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Empresa Van Oord fará dragagem do Porto de Rio Grande por R$ 94,5 milhões
Serviços deverão começar antes do final do ano
A companhia Van Oord Serviços de Operações Marítimas foi a vencedora da licitação para realizar a dragagem dos canais externo, interno e dos berços do cais público do Porto de Rio Grande. A homologação do resultado já foi publicada no Diário Oficial do Estado e o valor da obra foi estipulado em R$ 94,5 milhões.
O presidente da Portos RS (empresa pública responsável por administrar o sistema hidroportuário no Rio Grande do Sul e contratante do empreendimento), Cristiano Klinger, informa que os serviços devem começar até o final deste mês. A expectativa é que os trabalhos sejam concluídos até o fim de dezembro. Ele lembra que a meta é terminar a dragagem neste verão para ser possível atender ao escoamento da safra agrícola gaúcha em 2024.
Conforme o presidente da Portos RS, a dragagem que será feita agora é de manutenção. “É uma segunda fase da dragagem, já que no ano passado fizemos uma primeira etapa. Tudo isso para garantir a segurança da navegação e a profundidade do calado”, detalha. Klinger destaca que o calado oficial está homologado em 15 metros e atualmente, em função do assoreamento dos canais, o porto está operando nos terminais mais próximos dos molhes, quase no encontro da Lagoa dos Patos com o oceano, com 13,6 metros.
O dirigente adianta que essa próxima dragagem vai permitir aumentar esse patamar para um pouco mais de 14 metros e depois será necessária uma nova ação para chegar aos 15 metros. “A gente vai fazendo aos poucos a obra, porque estamos falando de R$ 100 milhões investidos a cada ano, um valor considerável”, argumenta Klinger. Neste momento, a dragagem deverá retirar aproximadamente 2,7 milhões de metros cúbicos em sedimentos.
Ele frisa que a Portos RS está conduzindo um estudo para efetivar um contrato de 25 anos com alguma empresa para ter um serviço continuado de dragagem. Ou seja, essa medida eliminaria a necessidade de a cada ano ter que lançar uma licitação para a execução da obra. Esse acordo, segundo Klinger, poderá ser selado na forma de uma concessão ou Parceria Público-Privada (PPP). O dirigente estima que será possível firmar esse acerto a partir de 2025.
Além da dragagem no porto na Metade Sul, também está prevista ação semelhante na hidrovia gaúcha (possibilitando a ligação da região Metropolitana de Porto Alegre a Rio Grande). Quanto a essa iniciativa, Klinger calcula que em breve deverá sair a autorização para a obra seguir adiante. A expectativa é que essa licitação seja lançada antes do final do ano e o custo do trabalho deverá ficar entre R$ 60 milhões e R$ 80 milhões. O presidente da Portos RS salienta que foi feita a batimetria (medição) de toda a hidrovia, contudo atualmente está sendo avaliado se as chuvas intensas verificadas no Estado ultimamente podem ter modificado os parâmetros levantados.
Klinger ressalta que a Portos RS tem um contrato com a startup israelense DockTech, que, através da inteligência artificial, faz o diagnóstico e monitoramento da hidrovia por meio de equipamentos instalados em embarcações que percorrem o trajeto do Terminal de Contêineres (Tecon) Rio Grande ao Tecon Santa Clara (em Triunfo). “Essas informações chegando, a gente vai conseguir comparar a batimetria que fizemos antes com os dados de agora para ver se houve alguma alteração muito significativa”, afirma Klinger.