Desempenho da B3 para 2024 divide analistas

Forte alta registrada em dezembro de 2023 pode se repetir, mas fatores externos ainda não dão segurança

Por Caren Mello

Oportunidades da bolsa, nos níveis em que se encontram os preços, estão no radar
*especial para o JC

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Bolsa já esteve no vermelho e chegou a 31,58% de alta nos últimos cinco anos

O principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou o ano com alta de mais de 22%. Entretanto, não alcançou a performance de 2019, quando registrou alta acumulada de 31,58%, chegando aos 134.209 pontos, a maior em termos nominais (descontada a inflação) na história do indicador.
Naquele ano, analistas de mercado, ao avaliarem os cenários local e externo, indicaram o atrativo do mercado de ações pelos sucessivos cortes na taxa básica de juros (Selic). Outros fatores colaboraram, como juros baixos no exterior e um clima positivo nos mercados mundiais. O resultado da Bolsa em 2019 ocorreu após a queda de mais de 13% em 2015, quando o país afundava em uma recessão, indicando uma recuperação econômica do país.
Em 2020, a Bolsa fechou com um ganho de 3%, bem menor do que em 2019, em função da pandemia pelo vírus da Covid-19. Com vários recuos durante o ano - em março foi preciso acionar o circuit breaker seis vezes -, a B3, no último pregão do ano, subiu em função dos anúncios sobre as vacinas contra a Covid-19.
No ano de 2021, o Ibovespa encerrou de maneira bem diferente de 2020. No último pregão do ano, fechou em queda de 0,65%, aos 104.864 pontos, mas acumulou alta de 2,85% em dezembro e encerrou cinco meses seguidos de queda. No ano, porém, o tombo foi de 11,93%. Na contramão das principais bolsas internacionais, a brasileira se ressentiu com a piora nas expectativas para a economia brasileira, disparada da inflação e, por consequência, alta da Selic, O drible do governo federal ao teto de gastos através da PEC dos Precatórios também teve sua dose de contribuição.
Já em 2022, houve uma recuperação, com o Ibovespa terminando com alta de 4,69%. Na avaliação dos especialistas, o ano foi marcado positivamente pelas eleições presidenciais do Brasil. A Guerra na Ucrânia, por sua vez, impactou a economia mundial, mexendo com o ânimos dos investidores. Em março deste ano, o FED aumentou as taxas de juros, o que não acontecia desde 2018. Os impactos foram diretos na Bolsa brasileira. Mais, uma vez, os investidores tiraram recursos de países em desenvolvimento para aplicar nos países mais seguros.