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Logística

- Publicada em 09 de Outubro de 2023 às 18:10

Porto de Rio Grande receberá pás de aerogeradores para implementação de usina gaúcha

Embarcação com o primeiro lote de 20 pás de aerogeradores deixou o porto de Pecém, no Ceará, ontem

Embarcação com o primeiro lote de 20 pás de aerogeradores deixou o porto de Pecém, no Ceará, ontem


Reprodução/JC
Nos próximos meses, um total de 216 pás de aerogeradores, que comporão o parque eólico que a CGT Eletrosul está construindo em Santana do Livramento, serão descarregadas no porto de Rio Grande. A embarcação com o primeiro lote, com 20 pás, deixou o porto de Pecém, no Ceará, nesta segunda-feira (9) e está prevista para chegar no cais público do complexo gaúcho no dia 28 de outubro.
Nos próximos meses, um total de 216 pás de aerogeradores, que comporão o parque eólico que a CGT Eletrosul está construindo em Santana do Livramento, serão descarregadas no porto de Rio Grande. A embarcação com o primeiro lote, com 20 pás, deixou o porto de Pecém, no Ceará, nesta segunda-feira (9) e está prevista para chegar no cais público do complexo gaúcho no dia 28 de outubro.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concedeu as autorizações para a implantação e a exploração das centrais geradoras do Parque Eólico Coxilha Negra da CGT Eletrosul em agosto do ano passado. Na ocasião, a empresa informou que o investimento estimado na iniciativa era de R$ 2,1 bilhões, incluindo o fornecimento dos aerogeradores, a instalação do sistema de transmissão e as obras civis. A usina, que deve ser concluída no próximo ano, terá uma potência instalada de 302,4 MW, suficiente para atender a cerca de 1,5 milhão de consumidores.
Sobre a operação logística para trazer as pás dos aerogeradores ao Estado o presidente da Portos RS (empresa pública responsável por administrar o sistema hidroportuário no Rio Grande do Sul), Cristiano Klinger, argumenta que, ao adotar a cabotagem para fazer o deslocamento desses itens, são retirados vários caminhões das estradas brasileiras, contribuindo para uma menor taxa de emissões de gases de efeito estufa e de riscos de acidentes. “Essa ação faz parte da estratégia de tornar o porto uma plataforma logística para a questão das energias em geral”, frisa o dirigente.
Conforme o presidente da Portos RS, é necessária uma preparação especial para receber cargas como essas devido as suas dimensões. As pás que vêm de Pecém e foram fabricadas pela empresa Aeris, por exemplo, possuem 72 metros de comprimento. Ele destaca que a expectativa é que novas encomendas de movimentação de equipamentos eólicos sejam feitas utilizando o porto rio-grandino futuramente.
Neste momento, o porto gaúcho está operando com equipamentos que serão aproveitados em uma usina onshore (em terra), no entanto, mais adiante, a perspectiva é que também forneça apoio para projetos eólicos offshore (no mar). Porém, Klinger lembra que, para destravar os empreendimentos no oceano, ainda é preciso que o governo federal elabore a regulamentação do setor.
Vendo a oportunidade na área de energia, a Portos RS formalizou neste ano a sua associação ao Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS). O presidente do Sindienergia-RS, Guilherme Sari, comenta que a complementaridade que o porto de Rio Grande representa dentro da cadeia energética dá sentido ao ingresso da Portos RS no sindicato. “A gente está falando de equipamentos tão volumosos que cada vez mais a cabotagem será usada, assim como a operação de estaleiros voltada para a energia renovável”, aponta o dirigente.
Nos dias 30 e 31 de outubro, o Sindienergia-RS pretende realizar em Rio Grande um seminário para debater o tema eólica offshore. Evento semelhante já havia acontecido em março no município. Sari detalha que participarão do encontro empresários do setor, representantes da Marinha brasileira, pescadores, entre outros agentes.
Já especificamente sobre a usina em Santana do Livramento, esse não será o primeiro empreendimento desenvolvido pela CGT Eletrosul na Fronteira Oeste gaúcha. Na região, a empresa é proprietária do Complexo Eólico Cerro Chato, composto por seis parques, com 69 aerogeradores em plena operação e 138 MW de potência instalada.
Com o projeto do Parque Eólico Coxilha Negra, que terá 72 aerogeradores, a companhia reforça a continuidade de sua política de investimentos na geração de energias sustentável. O novo complexo será instalado em áreas limítrofes às unidades existentes. Com a implantação, a CGT Eletrosul alcançará a marca de 440 MW de geração a partir da força dos ventos – energia equivalente ao consumo de uma cidade com cerca de 2,3 milhões de habitantes.