Projeto de lei com parâmetros de arborização será encaminhado à AL-RS

Medida busca harmonizar vegetação e rede elétrica das cidades

Por Jefferson Klein

MAURÍCIOTONETTO/SECOM/RS
Reunião no Palácio Piratini discutiu problemas quanto ao restabelecimento da luz depois do temporal
Até a primeira quinzena de fevereiro, o governo do Rio Grande do Sul pretende ingressar com um projeto de lei para estabelecer parâmetros de arborização urbana. O objetivo é conciliar a operação e manutenção da rede elétrica com a vegetação ao redor. O governador Eduardo Leite frisa que essa norma ajudará a padronizar o manejo das árvores.

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Prefeitura de Porto Alegre retomará retirada de fios soltos na cidade

Somada à questão dos cabos de energia e da arborização, uma das iniciativas que a prefeitura de Porto Alegre voltará a tratar nesta sexta-feira (26) será a regularização e organização dos fios de telefonia que se encontram nos postes da Capital, com a retirada das estruturas que se encontram soltas. A retomada do serviço acontecerá na rua Ramiro Barcelos, a partir das 8h30min, entre as ruas Castro Alves e Mostardeiro.
O prefeito do município, Sebastião Melo, critica o não comparecimento das empresas de telefonia nas discussões dos mutirões de corte de fios. "Eu vou cortar todos os fios deles, porque mutuca tira boi de mato", avisa o prefeito. Sobre a reunião no Palácio Piratini, Melo considerou o encontro como muito produtivo.
Conforme ele, agora é olhar para frente e um assunto que o prefeito defende que precisa ser definido com nitidez é de quem é a responsabilidade pelas podas das árvores na proximidade da rede elétrica. "Eu tenho clareza de que é do negócio que ganha dinheiro com isso, ou seja, toda outra poda é da prefeitura, mas as demais, que ladeiam os fios, é da conta das empresas", argumenta Melo. Ele adianta que solicitou à Aneel que fizesse uma resolução para disciplinar o assunto.
O prefeito enfatiza ainda que será feita uma reunião específica com a CEEE sobre o abastecimento de água, que também é afetado quando falta energia. Melo diz que a alternativa levantada de instalação de geradores elétricos pode ser pontual, contudo é uma resposta poluente, já que os equipamentos são alimentados com combustíveis fósseis. Ele admite usar essa estratégia de forma mais acentuada em locais específicos, como no Belém Novo e na região das ilhas.
Para o presidente da CEEE Grupo Equatorial, Riberto Barbanera, a reunião no Piratini permitiu elencar ações para que, futuramente, seja feito um trabalho combinado para minimizar os reflexos em próximos temporais. "Uma atuação mais conjunta entre defesa civil, prefeituras e concessionárias", detalha o executivo.
Barbanera explica que o tempo que os clientes ficaram sem luz, acima dos limites regulatórios, deverá ser compensado com abatimento nas próximas contas dos consumidores atingidos. Já sobre a movimentação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) que ajuizou ação coletiva de consumo contra a concessionária na terça-feira (23), com pedidos de ressarcimentos e multas que totalizam pelo menos R$ 200 milhões, o executivo diz que a companhia está esperando receber oficialmente a comunicação para se manifestar.
Na área de concessão da RGE, o diretor-presidente da distribuidora, Marco Antônio Villela de Abreu, recorda que os desafios durante esse temporal foram os danos causados por árvores de grande porte que caíram sobre a rede elétrica. "Tivemos uma demora (no restabelecimento de energia) muito além do normal porque nossos técnicos tiveram que tirar vegetação de vias públicas, de cima da rede, para somente depois fazer os reparos", justifica. Abreu reforça ainda que esse último temporal foi atípico, próximo aos efeitos de um furacão.