibilidade de uma agência aduaneira na Região Metropolitana.
JC – Quais serão os movimentos para garantir este investimento?
Maranata – A Toyota, assim como as demais grandes montadoras instaladas no Brasil, está apostando muito nos modelos híbridos. Vamos manter o diálogo com o governo estadual para que, assim como o Estado já prevê incentivos para veículos elétricos, também amplie este espectro para os híbridos. Outras montadoras também serão beneficiadas e ajudará o Rio Grande do Sul na competitividade com outras regiões, que já têm dado incentivos importantes para o setor.
JC – Que impacto terá na economia local?
Maranata – Este não é um investimento isolado. Hoje, já estamos entre o sexto e sétimo municípios com maior retorno de ICMS. Nossa meta é ir além. Queremos ter Guaíba com a quarta ou quinta maior economia do Rio Grande do Sul em pouco tempo (com um PIB de R$ 8,2 bilhões, Guaíba não figurava entre os 10 maiores do Rio Grande do Sul em 2021, último levantamento). Para que se tenha uma ideia, ao redor de onde está a Toyota, está surgindo o maior centro logístico do Estado, que tem a Lebes operando, e ainda o projeto AeroCITI (Aero Centro Integrado de Tecnologia e Inovação), que colocará Guaíba na vanguarda da produção de aeronaves no Brasil. Posso citar ainda a possibilidade de termos um novo porto, com estaleiro, além do terminal hidroviário muito eficiente já operado pela CMPC. Em relação à Toyota, hoje a empresa já divide com a CMPC o primeiro lugar em arrecadação do município. A nossa estimativa é de que, em se consolidando esse investimento, a montadora se como principal geradora de impostos no município.
JC – O que dá para acrescentar sobre este centro logístico que pode ser mais um aliado na expansão da Toyota em Guaíba?
Maranata – É o maior do Estado, com 391 mil metros quadrados, erguido em uma parceria da Lebes com a Construsinos, sem recursos públicos. Iniciou com as operações da Lebes, e ainda incluirá um hotel, paradouro e outlet. Em termos de logística, ainda há toda a parte industrial deste empreendimento, com outros seis pavilhões a serem ocupados.
JC – Quando será possível visualizar o complexo aeronáutico em Guaíba?
Maranata – O projeto da Aeromot está sendo muito eficaz, e nenhuma parte deste trâmite está atrasada. A terraplanagem inicia durante este ano. A ideia é que tenhamos a primeira aeronave produzida aqui já em 2025. Um empreendimento que colocará Guaíba em um mapa de importância fundamental neste setor. Seremos a cidade da primeira fábrica de aviões, além da Embraer, no Brasil. E não serão só aviões. Serão produzidas aqui as aeronaves Diamond, que garantem 92% dos novos aviões vendidos no país, e também dos helicópteros Leonard. Além de todo o complexo tecnológico e de inovação que é previsto no projeto.
JC – Há investimentos em logística rodoviária e aeroviária. Mas há todo um potencial hidroviário em Guaíba. O que se pode esperar para os próximos anos?
Maranata – Há o projeto da Difini (empresa Petrosul) para construção de um novo Porto em Guaíba, com um estaleiro no primeiro momento, e muito próximo do terminal da CMPC, que garante uma das operações de hidrovia mais eficientes do País aqui, entre o Guaíba e a Lagoa dos Patos. Eu não tenho dúvida de que a otimização das hidrovias é um caminho para a nossa economia. Para quem transporta, garante um custo cinco vezes menor do que o caminhão, por exemplo. Eu assumo agora a presidência da Associação dos Municípios da Região Metropolitana (Granpal) e levarei como prioridade a pauta da dragagem do Guaíba. Já há relatos de acidentes e temos um risco real à nossa hidrovia que tem transportado passageiros entre Guaíba e Porto Alegre. Garantir a infraestrutura para ampliarmos este modal é uma prioridade.
JC – E que cidade potenciais investidores encontrarão?
Maranata – Hoje, Guaíba tem mais de 27 empreendimentos imobiliários em andamento. Na área nobre, próxima ao Guaíba, está o metro quadrado mais caro do Rio Grande do Sul. A finalização da nova ponte do Guaíba e a consolidação do catamarã, que já trouxe 8 milhões de pessoas para cá, potencializam o nosso município, e queremos valorizar o fato de termos a orla mais bonita do Estado. Neste momento, a Fundatec está preparando a licitação para a orla renovada, com a modelagem ideal e os valores envolvidos, para a construção da marina pública, com o Mercado da Ribeira, o museu da ilha, além de hotel e restaurante. Já investimos entre as melhorias do píer e da escadaria histórica, R$ 2,8 milhões.
JC – Entre os novos projetos a serem erguidos em Guaíba, há ainda um possível novo CT do Internacional...
Maranata – Esta é uma questão que depende do clube. Mas o projeto representaria um grande exemplo de valorização do modal hidroviário para toda a população. Imagine o clube ter a concentração e toda a infraestrutura em um CT do outro lado do rio, de frente para o estádio? Os jogadores poderiam concentrar ali e ir para o jogo pela hidrovia, sem os impactos no trânsito, engarrafamento e até com redução de emissões de gases.

Notícias relacionadas