*especial para o JC
Pouco mais de dois anos depois do início dos investimentos que chegam a R$ 2,75 bilhões na implementação do projeto BioCMPC, a indústria de celulose localizada em Guaíba recebeu nesta semana a licença de operação por parte da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para as novas instalações que, com o funcionamento a pleno, garantirão a produção de 350 mil toneladas de celulose a mais para a CMPC Celulose Riograndense, representando uma elevação de 18% na capacidade produtiva instalada na unidade gaúcha com a redução de impactos ambientais. Esta é a última etapa do processo de licenciamentos ambientais para atividades industriais no Estado.
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Até o começo deste mês, a empresa contabilizava 97% do projeto executado e, por meio de nota, não confirma se o incremento produtivo já começa a operar a partir do licenciamento ambiental. Somente no primeiro semestre deste ano, conforme a demonstração de resultados da empresa, foram aportados US$ 135 milhões - R$ 665,5 milhões na implementação do BioCMPC.
"Somos muito orgulhosos em dizer que esse é o maior projeto de sustentabilidade da história do Rio Grande do Sul. O BioCMPC contempla 31 iniciativas de melhorias no nosso processo produtivo, nove delas relacionadas à implantação de novos equipamentos de controles ambientais e repotenciamento de sistemas existentes, oito relacionadas a iniciativas de gestão ambiental propriamente dita e 14 em ações de modernização operacional", aponta a diretora de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade da empresa, Sharon Bicca Treiguer.
Produção mais limpa
Entre as ações implementadas nos últimos anos estão a substituição da caldeira que era movida a carvão por gás natural e a instalação de mais uma estação de monitoramento da qualidade do ar, no bairro Alegria. As iniciativas aprovadas pelo órgão ambiental estadual incluem ainda melhorias para redução de odor e ruído na produção, com a distribuição de sonômetros (equipamentos que medem os níveis sonoros) nos arredores da fábrica.
"Revisamos todo o sistema de coleta de gases, tornando-o ainda mais eficaz. Nossa unidade terá o melhor tratamento de gases do setor no País e um dos melhores do mundo", garante a diretora.
A unidade gaúcha da CMPC, que atualmente produz em torno de 2 milhões de toneladas de celulose por ano, garante 50% da produção mundial da empresa chilena, e 90% deste produto é destinado à exportação, especialmente aos mercados asiático e europeu. Dentro da unidade de Guaíba há ainda uma fábrica de papel que, em 2022, produziu 53,8 mil toneladas de papel sulfite.
“Foram muitas ações de melhorias realizadas para a minimização dos impactos ambientais da operação do empreendimento, além de maiores instrumentos de controle, possibilitando uma ação mais rápida da empresa em caso de qualquer desvio”, destaca o presidente da Fepam, Renato Chagas.
A engenheira química e chefe do Serviço de Licenciamento e Monitoramento de Indústrias (Selmi) da Fepam, Vanessa Isabel Rodrigues, salienta ainda que, "mesmo com o aumento da capacidade produtiva, não haverá aumento da vazão do lançamento de efluentes da fábrica".
A CMPC opera um hub de economia circular em uma área de 99 hectares em Eldorado do Sul. Lá, 100% dos resíduos industriais gerados na produção de celulose - 600 mil toneladas por ano - são transformados em 13 novos produtos.
"Com as medidas do BioCMPC, continuaremos sendo uma empresa zero resíduos. Hoje, já reciclamos 99,8% de tudo o que é gerado na fábrica de Guaíba. Uma referência mundial neste assunto", aponta Sharon.
Ficha técnica
Investimento: R$ 729,1 milhões (de um total de R$ 2,75 bilhões)
Empresa: CMPC
Área: Indústria
Cidade: Guaíba
Estágio: Concluído
Empresa: CMPC
Área: Indústria
Cidade: Guaíba
Estágio: Concluído
Investimentos em 2022: R$ 1,7 bilhão