À medida que a tecnologia avança, fica muito mais fácil se produzir e disseminar notícias falsas, imagens, vídeos, declarações. Por isso, o CEO da MIT Technology Review Brasil, André Miceli, acredita na prática da verificação como uma importante ferramenta para o futuro da tecnologia.
O executivo falou com a colunista do Jornal do Comércio, Patricia Knebel, em podcast realizado durante o South Summit Brazil, o Sounds of South Summit. "O próprio conceito de verdade acaba sendo mais elástico, porque o que é verdade para uma pessoa não é para a outra. A gente pode ter opiniões diferentes e não necessariamente ser uma fake news", destaca o CEO.
Segundo ele, uma notícia falsa tem capacidade de disseminação cinco vezes maior do que uma notícia verdadeira (e do tempo de desmentir esta mesma informação).
"Os algoritmos vão auxiliar nesse processo, ajudar a identificar quando um determinado conteúdo foi manipulado por Inteligência Artificial (IA), mas tem um pedaço na construção e na interpretação de texto que os algoritmos não vão fazer. Então essa checagem vai ajudar muito."
Durante a entrevista, Miceli explicou também o que é o MIT de fato.
"As pessoas têm uma visão distante de que o MIT é uma coisa hermética, uma universidade e ponto. O instituto é composto por uma série de centros de pesquisas, laboratórios, escolas, é uma 'grande federação', como a gente gosta de dizer."
Ele completa que a Technology Review traduz as pesquisas e os trabalhos que são feitos nesses laboratórios e centros de pesquisa para o mercado.
"A gente olha para tudo o que está sendo feito naquele formato acadêmico, que acaba sendo mais denso e mais aprofundado, e olha o impacto dessas tecnologias no mercado, numa linha de tempo, desde que elas são pequenos sinais até passarem a ser grandes tendências", detalhou.
Essa estrutura de dar forma àquele conteúdo que lá no início é só uma ideia é o trabalho da MIT Technology Review há 125 anos, que, conforme explica o executivo, tem a função de "tradução de contexto, de entender com aquelas novas tecnologias, na realidade e na maturidade de uso de tecnologia no Brasil e com a propensão ao uso que as empresas e o povo têm".