Como não há previsão até o final do ano de atualização na divulgação por parte do Ibama dos projetos de energia eólica offshore (no mar) com processos de licenciamento tramitando no órgão ambiental, o Rio Grande do Sul entrará 2024 como o estado com o maior número de empreendimentos dessa natureza buscando suas licenças. No total, são 26 iniciativas distribuídas por praticamente toda a costa gaúcha que somam uma potência instalada de 66.629 MW (o que corresponde a cerca de 37 vezes o que o Estado tem operando hoje em usinas eólicas onshore - em terra).
Como não há previsão até o final do ano de atualização na divulgação por parte do Ibama dos projetos de energia eólica offshore (no mar) com processos de licenciamento tramitando no órgão ambiental, o Rio Grande do Sul entrará 2024 como o estado com o maior número de empreendimentos dessa natureza buscando suas licenças. No total, são 26 iniciativas distribuídas por praticamente toda a costa gaúcha que somam uma potência instalada de 66.629 MW (o que corresponde a cerca de 37 vezes o que o Estado tem operando hoje em usinas eólicas onshore - em terra).
As empresas que mais recentemente entraram com pedidos de licenciamento ambiental de parques eólicos offshore no Rio Grande do Sul, ainda neste segundo semestre de 2023, e mencionadas publicamente pelo Ibama foram a
Chiri Renovables e a Petrobras. A primeira companhia tem a intenção de implantar um parque de 100 aerogeradores, com 1,4 mil MW de capacidade instalada, na costa próxima aos limites dos municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar. Já a
Petrobras pretende implementar 195 aerogeradores para construir uma usina com potência de 3,51 mil MW, próxima à cidade de Mostardas.
O
presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, argumenta que o fato da Petrobras ter recentemente arrematado blocos para
prospecção de óleo e gás na Bacia de Pelotas (área que abrange toda a costa gaúcha, indo do Sul de Santa Catarina até a fronteira com o Uruguai) aumenta a perspectiva de exploração eólica offshore no Rio Grande do Sul. “É uma questão de sinergia”, ressalta o dirigente.
Como a estatal já estabelecerá uma base no Estado para tentar explorar as possíveis reservas petrolíferas, a empresa terá um maior know-how da área e poderá aproveitar também mão de obra especializada, já que o processo de engenharia de uma plataforma não é tão distinto do relacionado a uma usina eólica offshore.
O presidente do Sindienergia-RS comenta que o intenso interesse despertado pelo Rio Grande do Sul nos empreendedores de eólicas offshore sinalizam o ótimo potencial da região. No entanto, ele frisa que o desenvolvimento do setor se encontra em uma fase preliminar e ainda é preciso aprofundar questões como planejamento e regulação.
Para aumentar a quantidade de informações sobre as possibilidades de implantação de parques eólicos na costa gaúcha, o Sindienergia-RS e a Portos RS (uma de suas associadas) estão capitaneando um estudo para levantar dados quanto a questões ambientais, pesca, rotas marítimas e outros fatores que podem influir na localização das usinas. Sari reforça que seria muito importante a consolidação de uma cadeia da indústria eólica offshore no Estado, até pelos vultosos aportes que esse cenário acarretaria (cada MW instalado em usinas desse tipo implicaria hoje um investimento de cerca de R$ 15 milhões).
Ainda de acordo com o Ibama, o Rio Grande do Sul também é o estado que possui a maior área a ser ocupada pelos parques eólicos offshore, 18.346 quilômetros quadrados. Apesar disso, o espaço de sobreposição dos empreendimentos (áreas de interesse em comum de mais de um investidor) na costa gaúcha é de apenas 10,7%. No total do País, a área desejada pelas usinas é de 62,49 mil quilômetros quadrados e existe uma sobreposição de 20,16%.
Levando em conta o Brasil inteiro, o Ibama registra atualmente 91 projetos eólicos offshore que buscam suas licenças ambientais. Além do Rio Grande do Sul, há complexos a serem desenvolvidos nos mares de regiões como Santa Catarina, Espírito Santo, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Ceará. Os cearenses, inclusive, vêm logo atrás dos gaúchos em quantidade de iniciativas e potência instalada somada, respectivamente 25 usinas e capacidade de 64.351 MW.