Em fase de análise técnica da documentação, o processo de concessão do Cais Mauá, cujo leilão ocorreu nesta terça-feira (6), poderá ser oficializado dentro de 60 dias pelo grupo vencedor do leilão, o Pulsa RS, e pelo governo do Estado e Prefeitura. Para o mesmo período, está prevista a entrega do primeiro prédio aprovado com base na lei de construções e reformas do Centro Histórico, o Cais Rooftop. Dentro das suas proporções, os projetos sinalizam um movimentação em cadeia na região, com a atração de investidores e geração de emprego e renda.
Tanto o Cais, quanto a revitalização de prédios abandonados no Centro de Porto Alegre, estão na mira do setor da construção civil. O presidente do Sindicato da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon), Cláudio Teitelbaum vê a mobilização de investidores e players do setor de serviços como a chegada de Porto Alegre ao patamar de outras grandes metrópoles.
Jornal do Comércio - Qual a expectativa sobre o processo de concessão do Cais Mauá?
Jornal do Comércio - Qual a expectativa sobre o processo de concessão do Cais Mauá?
Cláudio Teitelbaum - As maiores possíveis. Não sei quantos prefeitos e governadores ficaram aguardando um momento como esse, com um desfecho favorável. A manifestação de interesse desse grupo traz uma expectativa favorável para o desenvolvimento da cidade. Outro ponto importante é o tratamento da altura para a contenção das cheias, que vai ser feito na borda, não no muro. É muito mais eficaz. Vai tornar uma passarela mais elevada, vai dar vida de dia e à noite. Estive recentemente em Belém do Pará, visitei todas as docas revitalizadas, e, no Rio de Janeiro, o Porto Mauá, e como é utilizado pela população. Tudo que é feito para desenvolvimento do centro, para levar de volta a população, tem que ser louvado.
JC - Qual vai ser o impacto para o setor da Construção Civil?
Teitelbaum - Certamente terão mais imóveis à venda, terá comercialização de unidades, geração de emprego e de renda. O setor da construção civil é, praticamente, a única indústria de Porto Alegre. Vemos que ali haverá investimentos, aplicação de recursos não só de moradores, como de investidores de fora do Estado.
JC – É possível quantificar? Qual o impacto financeiro para a cidade?
Teitelbaum – Financeiramente, ainda não sabemos, mas, qualitativamente, dá para dizer que vai haver uma grande geração de impostos, de receitas para o município em função de IPTU e ITBI. Os impactos reais, na ponta do lápis, vamos saber daqui a 60 ou 80 dias, quando o plano de implementação for efetivamente apresentado. Na construção civil, tem um fator interessante: cada emprego direto gera de quatro a cinco indiretos. É um grande potencial empregador que vamos ter naquela região.
JC – O setor acredita em uma ampliação da área revitalizada?
Teitelbaum – Sem dúvida. O novo traz também o incentivo à revitalização do antigo e estimula outros investimentos. Toda edificação nova valoriza o entorno. Vamos ver essas valorizações e a disseminação dessa boa energia para o resto da cidade.