O Cais Rooftop, projeto para a reforma de um prédio inteiro foi enquadrado nos benefícios concedidos pela Lei Nº 930/2021. Na esquina da rua Caldas Jr. e av. Mauá, no Centro Histórico, abrigará 48 apartamento e um terraço para eventos com capacidade para 300 pessoas. Entre moradores e visitantes do prédio, a previsão é de que 700 pessoas circulem pelo local diariamente.
As empresas proprietárias, Toniolo Engenharia e Investimentos Imobiliários e a Recons, liderada por Kleber Sobrinho, já analisam outros dez prédios no Centro Histórico para compra e revitalização, seguindo o mesmo modelo do Rooftop. Um deles, já adquirido, fica exatamente ao lado desse. Batizado de Cais Fratelli, terá 50 apartamentos e serviços.
O mercado na região não é apenas promissor, segundo o engenheiro e empresário Guilherme Toniolo, ele já sente os efeitos. Exemplo foi o que aconteceu no mesmo dia em que foi anunciado o resultado do leilão do Cais Mauá. “Naquele dia do leilão, o mesmo grupo de investidores que comprou 27 unidades no Rooftop solicitou 30 unidades no Fratelli, um prédio que nem aprovamos o projeto ainda”, revela. O pedido equivale a um investimento da ordem de R$ 8 milhões.
A revitalização do Cais, assim como já acontece com grandes eventos como o South Summit, vai trazer movimento e valorização para os imóveis, na avaliação do empresário. Ele dá como exemplo as fachadas ativas, conceito que permite a interação do prédio com o exterior, trazendo luminosidade, movimento e segurança. O conceito foi adotado no prédio prestes a ser entregue, com salão de festas e academia envidraçada no térreo, e, provavelmente, nos demais em prospecção.
“É um passivo que a cidade tinha e que passa a ser um ativo através de locações, turismo e impostos”, aponta. Além disso, destaca, os investimentos vêm com geração de empregos. Atualmente, o Roftoop emprega 40 pessoas. Já o Cais Mauá deverá criar centenas de outros. “O morador vai no bar, vai no restaurante, faz a economia girar. Isso é muito importante para a sociedade. E, para Porto Alegre, é a ocupação do centro abandonado”, festeja o engenheiro.
A Toniolo e a Recons avaliam, entre 10 prédios no Centro Histórico, os 5 melhores para serem recuperados através do retrofit, modelo que mantem a história arquitetônica e estrutural, valorizando a antiga fachada. Abandonados, seja por problemas estruturais ou em função do fechamento de negócios com a pandemia, os prédios que até então fazem parte de um cenário de esvaziamento do centro, trarão vida em pouco tempo, segundo a perspectiva dos investidores.
“Já existia um projeto de revitalização, mas faltava outro um estímulo, como esse do leilão do Cais Mauá. Agora ele vai acontecer, assim como aconteceu com a Orla do Guaíba”, exemplifica.