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Publicada em 21 de Fevereiro de 2024 às 16:34

Gerdau entrará com medidas antidumping contra asiáticas na exportação de aço ao Brasil

Empresa também avalia entrar com outras ações em conjunto com outras companhias do setor

Empresa também avalia entrar com outras ações em conjunto com outras companhias do setor

LEONID STRELIAEV/DIVULGAÇÃO/JC
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Agência Estado
A Gerdau vai entrar com pedidos de defesa antidumping contra empresas chinesas e de outros países asiáticos nos próximos meses tanto para aços longos quanto planos, informou o diretor-presidente da siderúrgica, Gustavo Werneck, nesta quarta-feira, 21, durante divulgação dos resultados do quarto trimestre da companhia. O pedido será feito ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC).De acordo com Werneck, a empresa esperava uma decisão do governo sobre aumento da alíquota de importação para produtos siderúrgicos até fevereiro, expectativa que foi frustrada em meio a um esforço intenso do Instituto Aço Brasil, entidade que representa as siderúrgicas, para sensibilizar o governo em relação ao pleito das empresas.Werneck comentou que a decisão da Gerdau "já está tomada" em relação ao próximo movimento da companhia para a adoção de pedidos de defesa antidumping, mas não detalhou quais produtos seriam alvos dos pedidos por uma razão estratégica.O executivo relembrou ainda que em 2022 a siderúrgica já havia feito um pedido semelhante para o aço laminado a quente, mas não foi atendido pelo governo.Sobre o pleito feito em 2022, Werneck disse ter recebido uma resposta do Getip (Grupo Técnico de Interesse Público), órgão do MDIC, que reconheceu que a Gerdau sofreu danos em seus resultados por conta de uma concorrência desleal, mas que não poderia atender ao pleito da empresa por conta de um "risco inflacionário" e prejuízos em outros setores da economia. "É um negócio que só vemos no Brasil", acrescentou."Estamos fazendo essas formalidades, mas estamos descrentes de que isso (uma aprovação) pode acontecer", afirmou Werneck, acrescentando que uma tomada de decisão específica sobre o pleito demora em média 18 meses, o que seria um tempo muito longo para a urgência exigida atualmente pelo cenário enfrentado pela siderúrgica no Brasil."Pedimos que o governo coloque medidas de curtíssimo prazo como a elevação das tarifas para 25%. Quem sabe até a implementação de cotas, como aconteceu na Seção 232 nos Estados Unidos", afirmou Werneck.O vice-presidente executivo de Finanças e diretor de Relações com Investidores da Gerdau, Rafael Japur, afirmou que a empresa também avalia entrar com outras ações em conjunto com outras companhias do setor. "Estamos avaliando entrar com outras empresas com medidas de defesa contra a concorrência, mas não podemos detalhar quais são as linhas ou produtos. Estamos verificando taticamente a melhor decisão, tomando todas as precauções jurídicas e de governança", afirmou.Werneck acrescentou que, do ponto de vista técnico, a Gerdau está munida de informações e preparo para entrar com um pedido consistente junto ao MDIC.
A Gerdau vai entrar com pedidos de defesa antidumping contra empresas chinesas e de outros países asiáticos nos próximos meses tanto para aços longos quanto planos, informou o diretor-presidente da siderúrgica, Gustavo Werneck, nesta quarta-feira, 21, durante divulgação dos resultados do quarto trimestre da companhia. O pedido será feito ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC).

De acordo com Werneck, a empresa esperava uma decisão do governo sobre aumento da alíquota de importação para produtos siderúrgicos até fevereiro, expectativa que foi frustrada em meio a um esforço intenso do Instituto Aço Brasil, entidade que representa as siderúrgicas, para sensibilizar o governo em relação ao pleito das empresas.

Werneck comentou que a decisão da Gerdau "já está tomada" em relação ao próximo movimento da companhia para a adoção de pedidos de defesa antidumping, mas não detalhou quais produtos seriam alvos dos pedidos por uma razão estratégica.

O executivo relembrou ainda que em 2022 a siderúrgica já havia feito um pedido semelhante para o aço laminado a quente, mas não foi atendido pelo governo.

Sobre o pleito feito em 2022, Werneck disse ter recebido uma resposta do Getip (Grupo Técnico de Interesse Público), órgão do MDIC, que reconheceu que a Gerdau sofreu danos em seus resultados por conta de uma concorrência desleal, mas que não poderia atender ao pleito da empresa por conta de um "risco inflacionário" e prejuízos em outros setores da economia. "É um negócio que só vemos no Brasil", acrescentou.

"Estamos fazendo essas formalidades, mas estamos descrentes de que isso (uma aprovação) pode acontecer", afirmou Werneck, acrescentando que uma tomada de decisão específica sobre o pleito demora em média 18 meses, o que seria um tempo muito longo para a urgência exigida atualmente pelo cenário enfrentado pela siderúrgica no Brasil.

"Pedimos que o governo coloque medidas de curtíssimo prazo como a elevação das tarifas para 25%. Quem sabe até a implementação de cotas, como aconteceu na Seção 232 nos Estados Unidos", afirmou Werneck.

O vice-presidente executivo de Finanças e diretor de Relações com Investidores da Gerdau, Rafael Japur, afirmou que a empresa também avalia entrar com outras ações em conjunto com outras companhias do setor. "Estamos avaliando entrar com outras empresas com medidas de defesa contra a concorrência, mas não podemos detalhar quais são as linhas ou produtos. Estamos verificando taticamente a melhor decisão, tomando todas as precauções jurídicas e de governança", afirmou.

Werneck acrescentou que, do ponto de vista técnico, a Gerdau está munida de informações e preparo para entrar com um pedido consistente junto ao MDIC.

Gerdau registra lucro líquido de R$ 732 milhões no 4º trimestre, queda de 45,1%

Empresa também avalia entrar com outras ações em conjunto com outras companhias do setor

Empresa também avalia entrar com outras ações em conjunto com outras companhias do setor

TÂNIA MEINERZ
A Gerdau registrou lucro líquido de R$ 732 milhões no quarto trimestre de 2023, queda de 45,1% em relação ao mesmo período de 2022 e recuo de 54% ante os três meses imediatamente anteriores, informou a empresa em seu release de resultados na noite desta terça-feira, 20.

Se considerado o ano de 2023, a empresa apurou R$ 6,9 bilhões de lucro líquido, 40,9% menor ante o registrado em 2022, reflexo, segundo a companhia, de menores volumes das vendas nas operações de negócios e, principalmente, pela forte base de comparação do ano 2022, quando a siderúrgica registrou o segundo maior lucro líquido ajustado de sua história.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Gerdau atingiu R$ 2,039 bilhões e caiu 43,8% na comparação anual, sendo menor em 39,1% no intervalo trimestral.

Segundo relatório de resultados da companhia, o resultado é explicado, principalmente, por menores volumes de entregas nas operações e pelas questões econômicas na Argentina (operação de negócios da América do Sul).

"A Gerdau sustentou níveis saudáveis de rentabilidade, resultado da transformação da companhia ao decorrer dos anos para se tornar cada vez mais resiliente e adaptada ao cenário externo por meio de um portfólio de produtos mais equilibrado", afirmou a empresa.

A receita líquida da Gerdau no período totalizou R$ 14,716 bilhões, queda de 18,1% em relação ao mesmo período de 2022 e 13,8% menor quando comparado ao terceiro trimestre de 2023.

A empresa avalia que o recuo sobre o período foi influenciado pelo menor volume vendido e pelos impactos da operação na Argentina, em função da desvalorização cambial ocorrida em dezembro.

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