Na iminência da retomada dos investimentos no setor eólico no Rio Grande do Sul, um ponto destacado pelo Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), é a formalização de solicitação de acesso ao sistema de transmissão de energia para dois novos parques nas regiões Sul e Fronteira Oeste do Estado. Tratam-se dos projetos das usinas Três Divisas e São Miguel, ambos atualmente sob o guarda-chuva da Vento Pampeiro Empreendimentos de Energia Renovável.
O parque Três Divisas será construído entre os municípios de Quaraí, Alegrete e Uruguaiana e terá uma potência de 810 MW. Já o São Miguel será erguido entre as cidades de Chuí e Santa Vitória do Palmar, com 320 MW. Os dois complexos somados representam 61% da capacidade eólica instalada em operação hoje em território gaúcho, que é de 1,83 mil MW. O investimento necessário para tirar as duas iniciativas do papel supera o patamar de R$ 4,5 bilhões.
O documento do ONS ainda cita o avançado estágio de implantação do novo complexo eólico Coxilha Negra, com potência instalada de 302 MW, que está sendo desenvolvido em Santana do Livramento, pela CGT Eletrosul, e que tem previsão de conclusão ao longo de 2024. O sócio-diretor da Noale Energia, Frederico Boschin, que também é conselheiro do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), ressalta que o projeto Coxilha Negra está localizado próximo ao do Três Divisas.
“Quer dizer que se tem viabilidade para um, vai acabar tendo viabilidade para outro”, argumenta. Boschin salienta ainda que os parques gaúchos estão situados mais próximos aos centros de carga elétrica do que as usinas do Nordeste (região que conta com vários empreendimentos eólicos e que concorre com os complexos do Estado).