O setor calçadista espera crescer 2,2% a produção de calçados em 2024, alcançando 857,8 milhões de pares no País, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A perspectiva de resultado positivo para a indústria ocorre após um ano de queda de 1,1% na produção, quando o setor confeccionou 839,3 milhões de pares. A Abicalçados também projeta um aumento de 0,9% na exportação.
O setor calçadista espera crescer 2,2% a produção de calçados em 2024, alcançando 857,8 milhões de pares no País, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A perspectiva de resultado positivo para a indústria ocorre após um ano de queda de 1,1% na produção, quando o setor confeccionou 839,3 milhões de pares. A Abicalçados também projeta um aumento de 0,9% na exportação.
Embora não seja possível precisar o número de empregos que podem ser gerados desse crescimento, de acordo com o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, a "expectativa de um crescimento de 2,2% na produção de calçados, se confirmada, terá reflexos no estoque de emprego". Ferreira avaliou, ainda, que a redução da alíquota de ICMS para 3%, medida tomada pelo governador em setembro, terá impactos positivos ano que vem. "Todas as medidas que diminuem a carga tributária sobre o setor industrial são muito bem-vindas. A questão, certamente, trará melhores condições de competitividade para as indústrias de calçados do Rio Grande do Sul".
Além disso, ele destacou que uma das tendências para o próximo ano é a robotização e a busca por materiais ecorresponsáveis e de reuso. "A indústria que quiser sobreviver em um mercado cada vez mais concorrido, precisa investir em processos mais enxutos e tecnológicos que melhorem a produtividade. As empresas também estão encarando a sustentabilidade como fator importante de competitividade", disse, ressaltando que o setor está avançando na agenda ESG, com a certificação Origem Sustentável, mantida em parceria com a associação que representa os fornecedores de materiais (Assintecal).
Um dos principais desafios para o setor no próximo ano é a regulação das plataformas internacionais de e-commerce, que hoje estão isentas de impostos de importação em remessas de até US$ 50.
"É a faixa de preço que pega, justamente, o calçado. A indústria calçadista brasileira, desde agosto, quando foi posta em prática a medida, vem sofrendo muito com a concorrência desleal desses produtos", ponderou Ferreira.
O presidente-executivo da Abicalçados comemorou, ainda, a renovação da política de desoneração da folha de pagamentos, após a derrubada do veto do presidente Lula à matéria.
Hoje, o Brasil conta com 4 mil indústrias de calçados. O Rio Grande do Sul é o segundo Estado que mais concentra fábricas no País. O presidente-executivo Haroldo Ferreira ressaltou que os setores que são desonerados contribuem, diretamente, com mais de 9 milhões de empregos no País. Somente no setor calçadista, contando a cadeia produtiva integrada, são mais de 1 milhão de empregos diretos e indiretos.
Segundo ele, diferentemente do que alegam os contrários à política, os setores desonerados apresentaram mais que o dobro de crescimento em emprego, em comparação aos segmentos reonerados, entre 2018 e 2022 (crescimento de 15,5% ante 6,8% no período).
Ele explica que no setor coureiro-calçadista o impacto seria uma carga tributária extra de mais de R$ 700 milhões por ano. Já no emprego, o impacto seria de cerca de 20 mil postos perdidos em um ano. "Além disso, se houvesse a reoneração, teríamos pressão sobre custos e, consequentemente, sobre a inflação", acrescentou o executivo.