Apesar de Porto Alegre ter enfrentado recentemente a sua maior cheia desde 1941, afetando principalmente a região do Cais Mauá, o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Claudio Teitelbaum, prevê que haverá participantes no leilão de concessão desse espaço. O certame, que no ano passado acabou deserto, está confirmado pelo governo do Estado para ocorrer no dia 21 de dezembro, na B3, em São Paulo.
Teitelbaum argumenta que, a forma que foi modelada a concessão do Cais Mauá, prevendo uma plataforma mais elevada, na proximidade da água, trará mais segurança na área contra enchentes. “Obviamente, as empresas já estão observando essa questão” enfatiza o dirigente. No ano passado, o representante do Sinduscon-RS recorda que ainda havia muita incerteza política e econômica, o que contribuiu para não ter interessados no leilão naquela ocasião. Hoje, Teitelbaum ressalta que esses fatores foram retirados da equação.
Quanto ao muro da Avenida Mauá, o edital de concessão do cais prevê a retirada parcial da estrutura e a implementação de um projeto para contenção de cheias com a instalação de barreiras fixas e removíveis. A nova solução terá de ser aprovada pelos órgãos competentes. Com o aval obtido, poderá ser iniciado a construção da nova barreira. Após isso, será permitida a retirada do muro.
O investimento previsto na revitalização do Cais Mauá é de R$ 353,3 milhões e o prazo de concessão é de 30 anos. Em torno de R$ 180 milhões desse montante deverão ser aplicados já nos primeiros três anos de contrato. Durante o tempo do acordo, também são esperados mais R$ 556,6 milhões em desembolsos na operação e manutenção do local.
O trecho que será concedido abrange uma extensão de três quilômetros e uma área de 181,2 mil metros quadrados. O planejamento inicial sugere a implantação de prédios residenciais, salas comerciais, hotel, centros de entretenimento e gastronômicos, entre outros empreendimentos.