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Publicada em 09 de Fevereiro de 2024 às 17:24

Atraso da licitação da dragagem da Lagoa Mirim preocupa HidroviasRS

Trabalho irá do canal do Sangradouro até porto de Santa Vitória do Palmar

Trabalho irá do canal do Sangradouro até porto de Santa Vitória do Palmar

DANIEL SANES/DIVULGAÇÃO/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Inicialmente, as propostas das companhias interessadas em fazer a dragagem da Lagoa Mirim estavam previstas para serem abertas nesse mês de fevereiro. No entanto, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) decidiu postergar a ação para 27 de março. O adiamento causa apreensão na Associação Hidrovias do RS (HidroviasRS), representação constituída pelas principais entidades estaduais e empresas que utilizam o transporte hidroviário interior no Rio Grande do Sul.
Inicialmente, as propostas das companhias interessadas em fazer a dragagem da Lagoa Mirim estavam previstas para serem abertas nesse mês de fevereiro. No entanto, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) decidiu postergar a ação para 27 de março. O adiamento causa apreensão na Associação Hidrovias do RS (HidroviasRS), representação constituída pelas principais entidades estaduais e empresas que utilizam o transporte hidroviário interior no Rio Grande do Sul.
Além da concorrência da execução da dragagem da lagoa, que tem um valor total de contração na ordem de R$ 39,5 milhões, foi prorrogada a licitação da realização dos serviços de levantamento hidrográfico e supervisão do empreendimento. O diretor-presidente da Hidrovias RS, Wilen Manteli, reforça a preocupação quanto a esses sucessivos atrasos.
Em maio do ano passado, o diretor do Departamento de Navegação e Hidrovias do Ministério de Portos e Aeroportos, Dino Antunes Dias Batista, havia informado que a expectativa era que a licitação da dragagem da chamada hidrovia Brasil-Uruguai ocorresse em setembro de 2023. Já o início das obras estava previsto para o começo de 2024, o que não será mais possível, pelo menos neste primeiro trimestre.
Manteli recorda ainda que, recentemente, outro empreendimento do Dnit no sistema aquaviário gaúcho também não avançou, a licitação para a reforma da eclusa de Amarópolis, no rio Jacuí, que acabou fracassando. Para o dirigente, o Estado do Rio Grande do Sul, que é o maior interessado nessas ações, devia pressionar através do poder político local para que a dragagem da Lagoa Mirim e as outras medidas necessárias no setor hidroviário finalmente saiam do papel.
Ele reforça que a hidrovia Brasil-Uruguai sendo concretizada permitirá a troca de cargas entre os dois países (como grãos, arroz e fertilizantes), assim como possibilitará o acesso de empreendedores logísticos do país vizinho ao Porto de Rio Grande e a outros terminais gaúchos. “E isso vai atrair novos empreendimentos”, ressalta o diretor-presidente da Hidrovias RS.
Manteli enfatiza que um ponto favorável para que a navegação na hidrovia da Lagoa Mirim se torne uma realidade é o entusiasmo do embaixador do Uruguai, Guillermo Valle, sobre esse assunto. A licitação do Dnit para viabilizar a proposta compreende a dragagem e a implantação de uma via navegável do canal do Sangradouro (extremo norte da lagoa) ao canal de acesso ao porto de Santa Vitória do Palmar (extremo sul) e a sinalização náutica da Lagoa Mirim e do canal de São Gonçalo. Esse trecho compreende aproximadamente 270 quilômetros.
A Lagoa Mirim verifica uma área de superfície de cerca de 3,75 mil quilômetros quadrados, com 2,75 mil quilômetros quadrados em território brasileiro e 1 mil quilômetros quadrados no Uruguai. Tem largura média de 20 quilômetros e profundidade que oscila, em grande parte dela, de cinco a seis metros.

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