Uma pesquisa realizada pelo Sebrae RS entre os dias 2 e 17 de janeiro de 2024 indicou que 65% das micro e pequenas empresas têm intenção de investir no seu negócio. Os dados, apresentados pela Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios da instituição, apontam para uma perspectiva positiva para movimentar a economia em 2024.
Para isso, o órgão ouviu empreendedores de Micro e Pequenas Empresas (MPE) e Microempreendedores Individuais (MEI) gaúchos dos setores de comércio, serviço, indústria e agronegócio.
O levantamento abrange uma avaliação do desempenho das empresas em 2023, abordando aspectos de faturamento, ocupação e acesso ao crédito, e perspectivas para o ano que já iniciou.
Avaliação sobre 2023
Durante a pesquisa, quase metade dos entrevistados (47%) pelo Sebrae RS disseram ter tido suas expectativas superadas em 2023. Empreendedores dos setores de serviços (53%) e comércio (44%) apontaram um desempenho superior, enquanto aqueles do agronegócio (29%) foram os que tiveram uma percepção menos positiva de 2023. Já os empreendedores das pequenas indústrias tiveram uma percepção um pouco abaixo da média (42%) em relação ao desempenho de suas empresas no ano que passou.
O ano de 2023 foi também o que a maioria (64%) optou por não procurar financiamento para seus negócios, enquanto 36% dos empreendedores recorreram ao crédito, com um valor médio obtido de R$ 106,4 mil por empresa. Os principais destinos dos financiamentos foram o pagamento de contas (39%), a manutenção de estoque (30%) e a aquisição de máquinas e equipamentos (27%).
Entre os maiores desafios do ano passado, os entrevistados apontaram a necessidade de equilibrar as finanças (40%), planejar o negócio (36%) e as dificuldades causadas pela redução do poder de compra do consumidor (36%).
Para o diretor-superintendente do Sebrae RS, André V. de Godoy, os dados da pesquisa indicam que 2023 foi um ano mediano para o agregado dos setores econômicos gaúchos. "A redução do poder de compra dos clientes, as taxas de juros ainda elevadas e as condições climáticas adversas que afetaram o agronegócio gaúcho, contribuíram para este cenário", afirma.
Expectativas para 2024
Já em relação ao ano em curso, os dados da pesquisa, segundo o órgão, representam o otimismo dos empreendedores. Do universo amostral pesquisado, 65% pretende expandir suas atividades em 2024, maior percentual dos últimos três anos da série. A mesma expectativa se revela na intenção de aumentar a ocupação (46%), que somada à manutenção do atual nível, eleva a 86% o percentual de ocupação das pequenas empresas do estado para 2024, o que demonstra de forma mais clara o otimismo em relação ao ano que se inicia.
Em relação ao crédito, 57% dos entrevistados dizem que não pretendem recorrer ao financiamento em 2024. E, dos 43% que revelaram a intenção de tomar crédito, só uma pequena parte (25%) pretendem fazê-lo para pagar dívidas, sendo que a maioria deve utilizar os recursos para as necessidades de capital de giro (56%), aquisição de máquinas e equipamentos (47%) e para aplicar em inovação (36%).
Com este mesmo viés de ampliação dos negócios, é significativo também o percentual de empresários que pretendem fazer investimentos nos seus negócios (75%), apontando as áreas de marketing, desenvolvimento de novos produtos e ampliação da capacidade de atendimento, como os principais destinos destes investimentos.
"A pesquisa revela que, uma vez mais, os empreendedores gaúchos voltam-se com otimismo para o futuro, priorizando investimentos que permitirão um crescimento sustentável das empresas, a se confirmarem as expectativas otimistas em relação a 2024. Não dá para empreender sem uma grande dose de otimismo, coragem e, claro, ações de planejamento que melhor estruturem as empresas para atenderem seus consumidores", finaliza Godoy.