Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 27 de Fevereiro de 2024 às 17:38

Queda de juros e de endividamento impulsionará economia

Álvaro Frasson, diretor estrategista-macro do BTG Pactual

Álvaro Frasson, diretor estrategista-macro do BTG Pactual

Elton Padilha/Divulgação/JC
Compartilhe:
Caren Mello
Caren Mello
A atividade econômica brasileira deverá crescer nos próximos dois anos em até 2%. Caso se confirme o índice de 2,9% em 2023, haverá, no acumulado dos últimos quatro anos, o melhor nível de crescimento dos últimos dez anos. O desempenho foi impulsionado pelo agronegócio e a indústria extrativa, e, a partir de agora, será alavancado pela queda de juros, movimento iniciado no ano passado e que deve prosseguir, além do desendividamento da população a partir de programas como o Desenrola Brasil.
A atividade econômica brasileira deverá crescer nos próximos dois anos em até 2%. Caso se confirme o índice de 2,9% em 2023, haverá, no acumulado dos últimos quatro anos, o melhor nível de crescimento dos últimos dez anos. O desempenho foi impulsionado pelo agronegócio e a indústria extrativa, e, a partir de agora, será alavancado pela queda de juros, movimento iniciado no ano passado e que deve prosseguir, além do desendividamento da população a partir de programas como o Desenrola Brasil.
Com taxas de desempregos menores nos níveis históricos brasileiros, podendo ter chegado a 8,5%, embora a intenção de consumo ainda não esteja apresentando melhora significativa, é possível apontar o potencial de subida do PIB brasileiro. A avalição dos cenários global e brasileiro é do diretor estrategista-macro do BTG Pactual, Álvaro Frasson, que esteve em Porto Alegre para falar sobre as tendências econômicas no mercado financeiro e imobiliário, com foco nas implicações da queda da taxa Selic.
“Começamos o ano com um fluxo de notícias boas para a atividade econômica, mesmo com um ano de juros contracionistas. O crédito vai ficando mais barato e, se não tivermos problemas com inflação, teremos um rendimento real nas famílias para consumo”, aponta Frasson, para quem o Brasil sairá de condições financeiras restritivas para expansionistas.
O segmento Construção Civil também é visto com otimismo, em função da expectativa de queda de juros. “Em uma sondagem da Confederação Nacional da Indústria, ficou evidente que a maior preocupação do setor é com os juros, ou seja, o segmento vai destravar”, projeta o economista. A política de meta fiscal do governo federal também foi citada como impulsionador, uma vez que o Ministério da Fazenda demostra confiança através da manutenção, o que cria um ambiente positivo.
O cenário econômico nacional foi bastante estimulado pelas ratings internacionais no ano passado, com o aumento de notas de crédito por três agências de classificação de riscos. Nos próximos anos, avalia o analista, há potencial para que o país alcance a categoria de Investment Grade, classificação que o colocaria entre os países com maior grau de investimento e menor risco de inadimplência. Para Frasson, faltaria muito pouco para o país voltar a ser considerado um bom pagador de dívidas globais. Executivos da agência norte-americana Fitch, em encontro no banco BTG, suscitaram a curva de dívidas ascendente até os últimos cinco anos como a causa da não subida do Brasil para o patamar, quadro que pode ser revertido nos próximos anos.
Frasson também demonstrou confiança na produção de petróleo no Brasil, com um movimento da balança cada vez menos negativo, o que pode indicar chances de o país estar, em menos de 10 anos, entre os maiores produtores de petróleo do mundo.
O estrategista este em Porto Alegre durante o Summit One 2024, evento promovido pela One Imóveis de Luxo, em comemoração aos dez anos de atuação no mercado imobiliário no Brasil e exterior. Neste primeiro dos três dias do evento, grandes incorporadoras apresentam seus lançamentos para este ano no segmento de imóveis com o m² acima de R$ 25 mil. No encerramento, o CEO do Green Building Council (GBC) Brasil, Felipe Faria, abordará a essencialidade da sustentabilidade no mercado imobiliário.
Para o CEO da One, Cristiano Cruz, o destaque do encontro é a queda da taxa Selic, que tem papel significativo no cenário do mercado imobiliário em 2024, especialmente no segmento de alta renda. “A redução nos juros básicos traz vantagens para o mercado imobiliário, o que possibilita acessibilidade ao financiamento e atratividade do investimento imobiliário, influenciando decisivamente as expectativas e o comportamento tanto de compradores quanto de investidores”, observou.

Notícias relacionadas