Desde o leilão do Cais Mauá, realizado na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, no dia 6 de fevereiro, há especulação sobre quem integrará o Consórcio Pulsa RS e sobre o capital dessas empresas para bancar o projeto milionário em Porto Alegre. Informações de que as principais marcas do ramo imobiliário teriam achado a aposta muito arriscada aumentaram as dúvidas.
Sérgio Stein, à frente da Spar Participações e porta-voz técnico do consórcio, garantiu “tranquilidade na viabilidade econômica do negócio” durante uma rodada de conversas com a imprensa nesta segunda-feira (26) na capital gaúcha.
Conforme Stein, a revitalização do Cais não é expertise de incorporadoras, embora elas sejam parte importante de sua execução. O arquiteto formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) salienta se tratar de uma iniciativa mais ligada ao conceito de real state, ou seja, quando o retorno dos investimentos são resultado do uso dos espaços.
Sobre as insinuações de que sua empresa não teria patrimônio suficiente para bancar o investimento, ele lembrou que a premissa é que o consórcio deva ter o patrimônio líquido suficiente como grupo.
Stein apresentou slides do projeto no escritório de sua assessoria de imprensa para mitigar dúvidas da mídia. Segundo o executivo, o foco deve estar no projeto, e não nele. “Me sinto orgulhoso e surpreso de estar recebendo tanto carinho. Não estou sozinho, somos uma equipe grande”, disse, sem poder mencionar os outros integrantes do consórcio. Isso deve ocorrer após a assinatura do contrato, prevista para se concretizar entre 60 e 90 dias.
Empresa parceira é de fora do Brasil
O arquiteto abriu apenas o nome do parceiro técnico que desenvolveu a parte urbanística, chamado de MandaWorks. A empresa, sediada em Estocolmo, na Suécia, já fez projetos similares em Beijin, na China, na Alemanha e no Canadá. “Pensamos alto, com referências legítimas”.
Em Estocolmo, a MandaWorks desenhou o Royal Seaport, que integra a rotina da cidade com a água. Será o primeiro projeto do escritório na América Latina.
A MandaWorks ajudou a formatar o Master Plan do Cais (plano diretor da área). As imagens, aliás, são diferentes das já divulgadas pela Secretaria de Planejamento do Estado. Projeções mostram o acesso pela avenida Mauá sem muro e com árvores.
Stein defende que o local seja agradável para os mais diversos públicos, de crianças a idosos. “Aplicaremos as melhores práticas mundiais. Até para tomar um chimarrão tem que ter um espaço urbano planejado”, defendeu.
Futuro do Cais Embarcadero é incerto
Uma das dúvidas da população é sobre a permanência do Cais Embarcadero a partir da concessão. Stein citou que o contrato atual do polo gastronômico é até a metade de 2026. “Depois, existe a possibilidade para negociar ou de não permanecer”, afirmou, emendando que os atuais ocupantes do espaço “são empresários que a gente respeita”. “A proposta é dialogar e convergir”, emendou.

O leilão
Com lance único, o Consórcio Pulsa RS, liderado pela empresa Spar Participações, Desenvolvimento Imobiliário LTDA e Credlar Empreendimentos Imobiliários, venceu o leilão na B3, a bolsa de valores brasileira, em São Paulo.
Venceria o leilão quem pedisse a menor contrapartida do Estado para a revitalização do Cais Mauá. Só houve uma proposta e sem ágio. O Consórcio Pulsa RS pediu ao Estado o teto do valor oferecido, de R$ 144.883.000,80, cifra que representa o valor de avaliação dos terrenos das Docas do Cais Mauá, que serão repassados em definitivo ao consórcio. Está prevista a construção de torres residenciais e comerciais no local.
O edital estabelece que a concessão do Cais Mauá à iniciativa privada terá duração de 30 anos, com investimentos previstos em R$ 353,3 milhões para a revitalização e melhoria do local. Na prática, o aporte será feito na área dos armazéns até a Usina do Gasômetro. A ideia é que a maior parte dos investimentos ocorra em até cinco anos.
Cronograma
> A homologação do leilão está em andamento. A partir disso começa a contar o período de 60 a 90 dias para a assinatura do contrato.
> A partir da assinatura do contrato, o consórcio prevê 180 dias para iniciar as obras.
> A partir do início, as obras devem estar concluídas em 1170 dias, o que daria três anos.
> A partir da assinatura do contrato, o consórcio prevê 180 dias para iniciar as obras.
> A partir do início, as obras devem estar concluídas em 1170 dias, o que daria três anos.