Uma das maiores apostas do Rio Grande do Sul na área de energia e sustentabilidade, a produção de hidrogênio verde, cada vez desperta mais interesse em empreendedores. Prova disso é que o governo gaúcho já possui oito Memorandos de Entendimento (MoU) assinados com companhias que querem instalar unidades ligadas à cadeia de hidrogênio verde no Estado e mais um deve ser oficializado no início de 2024.
Uma das maiores apostas do Rio Grande do Sul na área de energia e sustentabilidade, a produção de hidrogênio verde, cada vez desperta mais interesse em empreendedores. Prova disso é que o governo gaúcho já possui oito Memorandos de Entendimento (MoU) assinados com companhias que querem instalar unidades ligadas à cadeia de hidrogênio verde no Estado e mais um deve ser oficializado no início de 2024.
Por enquanto, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) não está divulgando o nome da próxima empresa que deverá firmar o acordo. Até agora, já têm Memorandos de Entendimento com o governo as companhias White Martins, Enerfin, Ocean Winds, Neoenergia, CMPC, Equinor - Portos RS, CPFL Energia e Green EN.IT - Ventos do Atlântico Energia Eólica.
O secretário adjunto de Meio Ambiente e Infraestrutura, Marcelo Camardelli, ressalta que uma das vantagens para a empresa que assina o documento é ter acesso aos detalhes de estudo setorial feito pela consultoria norte-americana McKinsey & Company, encomendado pelo governo gaúcho. “E passam a ter um acompanhamento mais próximo pelo Estado, em particular pela secretaria”, destaca o dirigente.
Em fevereiro passado, o
governo divulgou, parcialmente, o resultado dessa pesquisa. O trabalho apontou
dez localidades com condições mais adequadas a essa atividade: Giruá, Uruguaiana, São Francisco de Assis, Dom Pedrito, Vila Nova do Sul, Cambará do Sul/Arroio do Sal, Porto Alegre, Mostardas, Santa Vitória do Palmar e Rio Grande. Essas cidades foram selecionadas devido a fatores como a disponibilidade de energia renovável, distância do ponto de demanda e infraestrutura (como linhas de transmissão de energia e usinas próximas).
Para o hidrogênio ser considerado “verde”, ele precisa ser produzido a partir de fontes renováveis, como a eólica e a solar. Ao se obter o hidrogênio puro, é possível aproveitá-lo para ações como armazenar e gerar energia por meio de células de combustível (em veículos de pequeno, médio e grande porte, como automóveis e caminhões), assim como pode servir como insumo para a produção siderúrgica, química, petroquímica, agrícola, alimentícia e de bebidas e para o aquecimento de edificações.
Camardelli salienta que o Brasil pode se tornar no campo de produção de hidrogênio verde um equivalente ao que a Arábia Saudita é para o petróleo, já que o País é um expoente no campo da energia renovável. Apesar da perspectiva de que outros estados, principalmente situados no Nordeste, também tenham suas plantas de hidrogênio, o secretário adjunto de Meio Ambiente e Infraestrutura não teme que os gaúchos sofram muito com a concorrência de outras regiões.
Ele frisa que o Rio Grande do Sul, além de ter condições de exportar sua produção, contando com o Porto de Rio Grande para isso, apresenta um mercado interno interessante, por exemplo, para a amônia verde (feita a partir do hidrogênio e que pode ser aproveitada para fertilizantes utilizados pelo agronegócio). Outra iniciativa que a Sema está trabalhando na área de energia é a formatação do Atlas hidroenergético do Rio Grande do Sul, que tem como objetivo o mapeamento dos recursos hídricos do Estado, indicando o potencial para a geração de energia elétrica. A pesquisa disponibilizará uma base de dados para a construção de futuras usinas. A finalização desse levantamento deve ocorrer até meados de 2024.
No próximo ano, o governo do Estado pretende ainda elaborar o Plano de Transição Energética Justa do Rio Grande do Sul. O edital para a realização desse estudo já foi lançado e a abertura dos envelopes dos interessados acontecerá em fevereiro. “Que pese toda a discussão, que é pertinente em relação ao carvão, ao seu uso, para haver essa transição, ela tem que ser de forma muito bem alicerçada e fundamentada e esse é o grande mote do plano”, enfatiza Camardelli. Ele acrescenta que a descarbonização não pode deixar lacunas sociais e econômicas no Estado.