Depois de passar muitos leilões sem despertar interesse de investidores, a Bacia de Pelotas (que envolve toda a costa gaúcha, se estendendo do Sul de Santa Catarina até a fronteira com o Uruguai) teve 44 blocos arrematados, de seis setores (SP-AUP4, SP-AUP3, SP-AP1, SP-AUP8, SP-AUP7 e SP-AUP2), em certame realizado nesta quarta-feira (13) pela Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis (ANP) e vencido por empresas que querem prospectar recursos como petróleo ou gás. O resultado implicará um bônus (valor pago à União, quando da assinatura do contrato) de aproximadamente R$ 298,7 milhões e a perspectiva de investimentos nessas áreas pelas companhias vencedoras de pelo menos R$ 1,5 bilhão.
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Entre os ganhadores dessas concorrências estavam a Chevron Brasil Óleo e os consórcios formados por Petrobras, Shell Brasil e CNOOC Petroleum e apenas pela Petrobras e Shell Brasil. Inicialmente, o leilão, que também ofertou áreas em outras regiões brasileiras, disponibilizou 165 blocos na Bacia de Pelotas, distribuídos por 12 setores. Na sua totalidade, a Bacia de Pelotas tem uma extensão de cerca de 210 mil quilômetros quadrados e os blocos leiloados somam 28,6 mil quilômetros quadrados de área no oceano.
Apesar da participação de companhias renomadas e dos números obtidos, o certame desta quarta-feira foi cercado de várias críticas de ambientalistas, quanto aos impactos do segmento petrolífero. Na abertura do leilão, o diretor-geral da ANP, Rodolfo Henrique de Saboia, afirmou que não via contradição do evento em relação ao atual momento do planeta, em que são debatidas as ações de transição energética necessárias para diminuir o uso dos combustíveis fósseis. “A dependência do mundo e Brasil do gás e do petróleo não acabará em cinco ou dez anos”, projeta o dirigente.
Ele acrescenta que se o País deixasse de explorar as suas reservas, somente ficaria mais pobre e dependeria da importação de combustíveis de outras nações, que têm uma produção com pegada de carbono maior do que a nacional. Saboia ressalta que a exploração de petróleo gera oportunidades para empresas de todos os portes e perfis, assim como emprego e renda para a sociedade. Somente no ano passado, o representante da ANP frisa que o setor distribuiu royalties na ordem de R$ 118 bilhões.