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Uniagro busca crescimento com expansão nacional e novo CD em São Paulo
Empresa abriu um Centro de Distribuição em São Paulo no ano passado
Por Maria Amélia Vargas
Há três décadas, a Uniagro, de Porto Alegre, trabalha com importação e distribuição de alimentos, no segmento de frutas secas, conservas, temperos, azeites e vinagres. Além do mercado local, a empresa também mira o cenário nacional e planeja uma expansão para dobrar de tamanho nos próximos cinco anos. Com esse foco, inaugurou um Centro de Distribuição em São Paulo em julho de 2023. Além disso, busca ampliar inserção em diferentes canais de vendas: dos atacarejos ao mercado gourmet. Nesta entrevista, o diretor comercial da empresa, Pedro De Marchi Calazans, detalha o plano de negócio para os próximos. A empresa faturou cerca de R$ 100 milhões em 2023 e projeta aumentar essa cifra em 20% neste ano em receita. Mas no mercado paulista, a ideia é crescer 100% em 2024.
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Há três décadas, a Uniagro, de Porto Alegre, trabalha com importação e distribuição de alimentos, no segmento de frutas secas, conservas, temperos, azeites e vinagres. Além do mercado local, a empresa também mira o cenário nacional e planeja uma expansão para dobrar de tamanho nos próximos cinco anos. Com esse foco, inaugurou um Centro de Distribuição em São Paulo em julho de 2023. Além disso, busca ampliar inserção em diferentes canais de vendas: dos atacarejos ao mercado gourmet. Nesta entrevista, o diretor comercial da empresa, Pedro De Marchi Calazans, detalha o plano de negócio para os próximos. A empresa faturou cerca de R$ 100 milhões em 2023 e projeta aumentar essa cifra em 20% neste ano em receita. Mas no mercado paulista, a ideia é crescer 100% em 2024.
Jornal do Comércio – Recentemente, a empresa abriu um Centro de Distribuição em São Paulo. Quais são as perspectivas?
Pedro De Marchi Calazans – Nosso foco é a expansão para o Sudeste. A Uniagro está com 31 anos de mercado, foi fundada em Porto Alegre, e sempre buscou crescimento territorial. Já está presente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Com crescimento, fazia sentido abrir um Centro de Distribuição em São Paulo, para ficamos mais próximo do Centro do País. Com a proximidade do maior mercado consumidor brasileiro, que corresponde a 40% do PIB nacional, aumentamos nosso fator de competitividade.
JC – A ideia é expandir e conquistar novos espaços no território nacional?
Calazans – A longo prazo, almejamos um crescimento ainda maior. Já temos uma base de clientes em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Brasília. Então, fizemos esse investimento na abertura do CD na cidade de Cajamar, que fica na Grande São Paulo. Mas o investimento não foi somente em estrutura, também abrimos a unidade com um operador logístico, que é especializado em armazenagem de distribuição, e também bastante em marketing (digital e no ponto de venda) e abertura de mercado. Nosso objetivo é tornar a marca Uniagro, que já é querida pelos gaúchos, também conhecida no resto do Brasil. Esse é um trabalho de construção, que leva algum tempo, mas esse ano vai ser de bastante crescimento lá.
JC – O CD de São Paulo está funcionando há quanto tempo?
Calazans – A filial abrimos em julho e foi crescendo. Nesses seis/sete meses, já crescemos em faturamento nesta unidade, que vai servir como base para aumentar o faturamento em todo o Brasil, considerando de São Paulo para cima. Atendemos (as regiões) Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e esse centro de expansão da empresa deve centralizar isso.
JC – Qual foi o valor investido?
Calazans – Como o nosso CD é terceirizado, nosso investimento foi em estoque e setup. Ao todo, investimos R$ 1 milhão na filial e aproximadamente R$ 1 milhão em marketing para a divulgação da estruturação da empresa. Também empregamos força de vendas, gerente, supervisores, vendedores. A ideia é utilizar a estrutura de terceiros e aproveitar o conhecimento deles, especialistas em logística.
JC – Há expectativa a curto prazo?
Calazans – Esperamos a abertura de novos clientes, queremos chegar em mais de 500 supermercados no estado de São Paulo, hoje são 150 clientes lá. Para isso, vamos investir na força de vendas, em marketing, em participação nas feiras do setor. Estamos com anúncios na mídia off-line, em rádios e jornais, ações de ponto de venda com degustação.
JC – Como vê o e-commerce e o uso de novas tecnologias?
Calazans – Em termos de tecnologia, o novo CD trouxe junto à logística de operação de full commerce, um player que atua online fazendo toda a parte de estratégia de marketing, faturamento e gestão da loja virtual da Uniagro. Isso ajuda na construção de marca, porque o consumidor é impactado pela marca, pode comprar pela internet, mas a visão da marca no digital o ajuda a lembrar dela ao comprar no varejo físico, é o marketing cruzado.
JC – Em relação ao mercado externo, há algum plano de expansão?
Calazans – No momento, nossa estratégia é crescer no Brasil, onde enxergamos um retorno mais rápido. Para exportar produtos alimentícios para Europa e Estados Unidos, o valor agregado é um pouco mais complexo. Na exportação, acabamos atuando como matéria-prima e não com um produto embalado. Construir uma marca globalmente é um desafio maior, queremos primeiro conquistar o Brasil para depois o mundo. Como temos alguns insumos, matérias-primas, e uma boa relação com fornecedor, conseguimos exportar castanhas de caju e castanhas do Pará. Dependendo da competitividade, participamos de negociações e temos algumas inserções no Leste Europeu, América Latina – Argentina, Chile e Bolívia – e até para a Austrália. E, como marca, conseguimos estar presente nos países vizinhos como Uruguai e Bolívia.
JC – Em termos de faturamento, como foi o ano passado e qual é a expectativa para 2024?
Calazans – A empresa faturou na faixa de R$ 100 milhões no ano passado, e temos o objetivo de crescer em torno de 20% ao ano. A projeção de crescimento para São Paulo é de 100% para esse ano, tornando o Sudeste responsável por 15% do nosso faturamento.
JC – Qual é a capacidade produtiva da empresa?
Calazans – Trabalhamos com produto importado, uma parte é importada direto e revendida. Outra parte é produzida dentro da empresa. Temos um volume de 3 mil toneladas anuais de vendas. Em termos de produção, gira em torno de 2 mil toneladas/ano de produção de especiarias. Nossos produtos são todos naturais, veganos, sem glúten e sem lactose, altamente recomendados por nutricionistas. Nosso portfólio é composto de produtos recomendados, sejam as catanas, as frutas secas, os azeites de oliva, entre outros. Trabalhamos fortemente o aspecto do equilíbrio voltado a uma dieta mais saudável. Temos também a linha, que também é saudável, e se enquadra no conceito gourmet.
JC – Quais as novidades que a empresa lançou?
Calazans – Um produto que vem crescendo bastante é o molho de tomate. Somos uma família de origem italiana e temos importado bastante tomate da região sul da Itália com molho de tomate. Com acidez diferenciada, ele combina muito com a massa de pizza e outros. Então, apostamos em uma linha de molho de tomates italiano especial e na ampliação da linha de conservas também para esse ano. Vamos lançar uma linha de azeitonas em pacotes de 500 gramas.
JC – Esta aposta em embalagens maiores têm algum foco de mercado?
Calazans – Sim, queremos atender ao atacarejo, que vem crescendo bastante nos últimos anos. Para a Páscoa, vamos lançar os pacotes grandes de azeitonas, com caroço ou sem e fatiadas.
JC – A ideia é se adequar de acordo com o canal de vendas?
Calazans – Exato, o atacarejo aposta mais em economia do que o gourmet. Estamos presentes também nas redes de restaurantes pelo canal de food service. Assim, atendemos desde uma padaria até grandes redes, como a Domino's Pizza, o Outback, o grupo Madeiro, o Spoleto. Eles buscam qualidade no produto e garantia de entrega. Também temos uma inserção grande na indústria, fornecendo matéria-prima para grandes nomes na área alimentícia, como a Ritter, a Neugebauer, Sorvelândia, e outras. São empresas que exigem um nível de certificação maior, e conseguimos atender a esse mercado mais exigente.
JC – Como vê o cenário econômico atual?
Calazans – Não esperamos grandes novidades positivas, que agreguem para a companhia em termos de crescimento, porém, entendemos que vai ter uma estabilidade econômica. Tendo estabilidade, não enxergamos uma crise e nem queda de PIB como já tivemos. Com estabilidade, já podemos fazer bastante. Busco ser otimista, no sentido de que a empresa está buscando uma melhoria contínua sem depender de ações do governo para conseguir ter crescimento.
JC – Quais são os planos a médio prazo?
Calazans – Temos muito para crescer nos próximos anos, isso que nos motiva. Estamos fazendo um planejamento estratégico para os próximos cinco anos. Como dobramos de tamanho nos últimos cinco anos, pretendemos, pelo menos, dobrar novamente nos próximos cinco. A empresa crescendo, gera mais receita e mais oportunidades para mais pessoas crescerem junto conosco.