Saiba como utilizar o seu 13º salário da melhor forma

Com a proximidade do pagamento do 13º salário, em parcela única ou em duas etapas, surgem  os questionamentos sobre a melhor forma de utilizar o benefício. Manter uma reserva financeira ou quitar dívidas são as principais dúvidas da população.

Segundo o professor de economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Mauricio Weiss, a questão entre economizar o dinheiro ou o utilizá-lo para pagar dívidas depende muito da perspectiva de gasto em relação à renda da pessoa.

 

  LEIA TAMBÉM: Agas prevê que 20% do 13º será usado em supermercados

Se ela está numa situação segura, costuma ser melhor fazer o pagamento de empréstimos, alerta. “Eventualmente, quem fez empréstimo imobiliário quando a taxa de juros estava mais baixa, compensa aplicar o dinheiro. Para os demais empréstimos, só se a pessoa espera ter que fazer um novo empréstimo rapidamente. Nesse caso é melhor aplicá-lo do que fazer outro em pouco tempo, pois terá de pagar IOF sobre a operação de empréstimo” afirma Weiss.

Para quem não pretende fazer um empréstimo, o economista salienta que a melhor solução é sempre quitar uma dívida, pois não há nenhuma aplicação segura que renda mais do que os juros pagos por empréstimos pessoais, especialmente se forem de cartão de crédito e cheque especial.

O professor também destaca a tendência de queda da taxa de juros do País, o que pode baratear os novos empréstimos, mas dificilmente incidirá em redução a ponto de compensar fazer novos empréstimos. “Vale a pena a pessoa que está com dívida ficar atenta a oportunidades de portabilidade, pois nessa modalidade não se paga IOF” comenta.

Pensando na realidade do público da classe média para baixo, o economista Jorge Ussan, da Fadergs, pontua que esses trabalhadores consomem todo seu salário e raramente têm poupança significativa. Nesse sentido, defende que a prioridade total deva ser pagar ou abater as dívidas que apresentam juros elevados, como, por exemplo, o rotativo do cartão de crédito e do cheque especial. “Os juros dessas dívidas são elevadíssimos e têm o potencial de comprometer o orçamento familiar”, destaca.

Ele comenta ainda sobre o sentimento de frustração que pode atingir alguns beneficiários do 13º salário que gostariam de direcionar esse dinheiro para o lazer. “Todos deveriam poder aproveitar as merecidas férias, por exemplo, mas não tem outra alternativa: acabar ou abater significativamente uma dívida é fundamental, até para se ter um pouco de tranquilidade financeira ao longo do ano, mesmo que os planos de férias tenham que ser mais modestos”, completa.

Os impostos que devem ser pagos a partir do final do ano e início do próximo também são lembrados pelo economista como importantes finalidades para emprego do 13º. “No final de ano temos impostos que muitas vezes apresentam descontos interessantes quando pagos antecipadamente, como o IPTU e o IPVA, sendo, então, importante reservar uma quantia para essa finalidade."

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o 13º salário deve injetar R$ 18,4 bilhões na economia gaúcha neste final de 2023, valor que representa 2,8% do PIB gaúcho. No Estado serão beneficiadas cerca de 5,8 milhões de pessoas e 87,7 milhões de pessoas em todo o País. O valor médio do benefício no Rio Grande do Sul será de R$ 2.826,66 por pessoa, enquanto a média nacional será de R$ 3.057,00.