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Gerdau inaugura modernização de siderúrgica em Sapucaia do Sul
Empresa ainda implementa investimentos em sua unidade de Charqueadas
de Sapucaia do Sul
A Gerdau inaugurou, na manhã desta terça-feira (12), com a presença do governador Eduardo Leite, os investimentos de R$ 200 milhões na modernização da unidade Riograndense, em Sapucaia do Sul, no Vale do Sinos. A siderúrgica, que produz desde aços longos para a indústria até insumos de aço para a construção, completa 66 anos em 2023 e produz 450 mil toneladas anuais de aço bruto reciclado, a partir de sucata, por ano.
“Não foi um investimento em aumento de capacidade produtiva, mas em modernização da aciaria, justamente para termos ganhos de produtividade e mantermos a competitividade no Rio Grande do Sul”, aponta o vice-presidente do Conselho de Administração da Gerdau, André Gerdau Johannpeter.
De acordo com a empresa, os fornos de transformação da sucata em novos produtos de metal foram digitalizados e automatizados. Os produtos que saem da unidade de Sapucaia do Sul abastecem principalmente a Região Sul do Brasil.
Os investimentos, que tiveram início ainda em fevereiro de 2022, receberam benefício estadual via Fundopem. A Gerdau ainda implementa neste ano investimentos em sua unidade de Charqueadas.
O investimento em Sapucaia do Sul
Iniciado em fevereiro de 2022, o investimento concentrou-se na aciaria, que é o primeiro e fundamental processo na produção de aços da siderúrgica. É na aciaria que a sucata, que dá origem a 95% do que é produzido pela Gerdau em Sapucaia do Sul, é processada em fornos e transformada em novas peças de aço. A unidade Riograndense tem capacidade para produzir 450 mil toneladas de aço bruto e de 495 mil toneladas de produtos acabados, como barras e os pregos, que deram origem à Gerdau.
Iniciado em fevereiro de 2022, o investimento concentrou-se na aciaria, que é o primeiro e fundamental processo na produção de aços da siderúrgica. É na aciaria que a sucata, que dá origem a 95% do que é produzido pela Gerdau em Sapucaia do Sul, é processada em fornos e transformada em novas peças de aço. A unidade Riograndense tem capacidade para produzir 450 mil toneladas de aço bruto e de 495 mil toneladas de produtos acabados, como barras e os pregos, que deram origem à Gerdau.
“O investimento não resultou na ampliação da capacidade produtiva, mas na modernização deste processo, e que nos garantirá mais produtividade e competitividade mundial, pensando em um ciclo de pelo menos 10 anos, em um cenário muito desafiador. É a nossa mais antiga unidade de usinagem, e a nossa ideia foi mantê-la jovem e moderna”, aponta o vice-presidente do Conselho de Administração da Gerdau e integrante da quinta geração da família à frente da empresa, André Gerdau Johannpeter.
Durante 18 meses, a partir do início dos aportes, em fevereiro do ano passado, a produção da aciaria foi interrompida para que este setor da indústria passasse por modernização estrutural, que ainda tinha traços da construção de 66 anos, especialmente no sistema de coifas, agora quase triplicado, chegando a uma altura equivalente a um prédio de nove andares e, com isso, a captura dos gases resultantes dos fornos de transformação de aço, no chamado “despoeiramento”, se tornou mais eficaz, reduzindo as emissões de carbono da fábrica. A outra frente deste projeto envolveu melhorias na automação da aciaria.
Mesmo que o projeto não represente aumento na capacidade de produção de aços em Sapucaia do Sul, representa um atrativo para toda uma cadeia produtiva. De acordo com o prefeito do município, Volmir Rodrigues, pelo menos duas grandes empresas fornecedoras e potenciais prestadoras de serviços à Gerdau já se apresentaram à prefeitura de Sapucaia do Sul interessadas em se instalarem na cidade.
"É um investimento que movimenta toda a nossa economia. A Gerdau tem uma relação histórica com a cidade, e é a nossa líder em arrecadação (Sapucaia arrecadou quase R$ 80 milhões em 2022 em ICMS com a metalurgia e fabricação de produtos em metal) mas, mais do que isso, os investimentos da empresa em Sapucaia do Sul representam a valorização das pessoas da nossa cidade e da necessidade de ainda mais qualificação educacional para atendermos à evolução da indústria”, diz o prefeito.
Ele próprio teve o pai como um funcionário da siderúrgica, que já teve 5 mil funcionários na cidade. Hoje, são 1,2 mil integrados à produção da Indústria 4.0. “Um processo que o meu pai fazia com outras três pessoas, mais supervisão, hoje é feito por uma, mas depois de 1.500 horas de qualificação no Senai. É muito importante valorizarmos essa oportunidade e a educação”, completa Volmir Rodrigues.
Uma cidade industrial movida pela economia circular
Saem da usina siderúrgica de Sapucaia do Sul materiais em aço para a construção civil, como vergalhões, barras, arames, cercas e pregos e aços longos para a indústria da Região Sul do Brasil. Produtos fabricados em uma verdadeira cidade de 820 mil metros quadrados – 140 mil metros quadrados de área construída – movida, desde a sua origem, pelo conceito mais moderno de economia circular. É que 95% da matéria-prima na produção desta unidade da Gerdau vem de sucata metálica – a média geral da Gerdau é de 71%.
“Somos a maior recicladora de sucata metálica da América Latina, e isso faz da nossa produção muito mais sustentável. Todo ano, as nossas duas unidades no Rio Grande do Sul transformam 11 milhões de toneladas de sucata em outros produtos de aço. O investimento em Sapucaia do Sul faz parte dessa jornada de transformação digital e aprimoramento ambiental e de segurança da nossa produção", explica o vice-presidente da Gerdau, Rubens Pereira.
Para que se tenha uma ideia, a unidade Riograndense tem capacidade de triturar um volume equivalente a 160 carros por hora e 1,6 mil por dia. O resultado deste processo implementado na origem da siderúrgica é a unidade menos poluente do setor. Em Sapucaia do Sul, são emitidas 0,3 toneladas de CO2 para cada tonelada de aço produzida. A média da empresa é de 0,86 toneladas de CO2 – com a meta de chegar a 0,83 em 2031 –, e a média global do setor metalúrgico é de 1,91 toneladas de CO2.
Nesta terça-feira, a empresa abriu as suas portas para mostrar como funciona a sua produção. Neste mês, praticamente toda a unidade – exceto a produção de cercas, vergalhões para a construção civil e pregos – está em parada para manutenções técnicas, como acontece tradicionalmente a cada ano. Neste caso, as sucatas continuam chegando e sendo trituradas para a retomada da produção em janeiro. Durante os 18 meses de melhorias na fábrica, o processo de aciaria era feito na unidade da Gerdau no Paraná e o produto era enviado para transformação no Rio Grande do Sul.
Entenda como funciona a produção na unidade da Gerdau em Sapucaia
Entenda como funciona a produção na unidade da Gerdau em Sapucaia
* Até 100 caminhões de recicladoras e cooperativas de todo o Estado descarregam diariamente sucatas metálicas na usina Siderúrgica Riograndense. Entre estes produtos estão veículos da Operação Desmanche, no Rio Grande do Sul.
* Depois de triturado, o produto chega à aciaria, onde é derretido e torna-se aço bruto. As sobras deste processo, que não são metálicas, geram um resíduo chamado neobrita, que é usado em obras de pavimentação, substituindo, com maior sustentabilidade, a tradicional brita.
* O próximo processo é a laminação, com duas unidades na usina Riograndense. Dali, os aços longos partem diretamente para indústrias metalúrgicas. Outra parte da produção é transformada em vergalhões.
* Os vergalhões partem para as duas unidades de trefilaria, sob a forma de bobinas com fios metálicos, que são transformados em arames, cercas, pregos para a construção civil.
Plataformas serão 100% recicladas
Nos próximos dias, às vésperas de completar 123 anos, em janeiro, a Gerdau concretizará um novo passo na reciclagem de metais para a transformação em aço. Deve chegar ao estaleiro da Ecovix, em Rio Grande, a Plataforma P-32, comprada pela Gerdau junto à Petrobras, em um projeto que incluirá ainda o desmanche de outra plataforma na sequência, a P-33.
Todo o material será reaproveitado para a produção de aços nas unidades siderúrgicas de Sapucaia do Sul e Charqueadas. “Eram plataformas em desuso pela Petrobras, que agora representarão a retirada de um volume significativo de materiais dos mares brasileiros. Outros materiais, não metálicos, serão descartados corretamente, alcançando praticamente 100% de reciclagem das unidades, o que representa uma inovação no Brasil, uma iniciativa pioneira na indústria nacional. Vai ampliar nossa disponibilidade de sucata metálica, que será transformada em aço de baixa emissão carbono, infinitamente e 100% reciclável”, aponta o vice-presidente da empresa, Rubens Pereira.
Depois de gerar 400 empregos na fase de obras da modernização de Sapucaia do Sul, agora, a expectativa é de que estes desmantelamentos gerem aproximadamente 200 novos empregos no Estado.