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Feira Anuga

- Publicada em 09 de Outubro de 2023 às 19:22

Evento na Alemanha aponta inovações na indústria mundial de alimentos

Feira internacional selecionou 68 produtos sustentáveis, inovadores e criativos de diversas partes do mundo

Feira internacional selecionou 68 produtos sustentáveis, inovadores e criativos de diversas partes do mundo


GUILHERME KOLLING/ESPECIAL/JC
Guilherme Kolling, de ColôniaUma cerveja com nome mexicano, elaborada por alemães e fabricada por uma empresa dinamarquesa é um dos 10 destaques em inovação da Feira Anuga deste ano. A mistura de países nesse produto pode dar uma pista do que é o maior evento mundial da indústria de alimentos e bebidas, realizado a cada dois anos em Colônia, na Alemanha.É preciso muito esforço para percorrer os 10 pavilhões (alguns com mais de um andar) ao longo dos cinco dias de feira, que começou no sábado e termina nesta quarta-feira, 11 de outubro. A Feira de Anuga reúne 7,8 mil expositores de mais de 118 países, informa a organização. O público esperado até o fim do evento é de 170 mil pessoas.Nessa babel, tudo é grandioso e cheio. Os corredores têm movimento incessante e há filas constantes: para acessar a feira às 10h quando se liberam as catracas, para as escadas rolantes, para os banheiros, para comprar um café ou um lanche em um food truck. Até o eficiente sistema de transporte público alemão é sobrecarregado – a estação de trens da feira fica lotada no fim da tarde e com uma multidão em volta das máquinas eletrônicas para comprar passagens.
Guilherme Kolling, de Colônia


Uma cerveja com nome mexicano, elaborada por alemães e fabricada por uma empresa dinamarquesa é um dos 10 destaques em inovação da Feira Anuga deste ano. A mistura de países nesse produto pode dar uma pista do que é o maior evento mundial da indústria de alimentos e bebidas, realizado a cada dois anos em Colônia, na Alemanha.

É preciso muito esforço para percorrer os 10 pavilhões (alguns com mais de um andar) ao longo dos cinco dias de feira, que começou no sábado e termina nesta quarta-feira, 11 de outubro. A Feira de Anuga reúne 7,8 mil expositores de mais de 118 países, informa a organização. O público esperado até o fim do evento é de 170 mil pessoas.

Nessa babel, tudo é grandioso e cheio. Os corredores têm movimento incessante e há filas constantes: para acessar a feira às 10h quando se liberam as catracas, para as escadas rolantes, para os banheiros, para comprar um café ou um lanche em um food truck. Até o eficiente sistema de transporte público alemão é sobrecarregado – a estação de trens da feira fica lotada no fim da tarde e com uma multidão em volta das máquinas eletrônicas para comprar passagens.

Cerveja é feita de sobras de tortilha mexicana

Cerveja é feita de sobras de tortilha mexicana


GUILHERME KOLLING/ESPECIAL/JC
Na infinidade de ofertas de produtos, comidas e bebidas diferentes dispostas ao longo dos milhares de estandes da Feira Anuga, emergem as novas tendências da indústria mundial de alimentação. Grandes empresas, startups e países buscam chamar a atenção para os seus produtos. Nesse cenário, aparecem comidas tradicionais, conhecidas em todo mundo, e inovações com iniciativas, por vezes, inusitadas.

A maioria das que estão em destaque seguem o mote de Anuga 2023, que é “Crescimento sustentável”. Assim, reaproveitamento de materiais para a elaboração de comidas e bebidas é uma das tendências. Mas também há espaço para a praticidade do consumidor e a substituição de proteína animal por vegetais, em muitos casos, em produtos veganos.

Segundo informações do Centro de Imprensa da Feira Anuga, 689 empresas de diversos países do mundo inscreveram mais 2.200 projetos de produtos inovadores. Um júri internacional, formado por analistas, especialistas em mercado e jornalistas selecionou 68 produtos, que estão expostos no pavilhão central. Os principais critérios são sustentabilidade, poder de inovação e criatividade na implementação.
• LEIA MAIS: Galeteria instalada na Feira de Anuga divulga frango brasileiro

Entre os 68 destaques, há um espaço para os Top 10, considerados excepcionalmente inovadoras. Um deles é a cerveja citada no início da matéria. Trata-se da Chica Mexicana. Tudo começou com a empresa dinamarquesa Leighton Foods, que há 20 anos fabrica comida mexicana, como tortilha. Os restos da massa que não se encaixavam no formato perfeito de uma tortilha redonda eram desperdiçados. Em outros casos, em que o tamanho era distinto do desejado, toda a peça era rejeitada.

“Todo mundo que produz esse tipo de comida gera lixo, às vezes ao ser prensada a tortilha não sai no tamanho perfeito. O que se faz? Descarta”, explica um dos sócios da Leighton Foods, o alemão Harald Keul, que está na Feira Anuga.

Ao verem tanta comida indo fora, os donos resolver provocar alguma cervejaria para fabricar cerveja a partir das sobras de tortilha. Uma cervejaria alemã topou a empreitada de testar uma receita nova e foi feita uma primeira leva de cerveja a base de sobras de tortilha, lançada neste ano. O sucesso é enorme, de público e midiático. “Ainda produzimos uma quantidade pequena, porque foi uma iniciativa experimental, mas temos condições de ampliar para uma escala maior”, diz Keul. O nome Chica Mexicana foi escolhido pelo fato de a empresa produzir comida do México.

A cerveja é suave, ideal para beber no verão, dizem os empreendedores. Um garrafa de 500 ml custa 2,50 euros, um pouco mais cara do que uma cerveja mais simples em um supermercado na Alemanha.

Tortilla em lata é nova versão de prato tradicional da Espanha

Tortilla em lata é nova versão de prato tradicional da Espanha


GUILHERME KOLLING/ESPECIAL/JC
Outras inovações visitadas focam na facilidade do consumidor, caso de um arroz de sushi, da Asian Table Wismettac, do Reino Unido. O produto pode ser congelado e fica pronto para ser modelado e fazer sushi. Na mesma linha, foi desenvolvida a tortilla em lata, neste caso, o famoso prato espanhol, a base de ovo e batata. Não precisa nem guardar na geladeira. Após a lata ser aberta, basta levar ao micro-ondas para ter o famoso prato espanhol pronto.

Entre outras tendências, estão produtos focados em saúde ou complementos alimentares. A Aquaroma, da Itália, apresentou aromatizadores para serem utilizados na água, com o objetivo de estimular as pessoas a beberem mais líquidos.

Outra tendência é a substituição de proteína animal por vegetais e até insetos. Caso da portuguesa Tecmafoods, que vende a “larva da farinha” assada. É crocante e com muita proteína. Por enquanto, é vendido num formato que pode ser usado como aperitivo ou uma farinha, mas a ideia é criar novos produtos com essa matéria-prima, como bife de hambúrguer de larva – por sinal, na Feira de Anuga, já há hambúrgueres feitos a partir de insetos.

Feira apresentou novas possibilidades de proteína animal com base em larvas comestíveis

Feira apresentou novas possibilidades de proteína animal com base em larvas comestíveis


guilherme kolling/divulgação/jc