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Economia

- Publicada em 09 de Novembro de 2023 às 18:33

13º deve injetar R$ 18,4 bilhões na economia gaúcha, R$ 2 bilhões a mais do que em 2022

No RS, valor médio do pagamento do benefício será de R$ 2.826,66 por pessoa

No RS, valor médio do pagamento do benefício será de R$ 2.826,66 por pessoa


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/jc
O 13º salário deste ano deve injetar R$ 18,4 bilhões na economia gaúcha, R$ 2 bilhões a mais do que em 2022, informou o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O valor, que representa 2,8% do PIB gaúcho, deve beneficiar cerca de 5,8 milhões de pessoas no Estado, sem contar autônomos ou outros profissionais que recebem algum tipo de abono nessa época do ano.
O 13º salário deste ano deve injetar R$ 18,4 bilhões na economia gaúcha, R$ 2 bilhões a mais do que em 2022, informou o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O valor, que representa 2,8% do PIB gaúcho, deve beneficiar cerca de 5,8 milhões de pessoas no Estado, sem contar autônomos ou outros profissionais que recebem algum tipo de abono nessa época do ano.
De acordo com a economista do DIEESE, Daniela Sandi, houve um incremento número de beneficiários, não só de aposentados e pensionistas, mas também de assalariados, o que possibilitou o acréscimo na economia gaúcha frente ao montante injetado no ano passado. "Embora o número de desempregados no país ainda seja elevado, a melhora recente dos indicadores do mercado de trabalho com aumento do emprego e renda contribuíram positivamente para a injeção de recursos com o pagamento do 13º salário em 2023", explicou. No Rio Grande do Sul, entre janeiro e setembro desse ano, o número de assalariados com carteira assinada cresceu 2% com a geração de 54 mil novos postos de trabalhos formais.
O valor médio do pagamento do benefício será de R$ 2.826,66 por pessoa. Ainda, o montante a ser injetado no Rio Grande do Sul representa 6,3% do total do Brasil e 37,6% da região Sul, sendo o quarto estado com maior injeção de recursos com o pagamento do 13 salário dentre as 27 federações, ficando atrás somente de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e o que tem a quantia mais relevante entre os três estados do Sul. 
No Rio Grande do Sul, os 3,1 milhões de trabalhadores empregados formalizados receberão a parcela mais expressiva do décimo, correspondendo a 64,8% (11,9 bilhões) do dinheiro total, sem contar os empregados domésticos com carteira assinada. Estes últimos somam 80 mil pessoas e receberão, ao todo, 0,7% do total, com parcelas de R$ 1.619,00. Celetistas e estatuários devem receber parcelas de R$ 3.797,01. Ainda, os beneficiários do INSS receberão 24,7% do montante (R$ 4,5 bilhões); aposentados e pensionistas do Regime Próprio do estado 7,9% (R$ 1,4 bilhão) e municípios 2,6% (R$ 485 milhões).
Na economia brasileira, o 13º tem deve injetar cerca de R$ 291 bilhões, 27% do PIB até dezembro de 2023. A pesquisa, que dividiu os pagamentos por segmentos e setores, não levou em consideração autônomos, assalariados sem carteira ou trabalhadores com outras formas de inserção no mercado de trabalho que, eventualmente, recebem algum tipo de abono de fim de ano. No cenário brasileiro, cerca de 87,7 milhões de brasileiros serão beneficiados com rendimento adicional, em média, de R$ 3.057. O maior valor médio para o 13º deve ser pago no Distrito Federal (R$ 5.400) e o menor, no Maranhão e Piauí (R$ 2.087 e R$ 2.091, respectivamente).
  
Para a economista do DIEESE, o 13º tem sido uma remuneração de grande importância para economia. "Além de permitir que trabalhadores quitem ou amortizem dívidas, ainda mais considerando esse contexto de juros elevados e consumam diferentes tipos de produtos e serviços, é um dinamizador do comércio e da economia em geral, além de aumentar a base de arrecadação tributária", avaliou Daniela. 

Com décimo e fim de ano, varejo gaúcho prevê crescimento próximo a 3% nas vendas

O vice-presidente da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, Marcos Carbone, avalia que a injeção do 13º salário na economia é "muito positiva diante de uma data tão importante para o comércio como o Natal". Segundo ele, a medida tem potencial de impulsionar o setor varejista, que pode obter um resultado próximo ao percentual de 3% de crescimento nas vendas.

"Historicamente, observamos um aumento nas vendas durante o período de pagamento do décimo terceiro salário. O benefício desempenha um papel crucial no estímulo ao consumo, gerando uma série de efeitos benéficos para as empresas do varejo e para a economia local como um todo", disse Carbone. Segundo a entidade, setores como vestuário, eletrônicos, brinquedos e produtos para o lar experimentam picos de demanda, impulsionando as operações do varejo.
Ainda de acordo com Carbone, outro aspecto importante é que "os dados do SPC Brasil vieram nos mostrando ao longo do ano uma preocupante taxa de inadimplência, que, a partir do ingresso do décimo, pode ser amenizado. Com menos devedores, há um maior estímulo às vendas, o que é salutar para economia", ponderou. 

A análise mensal do Panorama do Comércio da Federação Varejista do Rio Grande do Sul mostrou, no mês de outubro, o crescimento constante nas vendas do comércio nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, o avanço observado no estado do RS foi de 3,6%, superando a média nacional.