André Gerdau diz que corte de benefício fiscal piora competitividade das empresas no RS

Vice-presidente da Gerdau inaugurou modernização de planta da empresa em Sapucaia do Sul

Por Guilherme Kolling

André Gerdau Johannpeter, Vice-Presidente do Conselho Adm. Gerdau. Inauguração das obras de modernização da Unidade Riograndense da Gerdau – Investimento da empresa de aço, em Sapucaia do Sul
De Sapucaia do Sul

O vice-presidente do Conselho de Administração da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, defendeu a importância da competitividade das empresas no Rio Grande do Sul e no Brasil, considerando que hoje a disputa de mercado é global. Ao celebrar o aporte de R$ 200 milhões na modernização da Siderúrgica Riograndense em Sapucaia do Sul, nesta terça-feira (12), o dirigente observou que o investimento foi feito exatamente com esse enfoque, atualizar a planta industrial em busca de competitividade e pensando a longo prazo.
Em relação aos pré-requisitos necessários para futuros investimentos no Rio Grande do Sul, Gerdau citou questões de mercado, como consumo regional do produto, mas também o ambiente de negócios.
Nesse aspecto, elogiou a gestão do governador Eduardo Leite, tanto em entrevista à reportagem quanto em seu discurso na solenidade. Destacou a reforma da Previdência estadual e as privatizações das estatais de energia (CEEE-D, CEEE-G e CEEE-T) e saneamento (Corsan), medidas que, na avaliação do empresário, são importantes para tornar o Rio Grande do Sul mais competitivo.
Apontou ainda a importância de apostar na educação, destacando que a qualificação e a formação das pessoas é um dos diferencias competitivos mais importantes do Rio Grande do Sul.
Questionado sobre o possível corte de incentivos fiscais, anunciado pelo governador caso o projeto de elevação da alíquota modal do ICMS de 17% para 19,5% não seja aprovado na Assembleia Legislativa, o empresário voltou ao tema da competitividade, afirmando que seria prejudicial às empresas no Rio Grande do Sul.
“Vai direto na veia da competitividade. Esses incentivos fiscais que foram dados em algum momento foram para compensar algum ponto em que o Rio Grande do Sul não era tão competitivo, seja pela logística, seja pela distância, pelo custo. Então, esses incentivos, se você tirar, vai piorar a competitividade das empresas”, avaliou André Gerdau.
Em breve entrevista após a solenidade, o governador Eduardo Leite reiterou sua preferência pela alta do ICMS ao invés do corte de benefícios fiscais. Ainda assim, informou que está aberto ao diálogo, especialmente para alguns setores estratégicos que terão atenção especial para manter a competitividade tributária, sugerindo que o setor do aço seria um dos que poderia ter estímulos e tributação especial.
O governador pretende apresentar os decretos com os incentivos que poderão ser cortados nesta quinta-feira.
 
Leia também: Leite apresentará proposta de corte de incentivos antes da votação do ICMS